Capítulo 27.

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Pov's Dulce María.

Acordei assustada, pois sonhei com Blanca durante a madrugada. --- Ela me pedia socorro, estava muito magra e suja. --- a minutos eu continuava na mesma posição. --- deitada em posição fetal e abraçada as pernas. Sentia medo, muito medo. --- Zoraida abriu a porta e como de costume foi entrando e abrindo as persianas para iluminar o quarto.

--- Dulce? --- aproximou-se ao notar que eu não me movia. --- está acordada a essa hora? O que houve?

--- por favor, fica. --- foi somente o que eu consegui falar.

Ela assentiu preocupada e sentou na beira da cama.

Perdi a noção do tempo que ficamos ali, mas em nenhum momento Zoraida desviou o olhar e demonstrou impaciência. --- sua compaixão foi acalmando meus nervos e aos poucos o medo passou.

--- meu pai, cadê o meu pai?

--- no trabalho. Hoje é sexta-feira. --- lembrou-me.

--- eu preciso, falar com ele. --- levantei procurando qualquer peça de roupa para cobrir meu corpo. --- minha mãe precisa da família. Está em apuros. Ele tem que fazer algo, tem que encontrá-la!

--- Dulce, primeiro se acalma. Seu pai não está em casa, você não vai conseguir fazer nada nervosa como está.

--- não importa. Eu vou ao escritório ou onde seja, mas preciso da ajuda dele.

--- foi só um sonho. --- segurou-me pelos braços. --- seu pai não esqueceu dela. Tem pessoas trabalhando para ele.

--- você não entede. Se algo acontecer a Blanca a culpa vai ser minha. E eu nunca vou ter paz!

Eu jamais me perdoaria. Tínhamos nossas diferenças e brigas, mas ela ainda era minha mãe. A mulher que me deu a vida e eu não desejava sua morte.

--- vamos fazer assim. Eu vou buscar um copo de água com açúcar pra você e se essa angústia não passar, eu mesma vou atrás do seu pai. Está bem?

Não sei ao certo o motivo, mas confiei em suas palavras e concordei.

--- posso te dar um conselho? --- não lhe respondi, mas voltei minha atenção por completo a ela e senti sua gratidão por tal atitude. --- hoje vai ser um dia bem corrido na casa e de verdade, seria bom se você ficasse longe desse alvoroço e descansasse.

--- por que está falando isso?

--- os convidados estão chegando. Buffet, decoração, organizadores e essa loucura de festas.

--- estão dando uma festa? --- perguntei sem acreditar.

Ninguém me disse nada. Não era feriado, meu pai não tinha nenhum caso extraordinário para comemorar vitoria. Ah não ser que... Não, não podia ser mesmo.

--- ela está grávida! É isso! Hoje é dia 21, um dia comum, por que dariam uma festa e ainda mais sem me avisar? Parece que finalmente meu pai vai ter o herdeiro dos sonhos.

Zoraida riu divertindo-se com minha indignação e eu fechei a cara.

--- não seja ciumenta. Não é nada disso.

--- e quem garante? De sonsa essa mulher só tem a cara.

--- seu pai não é tão corajoso a ponto de te dar uma notícia dessas na frente de vários convidados. É um perigo pra ele, pra você e quem estiver por perto.

--- ei! --- protestei.

--- escuta o que eu digo... Só fica longe de confusão. --- pediu outra vez. --- vou buscar a água. --- você é muito ciumenta. --- riu de novo com a mão no rosto e eu joguei uma almofada em sua direção.

--- vou trazer café também, porque força você já não tem.

Abri a boca indignada, mas logo me rendi ao ouvir o estrondo do meu estômago. --- ri vencida, ela sempre tinha razão.

...

--- e essa? Quem é? --- uma mulher de cabelo longo e loiro, muito elegante por sinal indagou a Jacqueline sem deixar de fitar-me.

--- esta é Dulce, minha enteada. É amiga de Christopher.

Uma risada sarcástica escapou e eu revirei os olhos.

Amigos? Por favor, né.

--- Alexandra Von Uckermann, mãe do Chris...

--- prefiro que use o termo encubadora por alguns meses. Porque, minha mãe, você não foi. --- surgindo no corredor.

Jacqueline pela primeira vez fechou a cara ao vê-lo.

--- você é um homem! --- falou maravilhada. --- a última vez que o vi, você estava banguela e corria de cueca pela casa do seu pai.

--- é, eu lembro. Foi antes ou depois de você sumir? De abandonar meu pai em seu leito de morte? --- falou friamente.

--- Christopher... --- Jacqueline segurou seu braço pedindo para que ele parasse.

--- não, tia. Ela não foi injusta apenas com meu pai e comigo, mas com você que já tinha duas crianças e estava perdendo um irmão. Não foi pior porque pelos cinco anos que seguiram tio Enrique esteve ali, mas depois que ele se foi...

Eu não sabia se saia dali e os dava privacidade para lavarem toda a roupa suja ou se ficava para ouvir o restante.

--- não me julgue, filho. Você não sabe o quanto foi difícil deixá-lo.

--- não me chame assim. Essa sim, --- tocando o ombro da tia. --- ela é minha mãe.

Alexandra tentou tocá-lhe o rosto, mas ele esquivou-se.

--- não devia ter vindo. Não é bem vinda.

--- Christopher, é seu aniversário! Alexandra tem o direito de estar presente. --- Jacqueline falou firme.

E a minha boca caiu. Essa era a festa.

--- aniversário esse que eu não queria. Que estou fazendo por você. Sabe o que essa data significa para mim, sabe como dói... Me desculpa, eu... só quero ficar só.  --- falava diretamente com a tia, ignorando Alexandra e a mim.

Acho que na verdade, ele sequer tinha notado minha presença. --- ou continuava a me dar um gelo. --- sem dizer mais nada ajeitou a mochila no ombro e saiu da casa sem fitar nenhuma das três.

Alexandra estava imóvel com a mão estendida no ar. Era óbvio que Jacqueline não sabia o que fazer... E eu, eu estava chocada com o turbilhão de informação.

Oi amores, olha quem voltou! Voltarei a postar aqui sempre que puder, espero que ainda tenho leitores. Se puderem dar um sinal de vida pra eu saber se devo continuar, eu agradeceria.
Bjos e los quiero ♡

Quédate - VONDY.Onde histórias criam vida. Descubra agora