Desistindo do Paraíso

Capítulo 26

Marissa

Elijah dirige tranquilamente pelas ruas, parece não ter nenhuma pressa. Enquanto eu reveso entre comer as unhas e bater meus pés num ritmo frenético. Meus dedos estão nervosos e meus pensamentos inquietos. Não faço ideia do que Elijah preparou, nem se quer o Elijah que eu conhecia eu poderia prever, essa nova versão é impossível. Mas ele nunca foi previsível em nenhuma das fases. Ele tem sido maravilhoso, me ajuda na organização do bazar nos preparativos do casamento de Blake e Bryce que será esse final de semana. Me elogia sempre que pode, não colocou um defeito se quer. Uma ou duas vezes o peguei pesquisando na internet. Numa das pesquisas estava " Mulheres e a gravidez". Ele tem sido um grande homem e no fundo eu sei que meu idiota ainda mora ali, mas não tem tanta diferença. Photograph do Ed Sheeran soa nos autos falantes do carro.

Em alguns momentos ele me olha e sorri como um garoto levado. Ele provavelmente inventou alguma nova arte sexual. Esses dias tenho me lambuzado, usando e abusando do jeito que eu posso. Eu sei que ele está tão satisfeito quanto eu.

Ele estranhamente não falou mais em eu ir para a sua casa. Talvez tenha acostumado com a minha e desistido de me convencer. Talvez ele queira fazer sexo longe do Louis. Que faz questão de soltar uma ou duas piadas no café da manhã.

Ele estaciona seu carro ao lado dos outros na garagem. Pegamos o elevador privativo da cobertura. Estava pensando sobre isso ha alguns dias. Eu venho de uma família rica, mas Elijah está em alguns níveis acima e por incrível que pareça é simples. Não anda com seguranças tem alguns carros muito caros na garagem, mas só anda no mesmo carro desde que nos conhecemos, quer dizer, o mesmo modelo já que teve que trocar por causa do acidente. Ele tem ilha, casas e hotéis em quase todos os países desse mundo, mas não é um metido cheio de si, e é, mas não relativo ao seu dinheiro, ele é mais cheio de si com a sua aparência, essa é a parte de ele ser idiota. Mas é um bom homem, ajuda as pessoas. Ele é o cara certo pra criar o meu filho.

— Tudo bem? — Ele pergunta com a sobrancelha arqueada. Provavelmente estranhando o meu silêncio é expressão facial.

— Tudo. Vamos jantar aqui?

— Sim.

— Trouxe músicos? Gostei do instrumental da outra vez. — Ele me sorriu.

— Desculpe, não achei que você quisesse música. Não se decepcione por que vamos apenas comer. Sei que você se arrumou toda, mas queria ficar em casa.

— Tudo bem, eu provavelmente estou gorda demais para andar de mãos dadas com você na rua.

— É você está! — Eu o olho horrorizada. Ele me abraça e me beija, eu tento afasta-lo, mas ele me segura forte e coloca seu rosto a frente do meu. — Você não está gorda, você é perfeita.

— Isso não apaga o que você disse.

— Boba. — Ele diz e as portas do elevador se abrem. Antes de eu focar meus olhos no interior do apartamento o ouço dizer.

— Espero que esse lugar esteja parecendo um lar pra você. — Então ele sai da minha frente e me deixa olhar o lugar.

Ainda é o mesmo espaço, mas as cortinas tem cor, pinturas e mais pinturas estão penduradas nas paredes. Todas feitas por ele, a maioria estampa meus olhos, imagens de lugares que já estivemos. Um tapete brega como o da minha casa está cobrindo o seu piso elegante. Orquídeas amarelas estão espalhadas em vazos pela sala e cozinha.

— Então? — Ele pergunta ansioso.

— Interessante. — Ele me pega pela mão.

— Vamos ver o andar de cima? — Aceno. Ele me guia pelas escadas. Por fora pareço uma parede impenetrável, mas por dentro dou pulos e gritos animados.