--40-- Na toca do lobo

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No carro eu olhava através da janela, imóvel, mal respirava, nem ousaria olhar para o ser mais lindo e desprezível ao meu lado. Seu perfume estava me embriagando, ele estava absurdamente lindo, até acho um absurdo um cara ser tão lindo, sexy e ... E... E arrogante Bela, não se esqueça.

Olhei para o céu tentando me distrair dos pensamentos em relação ao Felipe. Observo as nuvens e noto que o céu está carregado e sua coloração em um tom de vermelho escuro alaranjado, com cara de chuva.

Felipe estava dirigindo irritantemente devagar, com certeza é só mais um modo de deixar o clima ainda pior e eu ainda mais frustrada e constrangida.

Já haviam se passado uns 10 min e ele não estava nem na metade do caminho ainda, minha vontade era de perguntar porque ele estava tão de devagar, se estava apostando corrida com uma tartaruga manca, mas claro que não vou me atrever, se pra mexer um braço em penso mil vez e conto até dez, imagina para falar algo? Melhor eu ficar na minha, ele está em silêncio e isso é bom, eu acho.

De repente Felipe vira a esquerda saindo do caminho para minha casa, será que é um atalho?

- Preciso passar em casa e pegar uma coisa! - disse tranquilo sem olhar para mim.

- hum. - Respondi meio desconfiada.

Ele seguiu novamente sério e em silêncio, e isso já estava me irritando, muito. Mas ainda assim vou ficar na minha.

Felipe parou o carro em frente a uma mansão, me deixando de boca aberta, literalmente.

Não consigo nem descrever a casa. Talvez a parte de fora, porque era muito iluminada. A entrada é toda gramada com coqueiros em fila em todo o caminho, daqui consigo ver um pouco ao fundo uma grande piscina toda iluminada fazendo o azul se destacar de longe. Assim como a piscina, a casa era toda iluminada, nunca imaginária que Felipe morasse em uma casa como essa, sabia que era um casarão, mas não sabia o quanto.

- Não vou demorar, se quiser entrar venha! - disse saindo sem nem esperar minha resposta, grosso.

- To bem aqui! - gritei.

Alguns minutos se passaram e nada do Felipe, eu já estava ficando com medo ali sozinha, não havia uma alma naquela rua, estava completamente deserta. Comecei a tremer de frio, medo e nervosismo, tudo junto, e quando acho que não pode ficar pior, vejo dois caras se aproximando, eles vinham distraídos conversando, até que um percebeu a minha presença dentro do carro e logo mostrou para seu parceiro, meu coração eu não sabia se estava parado ou batendo tão rápido que eu nem podia senti-lo. Eles vieram se aproximando cada vez mais, vindo na direção do carro. Eu não to acreditando que isso está acontecendo, eu vou matar o filha da mãe que roubou minha gasolina, vou matar o meu irmão por ter ido dormir na Bih logo hoje e vou matar o Felipe por me deixar aqui.

Os homens estavam agora mais perto, e eu não tinha outra opção se não sair do carro e correr para dentro da casa.

Então, com uma longa inspiração e prendendo o ar em seguida, abri a porta do carro e sai, empurrei a porta para que ela trancace e corro para dentro da casa. Enquanto corria, imaginava mil formas de matar o Felipe com torturas e morte lenta.

Quando entrei na casa fiquei maravilhada, fiquei parada ali abservando tudo, a casa estava escura, sendo iluminada apenas por pequenas lâmpadas fracas e alaranjadas, dando um ar de aconchego.

De repente ouço o estrondo de um trovão e dou um pulo, senti todo o chão tremer em baixo dos meus pés. Um pânico terrível tomou conta do meu corpo, meus pêlos se arrepiaram e comecei a soar frio. Tirei minha jaqueta de couro e a coloquei sobre um sofá , eu ainda estava descalça então fiquei apenas de uniforme.

Eu e o melhor amigo do meu irmão - ATUALIZANDO 2019Onde histórias criam vida. Descubra agora