Capítulo 19.

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 Pov's Dulce María.

Meu pai me mataria se soubesse, isso eu tinha a plena certeza. Porém, o que olhos não veem o coração não sente... já dizia o ditado. Se é que dizia assim, eu não fazia a mínima ideia e, também não dava a mínima atenção a isso.

Estava bêbada demais, - estou na verdade. – o motivo? E por acaso se necessita de um? Não mesmo.

Bebamos pela vida, por nossas conquistas, por nossas desgraças... Não importa, apenas beba. Um ótimo conselho, não? Então faça o favor de guardar e não esquecer.

Okay, iniciaremos do começo. Sempre é a melhor parte, exceto pelo fim e meio... Pensando bem, esqueça. Estou bêbada, já lhe disse? --- voltando --- Christian, meu amigo-mariposa, me convidou para sair e como a carne é fraca, e eu mais ainda, aceitei. --- óbvio. --- copo vai, copo vem e cá estou.

Ao menos minha situação era melhor que a de Christian, que saiu carregado pela avó. Dona Mercedes teria uma longa noite pela frente.

Tirei os sapatos um a um com a maior delicadeza possível. Um descuido e tudo poderia ir por água a baixo.

Tomei o maior susto quando as luzes acenderam, dei um grito e coloquei a mão sobre a boca.

Eu estava ferrada!

--- boa noite, Dulce... Ou, devo dizer boa madrugada? Christopher cruzou os braços e me olhou da cabeça aos pés, inspecionando meu estado.

--- quase tive um infarto, seu imbecil! O que faz aqui? Devia estar dormindo. --- berrei irritada, mas logo tratei de abaixar o tom de voz.

--- eu moro aqui, não se esqueça. E se existe alguém que tem o direito de passear pela casa a hora que quiser, esse alguém sou eu. --- apontando para si.

--- quer uma medalhinha de honra ou o quê? --- coloquei a mão sobre o queixo.

--- a onde estava, Dulce? --- perguntou sério e eu gargalhei.

--- isso não é da sua conta --- falei lentamente me aproximando e voltei a rir.

Ele não parecia nada satisfeito com a minha resposta.

--- está bêbada! --- concluiu Christopher.

--- e daí? Você devia fazer o mesmo. Tomar um bom porre... Sabe de uma coisa, loirinho... Eu ia gostar de te ver bêbado, ia muito. --- ri e analisei por um instante --- ou será que continuaria o mesmo velho antiquado? --- balancei a cabeça negando. --- pensando bem, eu prefiro não ter essa experiência.

--- vem, vou te levar para o seu quarto --- meu puxou e eu protestei.

--- ei, ei, ei, o que pensa que está fazendo? Não, não... A madrugada apenas começou. --- sacudi os seios e ele arregalou os olhos. --- Vá dormir, eu sei me virar.

--- ah, sim. Estou vendo, não consegue nem ficar em pé sem perder o equilíbrio.

--- é um tipo de meditação, não vê? --- juntei as mãos acima da cabeça e fechei os olhos.

--- vem, você vai precisar de um banho e um café bem forte. --- segurou em minha mão e foi me levando rumo a escada.

--- eu não quero, me larga! --- me afastei e acabei cambaleando um pouco.

Christopher me encarava sério.

--- o que foi? --- perguntei incomodada.

--- seu pai sabe que você saiu? --- fiquei em silêncio.--- é óbvio que não.

--- e lá vamos nós. --- suapirei sabendo o que estava por vir. --- Você não vai fazer fofoca, não é?! --- me aproximei e toquei em seu peito.

Tentei aparentar o máximo de sensualidade, não precisaria de uma bronca a essa hora.

--- você está fedendo a álcool. --- afastou-se.

--- ok. Vai lá então, princesinha. Me dedure e se divirta com a bronca que ele vai me dar, só não se esqueça... Aqui se faz, aqui se paga. --- falei firme ou, algo perto disso, já que nem a minha voz saía  normal.

--- isso é uma ameaça? --- colocou a mão sobre o rosto e riu.

--- entenda como bem quiser!

--- eu até poderia fazer isso, mas para a sua sorte, não sou um fofoqueiro. --- revirei os olhos enquanto Christopher continuava a falar. ---  E sei que não adiantaria de nada. Você vai continuar sendo a mesma inconsequente de sempre.

--- olha, você não é tão burro quanto parece. --- fingi estar surpresa.

--- apenas lembre-se, Dulce. Vai arcar com as consequências das suas atitudes. --- falou seriamente.

--- você me dá sono. --- bocejei e me encostei-me à parede.

--- se Zoraida ouvir alguma reclamação no seu lugar, saiba que não pensarei duas vezes antes de abrir a boca. --- avisou.

--- não se preocupe, Madre Teresa de Calcutá. Não vai sobrar para a empregadinha.

Ele abriu a boca para contestar, mas logo desistiu.

--- eu sei me virar, não ouviu? --- falei sem paciência. --- quer saber? Tenho uma ideia melhor, não vou perder meu tempo com você e suas chatices. Bye!

Christopher pareceu entender o recado e subiu as escadas sumindo da minha vista.

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