Eu subi os 35 andares, para ir de encontro com ela. Foram os 35 andares mais rápidos da minha vida, justo quando eu queria que demorasse, o mundo foi contra mim.
Quando a porta do elevador se abriu, ela estava com o rosto molhado. Ela deve ter contado pra ele tudo que havia acontecido. Eu me sinto péssimo por isso, mas eu estou determinado a dar um fim nisso. Me aproximei dos dois, o Sebastian olhava pra mim com raiva, ela com desprezo.
- Está demitida.
Depois dessas duas palavras pra ela, eu andei até meu escritório, e me tranquei lá dentro, tudo ali me lembrava da Lis... Elisa. Eu não iria aguentar.
Comecei outra destruição no meu escritório, e eu sabia que ela estava ouvindo, já que a maçaneta estava sendo forçada, eu arremessei o abajur na parede, e vi meu reflexo na janela, eu estava chorando. Eu não podia fazer isso, eu não queria, mas eu precisava.
Andei até a porta e abri furiosamente, era o Sebastian, ele me deu um soco na cara, limpei o sangue de minha boca e olhei pra ele, ele parecia ter sangue nos olhos. Ele agarrou a gola do meu terno e bateu meu corpo contra a parede.
- Como você pode? - Ele estava bufando de raiva.
- Ela me quer... - Eu Sorrio, e ele me dá outro soco no rosto.
O gosto do sangue começou a subir, seguido de outro soco, eu não estava com cabeça para brigar, e não estava emocionalmente estável pra isso.
Ele me dava vários golpes seguidos, e quando me dei conta, já estava no chão, eu estava com muita dor, mas continuava sorrindo, com os dentes sujos de sangue claro.
- Eu juro que vou arruinar sua vida Báthory!
- Não a mais nada a ser arruinado... - Eu rio fraco dele, e passo a língua em meus labios sentindo o familiar gosto do sangue nessa situação.
Ele me deu um chute na boca do estômago e saiu do escritório, me deixando ali sozinho e sangrando.
Eu estava torcendo para a Lisa aparecer e me socorrer, mas fiquei sozinho caído, ela não apareceu, e nem apareceria. Eu estava sozinho de novo, assim como ela disse a vez." Ninguém nunca, vai querer estar perto de você,você só sabe pisar nas pessoas para se sentir superior porque lá no fundo Báthory, você sabe o quão merda você é! "
Ela foi sincera comigo naquela hora, mas só agora eu consigo entender suas palavras, eu havia arruinado sua relação com o Sebastian, seu emprego, ela estaria desempregada até conseguir seu emprego na tal empresa que ela havia me falado antes, eu arruinei a única coisa que eu deveria dar valor.
...
Já faz uma semana que eu demiti a Lisa. Foram sete dias péssimos. No primeiro dia, eu olhei pra sua mesa assim que cheguei, mas não havia ninguém lá, não havia o sorriso que eu queria ver, nem os olhos claros que eu amava. No segundo dia, eu estava furioso, quebrei tudo em meu escritório, e voltei pra casa mais cedo, recebi várias ligações do meu pai sobre minha irresponsabilidade no trabalho. No terceiro dia, havia uma nova secretária sentada no lugar da Lisa, ela era bonita mas não o suficiente, ela tentou ser simpática e charmoso, mas eu não queria ela, queria a Lisa, por isso a demiti. "Assim como fez com a Lisa" meu subconsciente adiciona. Ele tem que aprender a ficar calado. O quarto e quinto dia foi a mesma coisa, entrei no escritório, fiz todo o meu trabalho, e voltei pra casa pra encher a cara. Os outros dois dias foram fim de semana, eu sai pra beber nos dois dias, eu bebi todo o tipo de bebida que vocês conhecem.
Hoje é segunda de novo, e estou no elevador, me preparando para qualquer coisa que me espere no 35º andar. Esse elevador tem tantas lembranças, queria que não fosse apenas lembranças. Na verdade, eu não queria que essa porta se abrisse.
Assim que a porta do elevador se abre, encontro um Henry Báthory furioso, com olhar matador, nada que eu não tenha visto antes.
Ando até ele devagar, na verdade, Ando até meu escritório, mas ele vem atrás, e assim que entra, tranca a porta atrás de si.
- O que você pensa que está fazendo? - ele diz furiosamente.
- Acho que trabalhando, mas nada certo. - Digo enquanto me sento em minha cadeira, deixando a pasta na mesa.
- Você não tem feito nada nos últimos meses Barry! Eu não te mandei pra cá pra isso!
- Eu sei "pai"- faça aspas com os dedos - Não me trate assim! Eu exijo respeito de sua parte!
- Então o mereça! - eu Bato na mesa com raiva, ele realmente não merecia meu respeito. Nunca havia sido um pai presente, ele não podia exigir nada do mim.
Ele ficou me olhou com desgosto, provavelmente por ver em que o seu filho se tornou.
- Você demitiu a Elisa...
- Sim... E?
- Ela era a melhor pessoa que você podia ter... - Sua voz se tornou calma, e por um momento, eu imaginei que ele estivesse falando de uma relação concreta. - Ela tinha um futuro promissor nessa empresa, e você destruiu isso, ela podia nos gerar milhões e...
- Nem tudo é sobre dinheiro! - Eu gritei com ele - Nem tudo é sobre a porra do dinheiro!
- Você nunca teve que se preocupar com isso mesmo! Sempre esbanjou o meu! - Ele rebate, e logo da um longo suspiro - Ela estará de volta amanhã, não faça merda!
Ele despejou essas palavras e saiu. Eu nao posso vê-la novamente, trará coisas átona que eu não quero, que ela não precisa, ainda mais porque a viagem pra Boston seria na quarta-feira, e amanhã já e terça, não podemos fazer isso. EU não posso fazer isso, não porque não quero a ver, mas porque não quero me apaixonar por ela, e trazê-la para meu mundo frio e gélido.
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Uma Metade Perdida
RandomBarry Báthory é um homem de 25 anos com o mundo aos seus pés. Quando viaja para os EUA, para trabalhar na empresa de seu pai, como um castigo por um acidente que havia provocado, ele encontra a única coisa que ele poderia querer na sua vida.