Capítulo 21.

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Pov's Maite Perroni.

Eu e a minha maldita mania de descer todo dia às 03:42 em ponto. --- na verdade, soava mais como um tic. --- Toda madrugada eu acordava exatamente às 03:40 e às 03:42 tomava um copo de água com açúcar e meditava por uns dois minutos e às 03:45 voltava a meu quarto. --- uma bizarrice você pode achar e, pensando bem até é.

Ao descer a escada reparei que a sala principal --- ainda teria que me acostumar com esses nomes. --- estava iluminada e não totalmente escura como de costume. Confesso que o medo tomou conta de mim. E se fossem marginais? Eu era a presa perfeita: mulher, bonita --- sejamos honestos ---, e indefesa. Pensei em gritar, mas poderia assustá-los. Pensei chamar os outros, mas não poderia os colocar em risco. Cogitei também ligar para a policia, mas e se eu fosse descoberta? Não queria nem imaginar...

Com um surto de coragem me aproximei e deparei com a porta aberta.

A claridade vinha de fora, aos poucos fui em direção ao jardim, mas o que eles poderiam roubar ali?

Meus olhos percorreram o jardim por completo e nem sinal de alguém até que... Pousaram sobre a piscina.

--- AAAAAAAAAAAH! --- gritei assustada com a cena.

Vi Christopher virar em minha direção também assustado.

--- eu não vi isso, foi apenas uma ilusão, uma horrível ilusão --- repetia tentando convecer-me.

--- May, me escuta, não é o que parece.

--- não é o que parece? Quantos anos acha que eu tenho? três? Você... Você devia ter vergonha!

--- eu juro, não é o que parece. --- insistiu.

--- você está só de cueca e a Dulce... --- olhei para ela que ria sem pudor. --- sem comentários --- virei o rosto para o lado oposto.

Ela estava TOTALMENTE despida.

--- eu quero te matar, seu idiota! Christopher, é a filha do Fernando. Você enlouqueceu?

--- quem está aí? --- ouvimos a voz distante e nos olhamos com medo.

--- Fernando! --- falamos juntos e assustados.

Agora sim, era o fim.

--- o que fazemos? --- Christopher perguntou-me.

--- eu que vou saber? Essa confusão é sua. Estou de passagem.

--- quem está aí? --- Fernando voltou a repetir.

--- toma! --- tirei o roupão que eu usava por cima do pijama e joguei para Christopher que saia apressado da piscina com Dulce que ria descontroladamente.

Eu podia jurar estar mais alterada do que o normal.

--- coloque-o nela e suma daqui! --- falei impaciente. --- Vou ver se consigo distraí-lo.

Ele assentiu e fez o que eu mandei. Em menos de vinte segundos já havia sumido.

--- é a última vez que vou perguntar, quem está aí?

--- sou eu Fernando, a Maite. --- respondi quase gritando para que ele pudesse ouvir.

--- o que faz aqui a essa hora? --- chegando com uma lanterna na mão me lançou um olhar desconfiado.

--- eu... Eu... --- pensei por um momento. --- Tomando um ar. Sim, sabe a noite está tão quente. --- forcei um sorriso.

--- ah. ---  Falou balançando a cabeça.

Era óbvio que ele não tinha engolido a história.

--- mas e você, o que faz aqui? Não me diga que minha mãe te colocou para dormir no sofá? --- péssima piada, eu sei.

Quédate - VONDY.Onde histórias criam vida. Descubra agora