Capítulo 29.

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--- Olha, foi um erro te falar essas coisas. São problemas meus e eu não tenho que te aborrecer com isso. ---- limpando o rosto. --- É melhor você voltar pra festa.

--- Não tenho o que fazer com aqueles desconhecidos. --- deu de ombros. --- além disso, eu estou gostando do filme.

--- Dulce, está em alemão. Você não entendeu uma só palavra.

--- O quê? Eu achei que eram palavrões. Convenhamos que ele parecia bem putasso.

Christopher retomou o lugar e endireitou a postura, podendo vê-la melhor.

--- Você não existe. --- negou. --- Obrigado.

--- Ah, qual é... Você faria igual. --- deu um soquinho em Christopher e ele sorriu.

--- Sem pensar duas vezes. --- confirmou fitando-a de perto.

Dulce fechou os olhos e aos poucos aproximou-se.

--- Christopher!!! Você enlouqueceu? --- Anahí gritou atrás da porta. --- Essa garota é perigosa! E eu não me refiro somente ao atentando contra a moda.

--- É, querem te ver. --- Dulce levantou voltando a si.

--- Espera, não vai...

--- Você vai ficar bem, é forte. Além do mais, a cara de palhaça da sua prima vai te animar.

--- Dulce... --- repreendeu e ela deu de ombros e abriu a maçaneta.

--- Sai da minha frente, cuca. --- empurrou Anahí e saiu sem olhar para trás.

--- GROSSA! ARGH! ODEIO ELA.

--- Annie, agora não.

--- Todos estão preocupados com você.

--- Estou bem, como pode ver. --- ergueu os braços.

--- Você nunca vai aprender a mentir?

--- Eu... Eu só... Eu não queria vê-la. Não posso, sinto como se ela estivesse aqui debochando e desreipetando a memória dele.

--- Não sou do fã clube da sua mãe, sem falar que ela é a rainha da cafonisse... Mas, não deixa de ser sua mãe, Ucker. Não precisa falar o quanto ela te magoou, eu sei, eu estava ali. Todos merecem uma segunda chance. E exatamente pela memória do tio Victor, dê essa trégua, uma noite de paz. Amanhã você pode voltar a declarar guerra e mais, eu mesma me ofereço para enxotá-la daqui com direito a um mega fone e mala na calçada... o que me diz?

Christopher abaixou a cabeça.

--- Uma noite, nada mais. --- insistiu Annie esperançosa.

--- Ok. Você venceu. Uma trégua.

--- Eu sabia! --- o abraçou empolgada. --- Que tal voltar para a agitação? Seu amigo bebeu o juízo por completo.

--- Will?

--- É seu único amigo, bobão! --- falou óbvia. --- Agora vamos. --- deu meia volta e começou a empurrá-lo em direção à saída.

...

--- Seus amigos parecem tão empolgados. Você é muito popular, não é diferente da sua mãe. --- gabou-se. --- Na sua idade eu tinha vários grupos, todos queriam ser meus amigos, queriam ser chamados para minhas festas... imagina só.  

--- Se me conhecesse de verdade, saberia que eu não conheço essa gente. São amigos das minhas primas. E assim como você, são total estranhos.

--- Ótimo. Você tem razão. Me conte então... O que gosta de fazer? Sua comida favorita, das namoradinhas... Porquê você é lindo, deve ter muitas, não?

Anahí levou a mão até o rosto e esfregando-o. Alexandra era um fiasco até nas tentativas de aproximação.

--- Se me der licença, eu tenho que ir. --- sem esperar saiu sem olhá-las.

--- O que eu fiz? --- arregalou os olhos confusa. --- Eu estou me esforçado.

--- Não o suficiente. Foram anos perdidos. Devia ao menos ter pesquisado um pouco sobre a vida do seu filho. Não, melhor, devia ter estado aqui para não fazer esse papel ridículo. --- Anahí jogou o guardanapo na mesa e saiu enfurecida.

Dulce observava longe o que acontecia.

--- Está me saindo uma fofoqueira e tanto, heim, Dulce. --- repousando a mão sobre a árvore que Dulce se escondia.

--- Quer me matar? Imbecil! --- deu uma tapa no ombro do primo. --- Eu não estava fofocando. --- justificou sem jeito.

--- Não? --- riu. --- Mas estava muito interessada na conversa das duas dondocas.

--- Eu sou observadora. É legal ver que eu não sou a única barraqueira aqui. A família perfeição não é tão perfeita assim.

--- Ninguém é.

--- Vem cá, o que está fazendo aqui? Não cansa de ser inconveniente, Poncho?

--- Meu padrinho me convidou. --- com um ar superior. --- Você sabe  que eu não perco uma boa farra.

--- Pois está perdendo o seu tempo. Isso aqui está um saco. --- arfou.

--- Se está tão mal assim, por que não pediu o resgate do Christian.

--- Sei lá... Tenho esperança de ver uma briga decente. Um escândalo seria perfeito pra baixar a bola do Fernando.

--- Você nunca vai mudar. --- negou. --- Olha, eu vou buscar algo para beber. Vai querer?

--- Não.

--- Sério, você tá muito estranha.

--- Poncho, vê se me esquece, okay?

--- Tá bom, não está mais aqui quem falou.

Quédate - VONDY.Onde histórias criam vida. Descubra agora