ELIJAH
Fui direto na recepção saber do maldito, mas soube que ele não trabalhava mais no hospital. Obvio. Fiz algumas ligações e passei em casa antes de ir encontra-lo. Não acredito que estas coisas estão passando pela minha cabeça, nunca fui de pensar nisso, de devolver as coisas dessa maneira, mas ele não tinha o direito de fazer isso com a minha família.
Eu nunca fui um cara violento, sempre resolvi problemas com conversa e fazia de tudo para não me meter neles. Mas isso estava no passado. Por que neste momento não me reconheço. Descubro o endereço dele e sozinho vou até ele.
Estaciono meu carro na rua lateral do prédio de esquina. É um bairro afastado, longe do hospital e de onde moramos. O prédio é relativamente velho, porém charmoso. Consigo entrar quando um morador sai. Vou direto para o 12º andar. Ando pelo corredor até chegar no apartamento indicado na mensagem. Paro de frente a porta e coloco a mão para trás, segurando o cabo da arma. Então começo a pensar, que merda de caralho eu estou fazendo aqui?
— Eu sou pai agora, porra! — Se eu nunca fui de fazer isso, por que eu faria agora? Eu o odeio e queria mata-lo, mas ele já está no inferno sozinho. Tentar fazer mal a uma mulher gravida? Quão fodido precisa estar para fazer essa merda? E eu, querendo me igualar a ele. Tenho um filho e uma mulher para cuidar e curtir. Pego o caminho de volta para o meu carro e depois para o hospital. Ligo para o meu advogado.
Eu só preciso agradecer que os dois estão bem e planejar a nossa vida linda e longa juntos.
Vou direto para o hospital enquanto meu advogado começa os tramites para enfia-lo nas grades. Quando chego vou em direção ao quarto de Marissa. Nossas famílias estão lotando o quarto, a enorme família dela e meu pai e primo. Paro e mentalizo a cena, sou afortunado pra caralho. Meu filho não está aqui. Me aproximo de Marissa que me sorri lindamente, tão linda quanto quando conheci há alguns anos na festa de casamento de Matt. Suas bochechas estão rosadas, porém ela parece preocupada.
— Tudo bem? — Pergunto beijando sua testa. Depois de tanta coisa não sei quando vou conseguir relaxar.
— Sim, mas até agora só vi Otávio por fotos.
— Pessoal, vocês podem nos dar licença um momento? — Peço educadamente. Marissa estranha. Nossos parentes que estavam fazendo muito barulho conversando entre si saem um a um.
Eu olho bem nos seus olhos e seguro suas mãos. Marissa momentaneamente fica alarmada pensando que tenho más noticias a lhe dar.
— Otávio está bem? — Ela me pergunta receosa. Eu tento soltar uma palavra que seja, mas não consigo se quer respirar. Então milagrosamente ainda consigo chorar, mesmo achando que já teria esgotado tudo mais cedo. Eu sorrio.
— Preciso dizer algo para você.
— Caralho, Elijah! Fala logo! — Levanto uma mão pedindo tempo.
— Eu preciso dizer para você que vivi o inferno hoje. Eu achei que perderia o amor da minha vida e o meu filho de uma só vez. Eu nunca, nunca na minha vida achei que sentiria isso por alguém. A vontade de morrer no lugar do outro. E eu nunca fui tão feliz como quando soube que vocês estavam bem. Então, obrigado por me fazer esse homem mais feliz do mundo. Obrigado por ter acreditado em mim, mesmo eu sendo o maior idiota falador de merda do mundo. Me desculpe pelas investidas e palavras fodidas que eu disse a você. Você merecia o meu respeito e não merecia ter um cara como eu te perseguindo. Hoje você me fez homem Marissa, verdadeiramente. Eu sei que nós vamos nos casar, mas eu quero dizer que perseguir você foi a melhor decisão da minha vida e que as besteiras que eu fiz nos moldaram. — Ela sorri enquanto chora. — Eu amo você, amo o que você me deu e amo o que você me faz. — Beijo sua mão e deito meu rosto sobre ela.
