Pov's Dulce María.
--- Dulce, saia, por favor. --- já era a décima sétima vez que Poncho pedia.
E sim, eu estava contando.
--- já disse que daqui não saio! não vou pagar de família feliz, nem vocação para atriz eu tenho.
--- ao menos abra essa porta --- neguei com um sorriso sapeca.
--- mas que porra, Dulce! É a primeira vez depois de dois meses que seu pai te deixa sair de casa, faça por merecer.
--- nessas condições eu não quero. --- cruzei os braços. -- Preferia assistir Lúcia fazendo ioga --- fiz uma careta ao de imaginar tal cena.
--- esquilo, coopera por favor. --- juntou as mãos e fez usou sua expressão mais apelativa.
- não, e não. --- virei o rosto para não cair em seu truque --- E larga do meu pé Poncho.
--- todos estão te esperando, o que foi dessa vez? --- Meu pai veio em nossa direção e para variar, estava bravo.
--- tio... --- Alfonso iniciou prestes a inventar uma desculpa e me proteger, isso eu já esperava. Ele sempre tentava amansar a fera.
--- pode ir, meu filho --- o cortou e Alfonso assentiu saindo. --- abra essa porta, Dulce. --- eu o encarei desafiando. --- você pode abrir ou, eu faço isso. --- suspirei frustrada, destravei a porta e arredei para o canto oposto.
Meu pai entrou e bateu a porta com força me fazendo estremecer.
--- vamos ter uma conversa. --- simplesmente odiava quando ele dizia isso.
Peguei meu fone que estava junto ao meu celular em minha perna e o coloquei, aumentei o volume ao máximo e apertei o play.
Meu pai me puxou pelo braço e eu protestei.
--- isso doeu, o que pensa que está fazendo? --- recolocando-o.
Dessa vez sua impaciência foi voltada para meu celular, que jogado para o lado de fora.
--- o que fez? Está louco? Você não tem o direito...
--- você me ouviu, vamos conversar! --- interrompendo-me.
Mentalmente o xinguei de todos os palavrões que eu conhecia e até tive vontade de inventar novos para descontar minha raiva.
--- você tem dois minutos e nada mais. --- encostei a cabeça na janela e comecei a contar em voz alta.
--- escuta aqui, sou seu pai e não seu filho. Já está mais do que na hora de colocar isso na sua cabeça! Se eu quiser falar por horas, por horas terá que me ouvir!
Revirei os olhos.
--- olhe para mim quando eu estiver falando com você! --- segurou em meu queixo e me fazendo mirá-lo.
--- está me machucando, Fernando --- disse entredentes.
--- a partir de hoje você vai andar na linha. Já cansei das suas manhas. Eu te mimei demais e não sabe como me arrependo. --- balançou a cabeça visivelmente frustrado. --- Sua mãe e eu erramos tanto.
Minha garganta tapou, como se quisesse me sufocar e eu até queria que assim fizesse. As palavras dele foram o bastante para me abalar, mas eu não podia ceder, não podia deixá-lo notar.
Meus olhos começaram a arder, eu não aguentaria segurar as lagrimas por mais tempo.
--- sim, eu sei. Vocês fazem questão de me lembrar. --- cuspi as palavras e empurrei sua mão que estava sobre meu queixo.
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Quédate - VONDY.
De TodoUma garota rebelde, muita das vezes impulsiva, que vive o hoje sem pensar no amanhã. Um jovem responsável, que sonha em ter um futuro brilhante. O que tem em comum? Absolutamente, nada. Mas, e se o destino resolver os juntar. seria para lhe pregar u...