Depois de ter deixado Elisa naquela sala vazia, não fiquei no prédio, decidi ir embora e fazer qualquer coisa, que a tirasse dos meus pensamentos, eu não queria saber dela naquele momento, porque provavelmente ela vai estar com seu belo e charmoso Sebastian, eu já disse como odeio esse cara? Seu cabelo jogado pra trás, e colarinho sempre arrumado, deve ser essa a razão da Elisa gostar tanto dele. Por que eu me preocupo com essa porra de garota? Ela não significa nada pra mim.
Depois de sair do prédio e entrar no meu carro, saio dirigindo pela cidade sem rumo. Portland é um otimo lugar, eu acho, não andei muito por aqui, só pelos bares e boates, e esses posso garantir que são bons.
Eu queria não estar dirigindo, assim poderia ficar apenas pensando, pensando o por que? Por que ela? Por que o Sebastian? Por que eu tive que vir pra cá? Ta, essa última eu sei a resposta, mas por que logo no mesmo vôo da Elisa? Eu só consigo pensar no por que ter implicado tanto com ela? Ou do por que ter a "odiado", já que nunca me fez mal.
Pra falar a verdade, ela é a única mulher constante na minha vida, eu nunca fiquei tanto tempo perto de uma mulher que não fosse da minha família. Deve ser por isso que me importo com ela, sim já se passaram um mês desde que a conheço, e foi o mes em que a torturei digamos assim, e não, não deveria ser assim, eu não deveria ter feito as coisas que fiz, mas mesmo que eu queira voltar atrás, não posso, e pra falar a verdade, não quero. Ela que fique com o idiota do Sebastian, mas não Irei deixar isso tão barato, Irei me aproximar dele, e descobrir a verdade por debaixo daquele gel de cabelo, fala sério, ninguém normal usa aquela quantidade de gel no cabelo!
Já estava cansado de apenas dirigir pela cidade, e o final de semana parecia mais longe do que nunca, ainda é terça-feira, a semana parece estar sendo tão devagar, diferente do mês passado que se passou em um piscar de olhos. Acho que foi porque eu queria trabalhar naquele mês, só pra poder ver cada revirada de olhos da Elisa, cada bufo que ela deva, cada resposta que ela dava pra mim, era tão engraçado.
Paro o carro em frente ao prédio do escritorio, legal, olha onde eu parei. Eu sei que deveria entrar e inventar mil coisas do porque a beijei, mas não consigo pensar em nada melhor do que "porque eu quis". E não é mentira eu realmente quis, talvez para fazê-la calar a boca, ou simplesmente pela experiência que foi boa, e melhor ainda foi saber que fazer ela ter um deslize com o Sebastian seria mais fácil ainda....
Finalmente quarta-feira. Mas o final de semana continua parecendo tão longe, mas pelo menos ainda tenho chances de infernizar só mais um pouquinho o Sebastian e a Elisa. Como pretendo fazer agora, ele está em pé na frente dela, enquanto elá está sentada na sua cadeira giratória, os dois quase se comendo com os olhos enquanto ela deveria estar fazendo os seus deveres de MINHA secretária. Bem, eu certamente ficaria aqui apenas observando, SE, aqueles dois pequenos diabinhos que habitam meus ombros me dizem para ir lá. Eu sei que deveria ser um diabinho e um anjinho, mas esse anjinho desistiu de mim, eu nunca o ouvi mesmo.
O olhar dela se encontra com o meu quando me aproximo, mas ela desvia rapidamente, awn esses dois juntos, dá vontade de jogar ele pela janela do meu escritório. Muito fofo, não? O olhar dela em cima de mim parece mortal, nossa, como se eu fosse beijar ela ali. Meus pensamentos me fazem rir baixo, o que atrai o olhar do - gay - querido Sebastian, ele tem um sorriso simpático em seu rosto, seus dentes brancos quase me cegam. Mas não irei ser rude, grosso ou mal-educado, meu jogo está começando, e sou eu sei as regras dele.
Eu fiz algo que ela jamais imaginaria, sorri e disse um "Bom dia" para ela, mas não entrei no meu escritório, parei na mesa dela interrompendo seu momento super fofo, com o Sebastian. Mas a surpreendendo ainda mais, não parei para fazer algum comentário rude ou algo do tipo, coloquei um braço em volta do pescoço do Sebastian e sorri o mais verdadeiramente que pude para ele e para ela.
- Olá Sebastian. - Digo forçando uma animação, sorrio para ele mas desvio meu olhar para a Elisa. - Está bonita hoje.
- Er... Obri...
- Eu preciso entrar - A interrompo, por mais que eu adorasse ver sua cara de confusa, eu não estou afim de ficar do lado do Sebastian - Fazer essas coisas de escritório, você me entende, certo Sebastian? - Dou uma leve balançada em seu ombro e rio de leve.