— Meu amor, eu amo tanto você. — Eu a beijo. — Obrigada pelo maior presente que poderia ter na vida. Você me deu tudo que eu sempre quis...
— Ainda não casamos.
— Foda-se o casamento. Você me dá felicidade todos os dias, e você me deu uma criança, Elijah, você tem noção disso? — Ela abre o maior sorriso de todos que se espelha em mim.
— Preciso trazer Otávio para que você conheça.
— Seu pai falou com os médicos e ele está bem, ele já deve ter sido desentubado. Deve chegar a qualquer momento, não estou me aguentando. — Eu sorrio com a felicidade da minha mulher.
— Meu pai me apoiou muito hoje.
— Elijah, — Ela me recrimina. — Seu pai é um homem bom. Você precisa ter ele na sua vida. Precisa deixar de ser idiota e aceita-lo, deixar essas coisas para trás. Quero que Otávio conviva com a sua irmã. — Reviro os olhos lembrando que meu filho tem quase a idade da minha irmã.
— Vou fazer isso. — Ela sorri e eu beijo sua testa.
— Preciso saber que você não fez nenhuma besteira quando saiu daqui.
— Pensei em fazer, mas decidi fazer a coisa certa. Quero esse cara atrás das grades, para sempre.
— Obrigada, meu amor! Ele é uma pessoa transtornada, nunca pensei que ele poderia fazer uma cosia dessas.
— As pessoas sempre surpreendem, preciso contar para você que tudo foi minha culpa.
— Por que diz isso?
— Quando busquei seu exame entrei em uma sala sem querer e o vi usando drogas. Não sei o que aconteceu, mas alguém deve ter descoberto e ele pode ter achado que fui eu. — Ela tapa a boca.— Desculpe por não contar a você, mas achei que poderia lhe fazer mal e no final acabou acontecendo uma merda muito maior.
— Não se culpe. Você não tem culpa pela loucura dele ou pelo que aconteceu comigo. Não se culpe, por favor.
— Com licença. — Duas enfermeiras entram na sala, uma segura a porta e a outra tem o nosso pacotinho azul nos braços. Já vi Otávio, então pego meu celular rapidamente e ligo a câmera para registrar o encontro. Nunca vi os olhos de Marissa brilharem tanto. Ela nem olhou no seu rosto ainda e já chora.
A enfermeira encaixa Otávio nos braços de Marissa e ela o aconchega. Ele ainda está vermelho e inchado.
— Ele é lindo. — Ela diz emocionada.— É igualzinho a você.
— Não da para ver ainda, ele tem cara de joelho. — Digo. Marissa me olha de repente e encara a mim e a câmera.
— Parabéns, Elijah. Você está filmando, nosso filho vai ficar horrorizado quando postarmos esse vídeo no seu aniversário de quinze anos. — Ela sorri.
— Não vou envergonhar nosso filho. — Me enquadro e pisco para a câmera. Desligo. Preciso gravar isso na memoria. Puxo a cadeira e me sento do lado deles, Marissa e eu o acariciamos.
— Ele tem as suas sobrancelhas, com certeza seus olhinhos puxados nos cantos. — Ela verifica as mãozinhas. — E suas mãos, ele é você todo. Parece que não participei. — Ela não parece nem um pouco desapontada. — Sorrimos feito bobos por algumas horas, até que nossos parentes começam a entrar para se despedir. Sorrio por horas e horas seguidas. Um berço é trazido para Otávio e é colocado do lado da cama da minha mulher. Marissa consegue dar de mamar a ele e dorme em seguida.
Me mantenho acordado pensando no quanto vou ser feliz nos próximos anos.
Ok, meninas! Foi fraco esse final? Acho que deixei criar muita expectativa. Espero que tenham gostado e peço desculpas pela demora. Já temos um bônus no próximo capitulo. Algumas já leram, mas vale a pena reler né? Obrigada por acompanharem até aqui!
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Desistindo do Paraíso
RomanceContinuação do livro PROIBIDO DE ENTRAR NO PARAÍSO PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS Para mais informações desta e deoutras histórias minhas, entre no grupo do facebook neste link: https://www.facebook.com/groups/proibidodeentrarnoparaiso/?fref=ts Ou...