Cap. 11 - Dr. Russel

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N/a: Oioioioi, vou att hoje mas acho que só voltarei a postar no domingo. Talvez antes, mas não dou certeza. Outra coisa; fiz um trailer e um twitter para a fanfic, eu to tentando colocar o trailer aqui mas não acha. Então quem quiser o link ta no tt: @COFUSEDfanfic
Beijos,
espero que gostem.

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Lauren's POV

   Camila sentava na arquibancada ao meu lado, mas parecia a muitos quilômetros de distância imersa em seus pensamentos. Hoje era terça-feira e eu finalmente me consultaria com o Dr. Russel, os pesadelos não me deixavam em paz, era uma tortura dormir, eu tentava ficar o máximo tempo acordada e isso estava me causando um sono catastrófico. As olheiras já estavam aparentes e eu perdia um bom tempo tentando esconde-las com maquiagem. Não queria comentar sobre meus sonhos com ninguém, não mesmo. Meus sentimentos me sufocavam, eu precisava de desabafar, mas não podia fazer-lo com minhas amigas, elas também eram amigas de Camila. Eu necessitava da atenção de meu psicólogo. Minha paciência diminuía a cada dia.

Camila continuava pensativa, em outro mundo. O que me incomodava de uma maneira que eu não esperava. Em quê ela estaria pensando? A olhei. Seu cabelo estava especialmente bonito hoje, as pontas encaracoladas caíam sobre seus pequenos seios. Eu a encarava descaradamente e o olhar da menina continuava fixo em algum ponto distante. A cutuquei.

- Camila.

- O...Oi - balançou a cabeça como se tentasse afastar os pensamentos. O que estava acontecendo? O que a incomodava tanto?

- O que está acontecendo?

- Como assim?

- Ué, você parece em outro mundo.

- Ahn? O que? Não, eu só estava pensando no concurso de talentos. - falou, mas não me convenceu.

- Que show de talentos?

- O da escola, ne Lauren!

- Ata. - sua grosseria me fez perder a vontade de conversar, não, na verdade não, eu queria conversar com ela. Mas mesmo assim me levantei indo em direção as meninas, eu esperava que ela me seguisse e implorasse por minha atenção, mas não, ela continuou imóvel e voltou a encarar o nada, mais uma vez inerte em seus pensamentos. Que ódio. Bufei fortemente antes de me sentar ao lado de Dinah. O que estava acontecendo com Camila?

[...]

Eu conhecia muito bem o caminho até o consultório do Dr. Russel. Minha consulta estava agendada para as 2 p.m. e já eram quase 2:05. Acelerei o carro. Uma coisa que eu amava era dirigir. Meu carro era, modéstia parte, muito caro, e tinha um valor sentimental enorme para mim.

Eu ultrapassava os outros motoristas sem pudor para diminuir o atraso. Em pouco tempo eu estava em frente ao prédio onde a sala do psicólogo ficava. Entrei e avisei ao porteiro com quem consultaria. Subi e toquei a campainha.

- Oi, Lauren, quanto tempo! - Me cumprimentou com um aperto de mão, dando passagem para que eu entrasse na sala.

- Oi, Dr. Russel.

- Ah, por favor, pare com essas formalidades, pode me chamar pelo primeiro nome.

- Ok, Lewis. - o homem sorriu em agradecimento.

- Então vamos lá, Lauren. Que maus lhe afligem?

- Nossa... - ri da minha própria desgraça. - Eu nem sei por onde começar.

- Bem, que motivo lhe trás aqui? Você ficou afastada por tantos anos. Mas sua mãe me disse que você tem tomado os remédios corretamente e que está bem. - as palavra saíam de sua boca com uma calma admirável.

- É. Bem... muitas coisas vem acontecendo. Mas o estopim foram os sonhos que eu tenho tido. Sonhos não, pesadelos. O medo que eu sinto é inexplicável, um pânico absurdo, eu praticamente tenho evitado dormir.

- E o que acontece nesses sonhos?

- Eles tem um padrão. São todos parecidos. Eu sempre estou em um lugar bonito, tudo parece bem e alegre, como se eu tivesse sob o efeito de drogas. Até que uma figura se aproxima e um pavor toma conta de mim. Eu sempre tento correr da pessoa, mas ela é muito rápida, minto... eu sou muito devagar. Tento correr mais rápido, mas simplesmente não acontece, minhas pernas não me obedecem, é uma sensação horrível de medo e impotência. Mas antes da figura me alcançar o sonho sempre acaba, uma vez aconteceu de eu pular de um precipício para evitar que a pessoa me alcançasse. - ele arregalou as sobrancelhas.

