--38-- Achei as malditas ''pilhas'' do controle da situação

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- Como andam as coisas na boate? - pergunto para o Luiz enquanto colocava o prato com meu almoço no microondas.

- Melhor impossível! Principalmente o terceiro andar! - riu e enfiou o garfo cheio de comida na boca.

- Sem detalhes. Todo mundo sabe disso!!! - revirei os olhos. - devia cogitar a ideia de abrir um motel. - RI.

- gostei da idéia do Motel, e você me deve dinheiro! - Felipe entrou na cozinha falando, apontou o dedo indicando que se referia ao meu irmão e abriu a geladeira. Que petulante, o que esse mané está fazendo aqui?

- Devo, não nego, pago quando eu quiser! - meu irmão disse. riu e enfiou mais comida na boca.

Felipe encostou na pia ficando de frente para a bancada onde eu e Luíz estávamos sentados.

- qualquer dia desses vai amanhecer cheio de formiga parceiro. - bebeu um gole da cerveja que pegou na nossa geladeira.

- vou descontar das minhas bebidas. Aqui e no Verdant! - Luíz apontou para o casco na mão do Felipe.

- Justo! - respondeu e riu, em seguida bebeu mais um gole.

Sério que eu tenho que participar dessa conversa super contagiante? Meu irmão já estava no fim do seu prato, assim que terminou se levantou e colocou o mesmo no lava louça, e eu mal havia começado o meu. Droga. Ele vai sair e me deixar aqui, espero que o cretino siga ele e me deixe em paz. Tomara.

- Escovarei meus dentes. - disse meu irmão saindo da cozinha. - tomara. Tomara. Tomara. E o mané continuou ali, encostado na pia, olhando pra mim. Droooooga!

- ta me evitando! - tomou mais um gole de sua cerveja. Fingi que não era comigo. - que coisa de criança!

- oi? Falou comigo? - dei uma de sonsa. Ele revirou os olhos.

- não, to falando com minha cerveja! - idiota. - ta me evitando porque?

- Não to evitando você! - respondi sem olhar para ele.

- Izih, para, olha pra mim! Para de infantilidade, você não vai me esquecer me dando gelo. Vai ser bem mais difícil gata! - o que esse idiota ta falando?

Arqueei uma sobrancelha para ele e o olhei. - como é? - perguntei.
- você ouviu princesa, sei que você ta louca de vontade de falar comigo, morrendo de saudades quando eu te pego de jeito!

- me pega de jeito? Nao me lembro desse fato, o que me lembra que não estou interessada em você, aliás... Qual o seu problema? Acha mesmo que todas as mulheres do planeta vão cair na sua? Supere isso Felipe, você já é bem crescidinho! - afirmo e nesse momento minha intenção é só uma; ofender o seu frágil ego masculino.

Ele fica ali, parado, me olhando com uma expressão indecifrável. Aposto que feri seu ego, e vai ser assim, porque ele acha que todas morrem de amores por ele? Não! Eu não! E ele vai saber disso. Vai precisar de muito mais que só a beleza dele. E o corpo. E a boca... E o peitoral também.. E sambem a pegada.. E também tem o cheiro. Mas é só, todo esse pacote não me diz nada, nadinha, nada, nada!

- Vou ter que discordar! - sorriu.

- Como?! - disse surpresa.

- Todas as mulheres morrem de amores por mim, e você também, só que ainda nao descobriu! - riu e tomou o que me parece ser o último gole de sua cerveja. Terminei de comer e me levantei, aliás, parei de comer, abri a geladeira, peguei a jarra de suco, enchi o copo que peguei sobre a pia e bebi todo o conteúdo do copo de uma só vez, ainda com a geladeira aberta e a jarra na mão, assim que bebi guardei e fechei a geladeira. Passei pelo Felipe, coloquei meu copo no lava louça e me dirigi a ele:

- Você precisa de tratamento! - ele olhou para o casco vazio em sua mão, sorriu, o colocou sobre a pia lentamente e virou para mim, me encarando e se aproximando do meu rosto a medida em que falava.

