Já são 10 da manhã e Elisa não apareceu no escritório. Não a Vejo desde a festa, que aliás foi boa, sexo, bebida... Essas coisas.
Pra falar a verdade, não sei o motivo da minha ansiedade por ver a Elisa, acho que só quero ter a certeza de que ela não se suicidou por minha causa ou sei lá o que.
Arrumo toda a papelada que ela deveria arrumar, mas ainda não apareceu, minha aflição só se aumenta ao ver as horas passarem e ela não aparecer. Será que algo aconteceu por minha causa? E se for? Não me importo com isso não é mesmo? Minha missao era transformar a vida dela em um inferno e aparentemente consegui.
Ter visto ela chorando daquele jeito foi uma espécie de vitória para mim, pelo menos levei desse jeito. Mas o modo como seus labios se pressionavam segurando o choro que evidentemente estava por vir enquanto eu profanava minhas palavras de desprezo, parecia que ela estava espetando meu coração. Eu nunca me importei com os sentimentos de alguém, não vai ser um rostinho bonito ou vontade de transar com ela que vai mudar meu jeito de ser.
Termino tudo e desço para almoçar, por sorte tem um restaurante ao lado do escritório, entro sem desviar o olhar do caminho, apenas me sento e faço o pedido, e durante a espera que na verdade foi bem rápida, continuo agindo como idiota tentando me comunicar com a Elisa. Ela deve estar se arrumando depois de uma longa noite de sexo com o Sebastian, dúvido que ele consiga isso.
Meu almoço foi tranquilo, recebi o telefone de uma mulher um tanto atraente que estava a algumas mesas a frente da minha.
Termino de almoçar e volto para o escritório, entro no elevador calmamente e Fico me Olhando no espelho como de costume, no 30º andar, tenho uma ótima surpresa, pra não dizer o contrário. Sebastian entra no elevador me cumprimentando com seu sorriso mais brilhante possível, eu dou o meu mais forçado. Posso garantir que o elevador demorou mais que o de costume para subir apenas 5 andares. Mas no final de tudo, parece que valeu a pena.
Na mesa a frente do meu escritório estava uma versão de Elisa Gerard que eu jamais vira. Ela não estava usando suas saias longas que cobriam suas belas curvas. Ela estava com uma saia vermelha, que ia pouco acima do joelho, sua blusa social branca abotoada na frente deixava um decote desejoso, seu salto agulha preto completava seu look sexy. Seu rosto estava com uma leve maquiagem, mas seus labios perfeitos estavam marcados por um batom vermelho sangue, bem vibrante e chamativo.
Depois de olhar pra ela sem reação por alguns minutos, percebo o quão idiota estou sendo parado na porta do elevador, a observando enquanto Sebastian se aproxima e lhe da um selinho, blerg.
Ando ate minha sala rapidamente evitando contato com ela, ao passar ao lado de sua mesa lhe lanço um olhar furioso, e lhe dirijo a palavra apenas para irritá-la.
- Está atrasada! Muito aliás!
Entro na sala batendo a porta atrás de mim. Ando até minha mesa com uma certa fúria. Eu não deveria me importar com isso, mas me importo. Porque acabei de decidir, que a próxima a deitar-se na minha cama será Elisa Gerard. Falando nela, acabara de entrar me meu escritório, com uma expressão preocupada em seu rosto.- Senhor Báthory eu... - Levanto minha mão impedindo-a que prosseguisse a falar, não por não querer ouvi-la, mas sim, porque a cada palavra dela, ficava olhando pros seus lábios imaginando como seria o gosto deles, ou até mesmo senti-los em mim. Mas logo afasto meus pensamentos.apalavra
- Não quero ouvir, e imagino que tenha uma boa explicação, a qual eu não quero ouvir. Espero que não se repita... - Sinceramente, não sei o porque de toda essa gentileza e compreensão, talvez pelo fato de que a quero pra mim.
- Obrigado... Precisa de algo?
- Só que você saia daqui. - E pronto, o velho Barry voltou, podem dizer que isso é ruim, mas não pra mim.
Ela obedece e sai do meu escritório. Eu não estava mentindo quando disse que precisava que ela saísse, era muito verdade, se ela continuasse lá, eu não iria me controlar. O jeito como os lábios dela se mexiam a medida que ela falava. Argh, sai disso Barry.