- Lauren, eu quero que me prometa que não vai mentir ou esconder o fatos de mim. É importante que eu saiba de cada detalhe. - engoli seco. - Quem é essa figura, essa pessoa que tanto lhe causa pânico?

- Ah... É...- eu gaguejava. - É uma amiga.

- Me fale mais sobre ela.

- Bem, ela é mais baixa do que eu, tem os cabel... - ele riu.

- Lauren. Eu sei que por algum motivo ela importa para você. Eu não quero que fale sobre o físico da garota.

- Ok. - suspirei e fechei os olhos antes de começar a longa história. - Bem, ela é uma das minhas melhores amigas desde e o ano passado. Mas depois do início das aulas desse ano as coisas mudaram um pouco. - "um pouco". - Um dia Camila chegou o rosto muito perto do meu. Eu não sei bem o que, mas tudo mudou. Nossa intimidade, nossas brincadeiras. Uma semana depois disso, Camila me beijou. E... - suspirei mais uma vez. - Eu me perdi completamente, a confusão na minha cabeça é maior que nunca. Eu não devia me sentir assim. Foram poucas as vezes. E eu não quero isso de novo. Quer dizer, eu não posso. Isso me frustra, me agonia. Às vezes eu sinto um ódio tão grande que... ahhh... eu estou completamente confusa. E eu não posso me envolver, eu não posso, nunca da certo. E você sabe disso! Você sabe o que acontece no final. - eu proferia as palavras quase implorando para que ele dissesse que eu podia me envolver, sim, que os sintomas da minha doença não voltariam a se manifestar. Mas ao invés disso ele soltou o ar com força.

- Bem... - ele parecia escolher as palavras. - Você sabe o por quê do pânico que você sente dela?

- Eu... Não.

- Bem, Lauren, tenho uma boa notícia para você, e uma ruim também.

- Sem rodeios, por favor, Lewis. - falei impacientemente

- Você não tem medo de Camila.

- Eu tenho medo de quê então? Porque eu juro que o pavor e desespero que eu sinto nos sonhos não são minha invenção.

- Você tem medo do que ela causa em você. - suas palavras me atingiram como tiros.

- O q...

- Deixe-me continuar. - falou estranhamente calmo. Sua calma extrema passou a me irritar. - Você tem medo do poder que ela exerce sobre você, das sensações que ela desperta. E uma coisa que, sem ofensas, mas eu nunca pensei que você fosse sentir. Você tem medo de machucá-la. É a única dedução plausível para seus sonhos, agregados ao que você falou sobreela... e, bem, acho que isso é um avanço, você está sendo altruísta, Lauren. Essa frustração que você sente é a simples briga entre se entregar ou não - ele falava as frases como se estas fossem belas, alegres, como se fossem a melhor notícia, que ele poderia dar a alguém. Mas eu sabia que ele estava errado. Eu não era altruísta e esse dito "medo do controle que ela exercia sobre mim" ninguém mandava em mim ou me controlava. Se esses sentimentos existissem mesmo, e eu tinha quase certeza que não existiam, eu lutaria contra eles até o final.

- Desculpe-me, doutor, mas creio que tenha se equivocado em sua afirmação.

- Acredite no que quiser. - ele não estava mais tão calmo, suas palavras soaram rígidas. - Eu gostaria que passasse a tomar mais esse remédio todas as manhãs. - falou enquanto me mostrava a caixinha. - Essa frustração pode causar problemas graves e a luta que deve estar ocorrendo na sua cabeça também. - suas deduções eram sempre corretas, o que me assustava. - Gostaria que passasse a me ver toda semana, mas temo não poder fazer nada sobre seus pesadelos, só você pode resolver isso. Só você.

Não respondi nada, apenas o encarei assustada. Eu queria resolver isso, eu não aguentava mais os pesadelos, não aguentava. Não os queria, não mesmo. Saí de seu consultório com muita raiva. Como assim ele não podia fazer nada? Como assim só eu podia resolver isso? Eu tinha mais dúvidas do que certezas.

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