--- fala sério, não sou obrigada a isso. Meus olhos sangram --- dizia ao ver o convite do casamento do Pai - que palhaçada!
--- Ei, sem drama María. Pensa, é a felicidade dele. --- Christian tentava lhe fazer repensar sobre a ideia - você sabe que seu pai ia ficar muito feliz se você fosse. Menininha do papai --- fez voz de criança.
--- ai para! - revirou os olhos --- eu já sou uma adulta, okay? Além do mais, meu pai não vai nem notar minha ausência. Afinal, essa mulherzinha já tem duas filhas. --- com uma ponta de ciúme. --- Tomara que finalmente uma delas compense segundo as palavras dele a má filha que eu sou. --- no fundo isso a magoava, e muito.
--- Bom dia --- bocejando --- Chris, querido, o que faz tão cedo por aqui? --- descia as escadas com um roupão de seda.
--- mamãezinha, pra sua informação são 13:00.--- bufou, jogando-se no sofá.
--- ai, que mal humorada, Dulce María. Não faço ideia à quem puxou. --- pegando o papel que estava em cima da mesa de centro.
--- nem eu --- irônica.
--- o que é isso? --- Blanca perguntava sobre o convite.
--- ué, não sabe ler --- retrucou amarga.
--- olha aqui, Dulce. Você me respeite que eu sou sua mãe. --- Dulce revirou os olhos.
--- é um convite de casamento, tia --- Christian disse receoso, já estava imaginando a reação de Blanca.
--- adoro casamentos --- abriu empolgada e leu atentamente --- não! claro que não! Fernando faz questão de me irritar com essas brincadeiras sem graças. --- irritada.
--- não é nenhuma brincadeira, mamãe. --- disse sem fazer caso.
--- como não? Isso não pode ser. Eu não quero! --- jogou um vaso que estava em cima da mesinha na parede e saiu dando passos firmes.
Christian e Dulce já esperavam a reação, então nem se assustaram.
--- e esse é um típico dia na casa das Saviñón --- fingiu uma narrativa e deu um falso sorriso.
--- querida, eu tenho que ir --- levantou.
--- não --- fez biquinho. --- não me deixa com ela Chris, ela pode me jogar da escada. --- se referindo a mãe.
--- sem exageros, Chuck. Eu combinei de ir almoçar com a vovó e já estou atrasado, bye. --- lhe deu um beijo na testa.
--- vai lá, vovózado. --- o provocou.
--- eu sou mesmo.
--- não quero ninguém se culpando no meu velório, viu! --- gritou assim que ele cruzou a porta, Christian a olhou por cima do ombro e riu de outro exagero da ruiva.
--- ISSO É TUDO CULPA SUA, SUA INÚTIL. --- Blanca não media as palavras, estava muito irritada.
--- minha culpa? Está maluca né? --- gesticulou.
--- VOCÊ NÃO INSISTIU --- a acusava --- ELE É LOUCO POR VOCÊ, SUA IDIOTA, SE TIVESSE PEDIDO ELE NÃO ME LARGARIA!
--- SE ELE AINDA TE AMASSE, NÃO TE ABANBANDONARIA --- começou a gritar também --- E SE ELE FEZ ISSO, FOI PORQUE VOCÊ O FEZ INFELIZ.
--- SAI DA MINHA FRENTE, SUA PIRRALHA!
--- eu vou. Não porque você mande em mim, mas porque, eu já cansei de olhar pra essa sua cara cínica --- subiu as escadas sem olhar atrás e foi direto para seu quarto.
Assim que trancou a porta deus alguns passos e puxou uma caixa de madeira que estava escondida debaixo da sua cama, jogando-se em seguida sobre o colchão.
Ali continha várias fotografias da família.
--- tudo acabou, e nem sequer pude perceber ou me acostumar. --- seu telefone tocou. Limpou o rosto e a garganta, depois atendeu.
~ ei, até que enfim. Pensei que ia me dar um vácuo ardilla. --- reclamou.
--- oi, Poncho. O que quer? --- sem paciência.
~ que simpática você. --- ironizou --- já recebeu não foi?
--- ham? --- sem entender.
~ o convite do casamento. --- disse receoso.
--- ah, sim. --- desanimada.
~ como minha madrinha reagiu?
--- como você imagina? --- era óbvio.
~ é por isso que está tristonha, não é?
--- olha, Poncho. Eu não me deixo abater por essas bobagens. Logo, logo ele já está divorciado. Agora que pegou o gosto --- alfinetando o pai.
Dulce nunca dava o braço a torcer, sempre fazia questão de mostrar que era forte, que não sofria. Mas quando estava só, se permitia a chorar, e reclamar seus medos e suas incertezas.
~ escuta... --- foi interrompido.
--- eu tô ouvindo.
~ deixa de ser chata, tampinha. --- ela riu --- Um amigo descolou uns ingressos pra uma festa. Aí, eu estava pensando em levar uma baixinha esquentada.
--- claro que ela vai querer ir --- animou-se.- Te espero às 22:00. --- ia desligar.
~ Ei, e o seu carro?
--- ah, nem te falei, o velho me tirou por um mês, só porque eu fui pega um pouquinho bêbada.
~ imagino esse pouquinho.
--- okay, mas sem sermões --- se apressou --- Tchau Ponchito
...
--- Meu amor, é linda. --- Jacqueline estava encantada com a nova casa. --- mas é enorme, não acho necessário. Além do mais, eu quero ajudar com as despesas. Com uma casa desse tamanho eu não consigo.
--- nada disso, você tem apenas uma única obrigação. --- Fernando disse sério.
--- e qual é?
--- me fazer muito feliz! --- a beijou --- as crianças vão amar, cada um terá seu quarto. Tem área pra festa, piscina, biblioteca e academia.
--- eu ainda continuo achando demais --- dizia receosa, não estava acostumada com tanto luxo.
--- ainda tem algo que me preocupa.
O quê? --- lhe abraçando.
--- Dulce. Não sei como vai reagir com isso. Tenho medo que ela não te aceite. --- fitando o chão.
--- quanto a isso, eu estou confiante. Eu pretendo domar essa fera. --- lhe abriu um grande sorriso.
--- não será nada fácil. --- conhecia a filha e sabia que ela não aceitaria aproximação. --- Dulce não é como suas filhas, que são obedientes e carinhosas.
--- Annie não é nenhuma santa. Mas acredite, estou acostumada a lutar.
--- boa sorte nessa batalha. Vai precisar, e muita. Querida, temos que nos apressar, o casamento é daqui a um mês e tem a mudança.
--- é verdade, mas eu vou pedir ajuda a Annie e a May, quanto a isso, pode ficar tranquilo.
--- eu não sei o que faria sem você. --- colou seus lábios e ela sorriu.
--- nada! --- brincou lhe roubando outro beijo.
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Quédate - VONDY.
RandomUma garota rebelde, muita das vezes impulsiva, que vive o hoje sem pensar no amanhã. Um jovem responsável, que sonha em ter um futuro brilhante. O que tem em comum? Absolutamente, nada. Mas, e se o destino resolver os juntar. seria para lhe pregar u...