Capitulo 13

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Elijah


 Graças a Deus o elevador estava parado quando eu cheguei correndo depois de ter atravessado o corredor. Ele parecia estreito demais e eu parecia bêbado ou fora de mim. Eu não queria isso, não queria. Eu havia pensado em dar um passo. Morar juntos ou algo do tipo, mas isso está acima de qualquer nível que eu já pensei em seguir. Eu apenas preciso processar isso, assim como eu fiz com todas as outras coisas. Porra. Um filho? Eu não estava nem de longe preparado pra isso, é um nível muito mais alto. Corro até o meu carro e com as mãos ainda tremendo eu saio do seu prédio. é como se eu não tivesse controle sobre o meu corpo. Como se um sinal de alerta tivesse sido ligado. e as minhas pernas simplesmente quisessem correr.   


 Minhas mãos estão suadas e a minha cabeça em total desespero. As ideias não se encaixam e as imagens que chegam até mim não são nada agradáveis. Pego a rodovia principal para fugir do transito, assim como fujo de tudo. Estou alterado e ouço algumas buzinas atrás de mim. Depois de um subto facho de luz eu me pergunto: Que porra de  merda que eu estou fazendo! Pego o próximo retorno e percorro o caminho até a avenida movimentada para voltar até a sua casa. Meu Deus ela vai me odiar. Marissa pode nunca mais querer olhar na minha cara. Mas eu vou acampar na sua porta. Minha mãe morreria de novo se soubesse o que eu acabo de fazer. Mesmo que isso não estivesse em meus planos, eu preciso falar com ela. Implorar de joelhos, pedir perdão, ameaçar suicídio, mas eu preciso resolver isso e ficar junto dela. Pego meu telefone e disco seu numero.


 Paro no sinal e coloco o telefone no meu ouvido. Está desligado, então eu olho na tela para achar o numero de Louis, o sinal abre pra mim e eu saio devagar, quando ouço o bip que antecede a chamada, sou quase cegado pela luz de um farol vindo na minha direção pelo meu lado. Olho para a esquerda e vejo um Jeep chegando a toda velocidade. Antes de ele bater na lateral  do meu carro, eu indago um "merda" e acontece uma coisa que sempre achei que fosse balela. Imagens passam pela minha cabeça, arrependimentos, escolhas erradas, reações ridículas,  e tudo que eu queria agora, antes de morrer era pedir perdão a ela, queria ter tomado a atitude certa. Ter dito a ela que eu me acostumaria com a ideia e que eu a apoiaria e nós teríamos um filho lindo. Então a pancada me atinge com força, meu telefone voa, e meu carro gira algumas vezes, estou sem o cinto de segurança e bato a cabeça na direção e no vidro da janela e mesmo com a visão turva vejo meu carro se arrastando em alta velocidade para  um poste de energia.  Então eu escuto o vidro sendo estraçalhado e a pancada no meu braço e cabeça um repentino apagão como se minha cabeça estivesse sendo reiniciada, então eu apago.



Marissa


 Ainda estou chorando, não vou mentir que um pouco dessas lagrimas são de felicidade. Eu amo Elijah e vou ter um filho dele. Mesmo ele não querendo fazer parte disso, ou de qualquer forma, eu não o quero mais na minha vida. Posso ter esse filho sozinha, nós seremos muito felizes. Talvez se eu repetir muitas vezes acabo acreditando. Então eu sinto meu coração apertar angustiado.


— Só eu e você. — Eu digo passando a mão na minha barriga. Eu sei que eu estou gravida, acho que uma mulher pode sentir, e o destino quer assim eu sei.


— Marissa, Elijah acaba de ligar pra mim, mas chamou por tão pouco tempo.


— Meu celular está desligado, ele deve ter ligado pra você, mas provavelmente desistiu. Eu não tenho mais paciência Louis. Não aguento mais isso. Essa incerteza, essa falta de comunicação. Eu só queria que ele fosse um cara normal. — Digo entre as lagrimas. Louis vem até mim que ainda estou na porta, parada no mesmo lugar. Ele estende a mão e me entrega a xicara de achocolatado.

Desistindo do ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora