Ingrid já estava no palco se posicionando para jogar o buquê, e eu sabia que era naquele momento que eu deveria fazer a Lisa prestar atenção na cerimônia.
- Não vai lá? - Perguntei a ela.
- Não. Quero ficar aqui vendo as meninas desesperadas. - Ela riu. E eu também. Mas por dentro eu não aguentava com tanta pressão.
- Boa noite! E obrigada por terem vindo. - Ingrid começou a falar. - Eu sei que nesse momento eu deveria estar jogando o buquê, mas ele tem um pequeno problema. - Dito isso, as moças realmente ficaram desesperadas, e cochichos começaram. - O problema dele, é que ele já tem dona. - Ela olhou pra Lisa. - Lisa, pode vir aqui por favor?
Lisa me olhou como se eu tivesse algo a ver com isso. E não é que ela estava certa. Mas ela não podia saber, então fiz a minha melhor cara de inocente enquanto ela ia até o palco pegar o buquê.
Ela estava toda quieta e tímida. Nem parecia ser a minha Lisa.
Quando ela estava pronta pra descer do palco, fui eu quem subi. E a banda começou a tocar a música Give Me Love do Ed Sheeran. Era a música perfeita pro momento perfeito.
- Belo buquê. - Disse contendo o nervosismo.
- O que é isso Barry? - Ela dizia inquieta pela ansiedade.
- Vou te explicar. - Eu sorri fraco pra ela. - Lisa, quando eu te vi no avião, foi a coisa mais incrível da minha vida. De início achei você irritante e grosseira. E estava certo. - RI fraco. - Mas então, pude conhecer a verdadeira Elisa Gerard no meu escritório. Que sorte eu tive de poder ter você como minha secretária a alguns meses atrás. Mal sabia eu que hoje, estaria completamente apaixonado pela bravinha do avião. - Ela riu nervosa.
- Ainda não me disse o que está acontecendo. - Ela disse me olhando nos olhos.
- Nesse buquê, tem algo que me pertence. Pode pegar aí dentro pra mim? - ela me olhou sem entender, e então colocou a mão dentro do buque, tirando a pequena caixinha de veludo vermelho de dentro dela.
- Barry... - Ela olhava maravilhada. Peguei a caixinha da mão dela e fiquei a segurando.
- Lisa eu nunca amei alguém como eu te amo. Você foi a única que conseguiu despertar algo em mim. Você foi a única que eu sempre quis perto de mim. E é a única que eu quero que permaneça... Por isso... - Me ajoelhei a sua frente e abri a pequena caixinha, para que ela pudesse ver a aliança. - Elisa Gerard, você aceita se casar comigo?
- Barry... - Ela disse sorrindo. - Sim...
- Eu te amo.
- Eu também te amo. - Ela disse com um grande sorriso em seu rosto.
Todos aplaudiram então.
Coloquei a aliança em seu dedo, que cabia perfeitamente. Segurei seu rosto delicadamente e a beijei.
Mas logo sua boca foi amolecendo.
A olhei e ela parecia mole, frágil. Que ao mínimo toque poderia se quebrar.
O desespero e preocupação tomaram conta do meu olhar quando vi o sangue escorrendo pelo nariz dela.
- Lisa o que... - Mal pude falar e ela ameaçou cair no chão desmaiada.
A segurei em meus braços e desci do palco correndo.
Ian veio logo atrás preocupado mas eu não queria saber deles. Só queria saber o por que da minha Lisa, estar desse jeito.
Ingrid estava ligando pro hospital mas eu não podia esperar. Não quando minha noiva está desacordada em meus braços.
- O hospital não é longe daqui, já devem estar chegando. - Disse Ingrid que foi pro lado do Ian segurando sua mão.
- Eu vou levá-la. - Disse abrindo o carro o ajeitando para ela se deitar.
- Barry espere, você está nervoso e...
- Nao! - Disse exasperado. - Você não entende Ian, eu não posso deixar ela assim, e eu não vou esperar!
Ele então soltou a mão de sua esposa e veio em minha direção.
- Eu vou com você.
Ele me ajudou a colocar Lisa no carro, e enquanto eu entrava no meu, ele se despedia de sua esposa, dizendo que daria notícias e depois voltaria para pegá-la.
Eu fui na frente dirigindo em alta velocidade para o hospital. Qualquer tempo desperdiçado, poderia ser um tempo a menos, ou uma chance a menos de eu ver a Lisa bem.
Na verdade, nem sei como consegui enxergar a estrada. Eu estava tão nervoso e com medo de alguma coisa, que eu mal podia pensar por conta própria. Qualquer coisa que viesse em minha mente, os pensamentos da Lisa tomavam conta. Ela era a dona dos meus pensamentos.
Assim que cheguei ao hospital, desci correndo com a Lisa no colo e entrei pra chamar ajuda. Vieram enfermeiros, que me pediam para deixá-la em uma maca, mas eu insistia em carregar ela pra dentro.
Quando os médicos vieram, eu já não tinha essa opção.
Eu a deitei delicadamente na maca, e eles mediram o pulso dela. Aparentemente estava fraco, e eles colocaram a máscara de oxigênio nela.
Eu fiquei segurando sua pequena mão com a aliança, enquanto os médicos e toda a equipe empurravam a maca pelo hospital.
Parecia que estava tudo em câmera rápida. Tudo estava rápido demais. E estava tudo escapando pelos meus dedos. Parecia que tentar segurar a Lisa agora, era como tentar segurar o vento. Você sente, mas na hora de mantê-lo pra você, ele sai.
Eu continuava a segurar sua mão, mas assim que foram entrar na sala. Eles me impediram de continuar o caminho. Me impediram de continuar a vendo. Me impediram de simplesmente, estar ali por ela.
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Uma Metade Perdida
AcakBarry Báthory é um homem de 25 anos com o mundo aos seus pés. Quando viaja para os EUA, para trabalhar na empresa de seu pai, como um castigo por um acidente que havia provocado, ele encontra a única coisa que ele poderia querer na sua vida.