Eu queria poder dizer que me concentrei no trabalho, mas meus pensamentos só se focavam na mesa a frente do meus escritório, e na mulher sexy que lá estava. Eu nunca parei para vê-la com olhos que não fossem sedentos por vingança, mas olha-la agora, parece uma coisa sobrenatural, algo que jamais pensei em fazer. Ela é tão linda e sedutora, além de ter a incrível habilidade de fazer meu queixo cair a cada vez que a vejo. Agora que consigo vê-la de outra forma, consigo pensar em porque eu a odeio, não há razão nenhuma para isso. E não, eu não estou gostando dela ou algo sim, só perdeu a graça torturar ela fazendo-a limpar meu escritório, e se for pra torturar ela agora, que seja na cama.
Já acabou meu expediente, e o da Elisa igualmente. Saio do meu escritório, e dou uma olhada rápida para Elisa para saber se ela já estava pronto para sair como eu, o que foi confirmado. Ando até o elevador, e a porta do mesmo começa a fechar quando aperto o botão do térreo, através da porta que se movia do elevador, conseguia ver uma Elisa desesperada pelo elevador está se fechando, coloco minha mão na porta impedindo-a que se feche, ato que fez a Elisa andar mais devagar boquiaberta. Ela entra no elevador e me olha de canto rapidamente.
- Que foi? - Digo impaciente, por mais que eu não queira torturá-la, ainda sou rude, disso não me esqueço.
- Nada só... Não esperava isso de você... - Ela continuava a me olhar
- Eu não sou tão mal assim... - Digo o mais rudemente que posso
Ela solta uma risada como se eu tivesse contado uma piada, e no certo, realmente parecia, eu jamais havia segurado a porta do elevador para alguém, ou sorrir, ou dar bom dia, ou qualquer coisa que parecesse educada ou algo assim.
- Ata... - Ela zomba de mim.
- Estou falando a verdade! Consigo ser gentil e educado se eu quiser! - Não sei porque estou discutindo isso com ela, mas devo defender o meu lado.
- Então devo deduzir que na maior parte do tempo, ou quase todo ele não quer ser gentil e educado.n - Ela continua zombando de mim, ela é tão desafiadora, seu rosto meio esconde apenas uma mulher rude que sabe se defender de mim, e isso é muito admirável.
- Haha, nunca tinha reparado seu senso de humor Elisa. - Finalmente olho pra ela, mas preferia que não o tivesse feito.
- É porque está ocupado demais me fazendo de faxineira do seu escritório. - Ela sai do elevador, sem que eu me desse conta já estávamos no térreo, ela andava em passos largos e rápidos.
- Ei eu posso ser gentil com você se eu quiser - Sai do elevador as pressas na intenção de andar ao lado dela.
- E acho que você não quer isso a maior parte do tempo. - Ela para de andar e eu faço o mesmo, seu olhar para mim era de desprezo, mas eu apenas ignoro, já recebi vários desses. - Desde que eu comecei a trabalhar aqui.. Na verdade, desde o avião, você tem sido um idiota comigo, e eu adoraria saber o porque, mas agora simplesmente não me importo, ter passado esse mês como sua empregada valeu a pena Báthory. E sabe por quê? Porque agora eu conheço o Sebastian, e o tenho conhecido cada vez mais. Eu estou feliz, e isso você nunca vai arruinar ou tirar de mim, porque pra se saber o que fazer para arrancar a felicidade de alguém, é preciso ter sido feliz, e isso você não é, nunca foi, e nunca será, porque ninguém nunca, vai querer estar perto de você,você só sabe pisar nas pessoas para se sentir superior porque lá no fundo Báthory, você sabe o quão merda você é! - Ela sai, e me deixa ali sozinho, me fazendo apenas ficar pensando nas palavras dela.
Eu olhava em seus olhos e via toda a sinceridade do mundo naquelas palavras. Então era isso que ela pensava de mim? Será que é isso que todos pensam? Não importa, ela não vai ferir meus sentimentos, vai ser preciso muito mais que isso.
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Uma Metade Perdida
RandomBarry Báthory é um homem de 25 anos com o mundo aos seus pés. Quando viaja para os EUA, para trabalhar na empresa de seu pai, como um castigo por um acidente que havia provocado, ele encontra a única coisa que ele poderia querer na sua vida.