Pov's Christopher Von Uckermann.
--- posso falar com você? --- perguntei sério.
--- não. --- respondeu sem me olhar e seguindo direto.
--- Dul, já faz uma semana que você me evita.
--- meu nome é Dulce, D-U-L-C-E. E vou continuar a evitar. Não sou obrigada a falar com quem não quero. --- forçou um sorriso sem mostrar os dentes.
--- então ao menos me ouça. --- pedi e ela parou e colocou as mãos sobre a cintura esperando que eu começasse. --- Eu estava errado. --- a muito custo admiti.
--- o quê? Repete. --- sim, ela se aproveitaria disso.
--- eu estava errado. --- falei um pouco mais alto, mesmo contrariado.
--- pode continuar. --- parecia satisfeita em me ouvir dizer aquilo.
--- sem querer acabei ouvindo uma conversa entre minha tia e o seu pai...
--- hm...
--- sua atitude foi muito legal. --- falei com sinceridade e admiração.
--- do que está falando? --- sem entender.
--- sobre a Zoraida.
--- você é um fofoqueiro. --- bateu em meu braço e saiu com a cara fechada.
--- espera! --- corri em sua direção e parei em sua frente.
--- o que foi dessa vez? --- Dulce perguntou sem paciência. --- nem pense que fiz isso por aquilo que você me disse, porque não foi!
--- eu sei, algo dentro de mim diz que você é bem melhor do que tenta aparentar e me pede pra não desistir.
--- desistir? Acho que você está muito ligado em conto de fadas e essas coisas. Aqui é a vida real e eu não preciso de ninguém no meu pé, sei me virar muito bem sozinha. Não vê? Sobrevivi a dois pais que são uma catástrofe.
--- isso não é verdade. Você é a pessoa mais importante que existe para o Fernando, todos podemos ver o quanto ele te adora.
--- e minha mãe? Vai defender como?
Dulce sempre tinha a arma perfeita e estava pronta para atirar.
--- não posso. Não a conheci, mas deveria ter seus problemas e achou que essa era a melhor solução.
Pelo menos era o que eu pensava a respeito.
--- tem razão. Não a conheceu, não sabe o que me fez passar, o quanto me fez sofrer. --- falou entredentes e eu podia ver a mágoa estampada em seu rosto.
--- nem todos tem a sorte de ter os melhores pais.
--- pra você é fácil falar, não é? Tem a família perfeita! É o filho exemplar, o orgulho da titia.
Falava com desdém.
--- sabe qual a diferença entre nós dois? --- não esperei uma resposta. --- não me coloco como vítima. Tento superar minhas dificuldades e esquecê-las. --- desabafei. --- Esses sentimentos só vão te corromper e gerar mais sofrimento... Você não enxerga? Tem os alimentado e eles estão crescendo cada vez mais.
--- isso não é da sua conta! --- me empurrou.
--- eu queria te largar de mão, mas não consigo. --- fechei os olhos admitindo meu maior erro.
--- por que não faz isso? Já estou acostumada mesmo. --- piscou várias vezes contendo as lágrimas.
--- porque eu sou diferente.
--- é melhor em quê?
--- em te amar! Será que não percebe?
--- o quê? --- foi o que teve tempo de dizer.
A puxei para mim e a beijei com toda a vontade que eu guardava a tempos, já não podia esconder.
Minha prima estava certa, havia me apaixonado por Dulce e não conseguia ficar um minuto sequer sem tê-la em meus pensamentos, sem sentir sua falta.
--- você enlouqueceu? --- perguntou assim que nos separamos. --- alguém poderia nos ver!
--- eu não ligo!
Eu já não ligava para nada além dela.
--- mas eu sim! --- da onde tirou essa baboseira? Você é igual a todos, acha mesmo que vou cair nessa sua história? --- riu. --- é um burro! E se isso for verdade, faz de você um tolo por achar que eu posso sentir o mesmo.
Segurei os pedaços que me restavam para tentar sair com dignidade dali.
--- tem razão. Sou um tolo por acreditar que você pode ter algo de bom, quando nem você acredita.
--- você não é homem pra mim, parece mais um marica. E esse papo de sensibilidade e essas cafonisses? É assim que pretende conquistar alguém? O máximo que vai conseguir é que sintam pena.
--- e disso você entende, não é? --- levantou a mão para me dar um tapa e eu a segurei. --- essa é a última vez que me trata assim. --- falei entredentes.
Estava cansado de ser o tapete de Dulce.
--- ei, ei, ei, o que está acontecendo aqui? --- Maite exigiu saber.
--- nada. --- a soltei e saí furioso.
...
--- posso entrar? --- Jacqueline parecia seria.
Será que a pequena discussão tinha chegado ao seu conhecimento?
--- sim, tia. --- fechei o livro que tentava ler, e que não conseguia por não parar de pensar naquela ruiva rebelde.
--- tenho uma notícia pra você. --- notei seu esforço para continuar.
--- não me diga que a senhora ... --- fiz um círculo com o dedo na altura da barriga e ela quase caiu para trás.
--- não! Não é isso.
--- da onde tirou essa ideia? --- perguntou visivelmente nervosa.
--- seria normal... --- me interrompeu.
--- esquece. --- suspirou. --- Christopher, sua mãe ligou para avisar que virar comemorar seu aniversário semana que vem.
--- não. --- choraminguei.
--- é sua mãe, Christopher. Eu sei que você não gosta de comemorar, até entendo seu ponto de vista... Mas faça um esforço, não é fácil para ela também.
--- vou tentar. --- prometi sem ânimo algum.
--- eu estarei aqui, suas primas estarão aqui, Fernando... E até a Dulce. Já percebi que ela se dá bem com você e a Maite.
--- esqueça isso, por favor. --- pedi sentindo novamente o peso voltar a minha cabeça.
--- aconteceu algo?
--- não, Tia. Não comenta nada com o Fernando... E com ela.
--- como quiser. --- deu um beijo no meu rosto e abriu o seu típico sorriso largo. --- te quero na sala de jantar em cinco minutos, mocinho. Ah, e melhore essa cara.
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Quédate - VONDY.
AléatoireUma garota rebelde, muita das vezes impulsiva, que vive o hoje sem pensar no amanhã. Um jovem responsável, que sonha em ter um futuro brilhante. O que tem em comum? Absolutamente, nada. Mas, e se o destino resolver os juntar. seria para lhe pregar u...