Capítulo 11.

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--- Estávamos com tanta saudade de você, querida. --- Rosanna, mãe de Belinda segurava  a mão da sobrinha do coração.

--- é verdade --- concordou o marido. --- devia vir nos visitar mais vezes, Dulce.

--- além do mais, nossa Belinda quase não tem amigos aqui. --- Rosanna continuou.

--- eu estou bem aqui, mamãe e papai. Só para constar. --- revirou os olhos e voltou a se concentrar em sua comida.

--- eu estou adorando a companhia de cada um de vocês. --- havia sinceridade nas palavras de Dulce.

Poucas vezes em sua vida tinha sentido-se querida,  e os Peregrin em todas estiverem presentes.

--- que bom que seus pais a deixaram vir, e sozinha. --- Inácio deu um longo gole em seu vinho e olhou orgulhoso para Dulce --- Devem ter muita confiança na filha que têm.

Belinda engasgou-se.

--- não sabem o quanto. --- Dulce deu um sorriso amarelo.

--- ficamos felizes ao saber que a nossa pequena tem ótimas amizades. --- foi a vez de Belinda receber um olhar carinhoso do pai --- você é uma menina tão responsável.

Dulce havia conseguido convencer a amiga que falasse com seus pais contando-lhes a história de que: Dulce estava de férias e por isso resolveu dedicar um tempo à amiga, a qual não via à um tempo. Depois de muita insistência Belinda cedeu, mas a fez prometer que logo os contaria a verdade.

Já fazia seis dias que Dulce estava na Espanha com os Peregrin.

Não havia ligado o celular e estava mais tranquila. Tinha vontade de ligar para Poncho ou Christian, para avisá-los, porém sabia que seu segredo não duraria muito tempo com eles.

--- até quando continuará me tratando assim? --- Fernando já não aguentava a frieza da esposa.

--- até você obter resultados. --- virou para o lado oposto na cama.

--- eu tenho tentando, mas ninguém sabe de nada. Você estava comigo, até à delegacia já fui. --- colocando o livro e o óculos sobre a comoda ao lado da cama. ---  Eu estou preocupado também. É a primeira vez que Dulce sai sem dar noticias e fica tanto tempo fora. Eu ficaria até mais sossegado se ela estivesse com a mãe.

--- eu acho que não. --- voltando a ficar de frente para o marido. --- Eu estou sendo muita dura com você, perdão.

--- tudo bem. Eu só queria que fosse mais simples a minha relação com ela. --- deu um suspiro pesado.

--- eu sei, querido. --- o acariciou o rosto.

--- Dulce nem sempre foi assim, quando menor, era a menina mais meiga e doce que conheci. Sua ternura me encantava tanto, ela conseguia o que queria com apenas um sorriso e um eu te amo, papai --- seus olhos brilharam com a lembrança. --- Blanca e eu a destruímos.

--- isso não é verdade.

--- sim, é. Dulce mesmo faz questão de enfatizar sempre que pode.

--- você verá que com o tempo tudo vai se resolver. --- segurou a mão dele e depositou um beijo sobre ela --- Eu estou aqui para adverti-lo --- brincando.

Ouviram batidas na porta e Jacqueline se levantou para atender.

--- mãe, tem uma ligação para Fernando lá em baixo, no escritório. --- Falou Anahí assim que a mãe abriu a porta.

--- a essa hora? --- Jacqueline olhou confusa para Fernando que de pronto levantou e saiu apressado.

A esposa colocou um roupão e desceu junto.

--- E então? --- Jacqueline não aguentava mais o suspense em torno da ligação. 

--- era Belinda, uma amiga de Dulce. --- respirou aliviado antes de dar a notícia. --- Dulce está na casa dela.

Jacqueline sentou aliviada e abriu um sorriso.

--- Fernando, isso é maravilhoso.

--- Belinda está morando em Madrid. --- informou-a.

--- não importa. Ao menos já sabemos que ela está bem e que está com alguém da sua confiança.

...

--- traíra! É isso que você é! Como pude ser ingênua? Eu pensava ter uma amiga, mas vejo que não. --- Dulce cuspia as palavras amargas sobre Belinda.

--- sou sua amiga e quero seu bem! Por isso fiz o que fiz. Problema seu se vai agir feito uma criança, seu pai estava sofrendo, Dulce. Minha consciência está tranquila, pois sei que fiz o certo.

--- claro, sua família é perfeita. Vocês não enfrentam nenhum tipo de problema. Como poderia me entender?

--- você realmente acredita nisso? Você não sabe nem da metade, Dulce! Temos problemas sim, na verdade, muitos. --- gesticulava enquanto discutia. --- Apenas não gritamos aos quatro cantos! Ou você acha que somos uma família harmoniosa e feliz vinte e quatro horas por dia? Isso não existe!

--- já não importa. Meu carcereiro deve estar à caminho --- ergueu a sobrancelha o mais alto que pode afrontando-a.

--- aonde você vai? --- Belinda perguntou  ao ver Dulce pegar a mala e o casaco.

--- eu não acho que se importe, mas para o caso de Fernando te pedir um relatório exato, vou dizer.

--- Dulce, por favor...

--- irei para o aeroporto agilizar o trabalho dele. Tchau. --- abriu a porta do quarto de Belinda e virou novamente para ela. --- Ah, dê um beijo em seus pais e diga que eu os adoro, mas devido à um contratempo intencional, tive que voltar antes do previsto. --- com um sorriso cínico, saiu sem olhar para trás.

Olá, obrigado à todas (os) que comentaram e estão lendo a história. Sério, até me assustei, vi mais comentários que nos capítulos anteriores. Descobri que há vários fantasminhas lendo, obrigado.
O capítulo de hoje é curto, na verdade eu o excluiria e começaria o novo sistema - aquele o qual falei, os personagems narrando e tal... Já que vocês aprovaram - porém esse já estava escrito. Então, decidi começar no próximo. Não gostei desse, mas mesmo assim postei. No próximo já veram mudanças, vou querer saber se gostaram ou não. Se encontraram uma melhora ou não.

Las quiero ♡

Quédate - VONDY.Onde histórias criam vida. Descubra agora