Entro no meu escritório pela primeira vez nesse mês sem bater a porta, ou com a cara fechada. por algum motivo, chamado Elisa Gerard, estou sorrindo. Ela está definitivamente me deixando louco, eu já nem sei o que pensar ou como agir com ela, mas já que ambos estamos nos surpreendendo hoje, vou continuar com as surpresas, e convidá-la para almoçar, mas é claro que ela vai sair com o engomadinho do Sebastian. Eu deveria transferi-lo para o Brasil, pelo menos não ficaria no meu caminho para a cama com a Elisa.
A hora do almoço chega rápido, e eu saio do escritório rápido para encontrar ela, o que para a minha alegria, aconteceu. Ela estava sentada em sua cadeira, mexendo em seu computador, organizando minha agenda claro, se ela não fizesse isso, eu jamais saberia quando tenho uma reunião.
- Muito ocupada sendo minha babá? - Ela olha pra mim rapidamente, surpresa obviamente, mas me lança um sorriso sincero e divertido, o qual eu retribuo.
- Mais ou menos isso. - Ela solta uma risada fraca, a qual eu nunca ouvira antes, e confesso que adoraria ouvir de novo.
- Quer vir almoçar? Merece isso depois de... você sabe...
- Depois de que? Da blusa no avião? De ter me feito de faxineira? Por ter jogado suco em mim quando fui na sua casa? Ou por que me beijou ontem? - Ela cerra seus olhos, como se estivesse me desafiando ou algo assim, mas logo volta ao seu rosto normal com um sorriso largo no rosto.
- De tudo. E na minha defesa, o suco na sua roupa foi totalmente inesperado. - Levanto minhas mãos ao ar me explicando e praticamente me rendendo. Ela rir novamente, e eu me pego perdido no seu sorriso e risada.
- Eu aceito,e farei questão de escolher as coisas mais caras, já que VOCÊ ira pagar. - Ela dá ênfase no 'Você' e levanta de sua cadeira, pegando sua bolsa e desligando a tela de seu computador em seguida. Ela anda até mim e ficamos parados uns segundos nos olhando, até que eu dou um passo para trás e ela sorrio.
Andamos até o elevador em silêncio, e isso era extremamente ridículo.
- Então, como está o Sebastian? - Faço essa pergunta forçado, eu odeio ele, mas odeio ainda mais esse silêncio constrangedor.
- Bem, eu acho. Mas como eu sei o quanto você não o suporta, não vamos falar dele.
- Obrigado! Estava tentando ser educado, mas, ele parece... Falso. - Ela me olha com uma sobrancelha arqueada. - Que foi? Você sabe que eu sou sincero, mas sério, ninguém usa aquela quantidade de gel no cabelo.
Olho para ela com as sobrancelhas levantadas, como se eu estivesse explicando o óbvio, e ela apenas rir, e me dá um leve empurrão no ombro.
- Ei! - Finjo me sentir ofendido, e a empurro de volta.
A partir desse momento, ficamos igual duas crianças empurrando um ao outro, quando me deu conta, estou a imprensando na parede, e nossos lábios estão a poucos centímetros um do outro, e não consigo não olhá-los, eles são tão convidativos. Mas não, ainda não está na hora do jogo começar.
- Desculpa Lisa... - Me afasto dela e volto a minha posição normal.
- Me chamou de Lisa? - Ela sorri olhando para mim, foi só agora que me dei conta do que a chamei, e de que nunca havia feito isso antes.
- Não! Eu quis dizer Elisa! Isso, Elisa. - Meu desespero começa a aparecer. Mas que porra? Por que ela tem todo esse efeito sobre mim?
- Barry calma, eu gostei. - Ela sorri olhando para mim, meu olhar segue o sorriso dela, que parece ser o mais bonito que eu já vi na minha vida.
A porta do elevador se abre, e saímos andando até o restaurante. Nosso almoço foi tranquilo, e quando ela disse que ia pedir as coisas mais caras, não estava brincando, ela iria me falir se meu pai não fosse rico. Ficamos conversando o tempo todo, e nos conhecemos ali, nos conhecemos de verdade, eu falei o motivo de ter vindo pra cá. Ela me contou o que fazia na Inglaterra. Ela originalmente estava na França visitando sua avó, só agora percebo que Gerard é um sobrenome francês. Enfim, ela acabou fazendo um tour pela Europa, e infelizmente como ela diz, acabou no mesmo voo que eu. Ela me disse também que esse emprego era só enquanto ela não conseguisse um cargo em uma empresa na área administrativa, e não como secretária. Eu não consegui entender muita coisa admito, mas tenho uma boa razão, o modo como seus lábios se mexiam, só fazia com que eu me arrependesse de não tê-la beijado naquele elevador.
Ela está falando agora, mas como disse, meus olhos focam nos lábios dela, meus pensamentos nos beijos de ontem, e meus ouvidos se fecham para o mundo, quero ficar aqui apenas observando ela, e poderia fazer isso para sempre.
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Uma Metade Perdida
AcakBarry Báthory é um homem de 25 anos com o mundo aos seus pés. Quando viaja para os EUA, para trabalhar na empresa de seu pai, como um castigo por um acidente que havia provocado, ele encontra a única coisa que ele poderia querer na sua vida.