"But I wonder where were you
When I was at my worst
Down on my knees
And you said you had my back
So I wonder where were you
When all the roads you took
Came back to me
So I'm following the map that leads to you "*Maroon 5, Maps
⌘
- Como você veio parar aqui, Tê?
- Meu pai me obrigou a sair da livraria e ir trabalhar com ele... Então, um dia, apareceu um cara para comprar uns peixes e perguntou se não tinha alguém que poderia ajudá-lo a trabalhar na carpintaria, como auxiliar mesmo, sabe?! Aí eu aceitei.
- Hum. E onde você está morando aqui?
- Ah, em um bairro vizinho. Aluguei um quarto provisoriamente.
- Não consigo te imaginar como carpinteiro.
- Como assim?
- Ah, sei lá... Para mim você sempre vai ser o garoto da livraria.
- Falando em livraria...
- O quê?
- Nada.
- Fala logo, Tiago!
- É besteira.
- Fala e eu te digo se é ou não besteira.
- Você... Sabe, ficou com o meu livro.
- Fala sério?! Isso tem seis anos!
- Nunca esqueci, Sol.
- Você é hilário.
- E você, linda.
- Para...
- Por quê? Incomodada?
- Nem um pouco.
- Então, qual o problema?
- Você tá nervoso.
- Oi?
- Sua bochecha. Não para de morder... É que eu me lembro de tudo...
- Eu também, Sol... Ou Mariana? Ei! Calma, calma, Sol. Não precisa ficar furiosa. Desculpa.
- Nada não.
- Você poderia me explicar o porquê de "Sol"?
- Eu não me lembrava meu nome, a única coisa que vinha em minha mente era a imagem dos meus pais. Após um tempo... Hum... Eu sempre via o Sol nascer pela janela do quartinho em que dormia, foi então que criei esse nome.
- Eles te mantinham em uma espécie de cativeiro?
- Ela, ela sim.
- Quem é "ela"?
- A cafetina. Roberta.
- Não precisa ficar chateada, minha pequena. Isso, adoro te ver sorrindo e ainda mais ruborizada.
- Tê!
- Não gosta de cócegas? Ah! Sol, para, né? Relaxa, pequenina.
- Você parece estar tão diferente.
- Como assim?
- Não sei... Talvez seja coisa da minha cabeça.
- Se não quer falar, não atice a curiosidade de um homem.
- Agora que não falo mesmo.
- Aposto que você tem cócegas na barriga.
- Não se atreva! TIAGO! Para! Para! Eu falo! Eu falo!
- Bem melhor, não?
- Acho que é o cabelo... O corte é novo? Ah! Fala sério, não revire os olhos para mim!
- O corte é o mesmo. Acha que precisa mudar?
- Com toda certeza. Que tal um moicano? Ou escrever "Neymar" aí, em?
- Você realmente não é deste mundo!
- Qual é?! Não gostou?
- Me aguarde, dona Sol. Me aguarde.
- Senti sua falta, meu anjo.
- Eu também, pequena.
- Dessa vez não temos um mês só...
- Prometo não te pedir em namoro. Relaxa.
- Não quis dizer isso, Tê.
- Então você quer ser minha na-mo-ra-da?
- Alto lá! Podemos ir devagar.
- Você não vai me deixar?
- Não. Eu preciso continuar.
- Você disse que isso era besteira.
- Era por causa daquilo...
- Entendi... E todo aquele papo que você me contou era mentira? De ser arquiteta, cantora. De querer uma família.
- ...
- Pode falar, pequena. Não vou evaporar.
- Era. Menos a parte da família.
- Você quer ter filhos?
- Sim.
- Quero ser o pai.
- Temos mais de um mês, Tiago!
- Não estou brincando, Sol. Quero muito.
- Você é perfeito.
- Você é mais. Sol, como você veio parar aqui?
- Eu fugi com ajuda da Manuela.
- Como? Quem é Manuela?
- Manuela é... Bem, você sabe. Ela... Er... Digamos que ela distraiu a Roberta para eu roubar as chaves.
- O que ela fez?
- Atacou a mulher com um estilete.
- Nossa!
- Acho que minha dívida com ela será eterna.
- E por que você veio para esta cidade?
- Lembra da casa da minha suposta "tia"?
- Uhum.
- Essa mulher conhecia meus pais. E, segundo ela, eles estão aqui em algum lugar.
- Sol, acho que não ouvi direito.
- Estou procurando meus pais.
⌘
* [ Mas me pergunto onde você estava
Quando eu estava no meu pior momento
De joelhos
E você disse "pode contar comigo"
Então, eu me pergunto onde você estava
Quando todos os caminhos que você pegou
Te trouxeram de volta para mim
Então, estou seguindo o mapa que me guia até você. ]
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Sol
Romance*Editando "Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro, ó ser humilde entre os humildes seres, embriagado, tonto de prazeres, o mundo para ti foi negro e duro. Atravessaste no silêncio escuro a vida presa a trágicos deveres e chegaste ao dever de altos s...