- Vai negar que sente algo? Que tem vontade de me beijar sempre que me vê? Vai negar que adora quando te agarro contra sua vontade? - estava agora com o rosto a centímetros do meu, e em algum momento em que não percebi enquanto ele falava, se pôs na minha frente e seu corpo estava quase colado no meu, seus braços me cercavam, um de cada lado da pia me mantendo no meio.

- Nego! - falei sem firmeza alguma e com os olhos fixos em sua boca. Perfeita.

- Seu corpo me diz outra coisa, sua expressão também. - encostou sua cintura na minha.

- Quem tem que te dizer algo sou eu, e posso dizer que nego, e com toda certeza, não to nem ai pra você! - e para essa boca maravilhosa.

- É? Me prova então! - ele começou a aproximar o rosto lentamente e eu percebi que ele ia me beijar.

- Nao ouse me beijar, cretino!

- Fala cretino de novo! Voce fica muito sexy quando me chama de cretino. - curvou os lábios em um sorrisinho maldito de canto.

- Me solta!

- É pra falar cretino e não me solta!

- Idiota!

- Idiota serve! - então ele veio para me dar um beijo e quando eu senti o leve toque da sua boca na minha, tirei forças lá da china para afasta-lo. Então, sem pensar duas vezes, dobrei minha perna e acertei com tudo meu joelho no meio das pernas dele. Ele ficou vermelho pimentão no mesmo instante e se curvou na minha frente, sem ar... Cheguei até ficar com pena, mas ele não vai vim com essa de me beijar sempre que der vontade, não mesmo.
Entao saí da cozinha e o deixei ali, quase roxo de dor, e antes que eu pudesse tentar ajuda-lo porque fiquei com pena, fui embora, preciso ser firme... Mas acho que foi forte de mais. -Anda Izabela, sem olhar para trás, deixa ele sofrer! Mas foi muito forte. - Foi o suficiente!

***

Felipe

Ar... Eu buscava ar, mas meus pulmões estavam incapazes de encher. A fila de mil putas me acertou no meu precioso saco, no meu parquinho, no point do prazer, maldita. Homens não choram Felipe, se concentra no arco- íris, homens não choram. Minha vida toda, cresci ouvindo isso, fui ensinado assim, homens não choram, eles não choram por nada. Mas nesse momento lágrimas desciam do meu olho esquerdo, a desgraçada acertou no meio das minhas bolas. A dor que sinto é brutal, sem explicação. E o pior é que essa vaca punidora de bolas desprotegidas me acerta e sai sem nem olhar para trás, a maldita nem pena sentiu, será que ela faz ideia de como dói ser acertado nas bolas? Fila da puta, eu to roxo, sem ar e a viada fila de uma vaca nem olha para trás. Alguém tem que ensinar para essas malditas que isso não se faz, que a dor de soco ou chute no saco é cem vezes pior que a dor de um parto! Claro que eu nunca engravidei mas todo mundo sabe disso, menos as mulheres é claro. A única parte ruim para às mulheres é que elas sentem dores por horas, mas também, é o mínimo né!? Mas como sofremos mais nossa dor parece uma eternidade e que você vai morrer dela. E a parte boa para vocês mulheres sem corações, é que sentem contrações durante meses antes, tem toda uma preparação psicológica, sentem pequenas dores que vão aumentando para vocês se acostumarem. Com nós não rola aviso nem preparação, se bem que vocês podiam ate avisar né!? Ei, vou chutar seu saco agora, conte ate três e prenda a respiração! Maaas naao malditas, não existe aviso, teste de chute no saco e muito menos contrações, é de uma hora para outra, quando vocês resolvem sem nem um breve aviso ou pequenos chutinhos antes. Não vamos ao médico ver como vai o chute no saco, não fazemos ultra-som e o médico não nôs diz: parabéns, é um chute de joelho na bola esquerda! Não rola vadia, é no susto e no seco. É quando menos esperamos!

Aos poucos vou retomando minha sanidade, o ar volta a encher meus pulmões e começo a conseguir me mexer, voltar a me erguer a posição de homem, macho alfa ferido em combate. Mas a vaca que me aguarde, vai ter volta, e a vingança sera com requintes de crueldade.

Vadia!

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Insta: thaiskiisterb: qualquer dúvida respondo lá.

Eu e o melhor amigo do meu irmão - ATUALIZANDO 2019Onde histórias criam vida. Descubra agora