Cap. 31 - Lay down

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N/a: Vou postar os três últimos capítulos de uma vez, acho que vai ser melhor de ler e as coisas serão esclarecidas mais rápido. Escutem:

- Without you - for King & Country

Vou avisar quando for para dar play.

Espero que gostem!

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O carcereiro me escoltava até a sala dos visitantes. Tudo era cinza: as paredes, as mesas, as grades, os lençóis... A tensão no ar era quase palpável.

O corredor mal iluminado desembocava em uma sala ampla, cheia de cadeiras e mesas. O padrão se repetia: de um lado havia uma pessoa de uniforme, com algemas envolvendo os punhos - o presidiário - e do outro, uma pessoa com roupas normais. Vários guardas se apoiavam nas paredes vigiando as conversas.

Em uma dessas mesas estava meu pai. Seu uniforme era um farrapo comparado aos ternos suntuosos e bem cortados que normalmente utilizava. Em seus punhos, onde normalmente ficava seu relógio Rolex, estavam algemas ríspidas e impetuosas. Seu rosto, porém, não tinha aparência abatida, ele não expressava o medo, nem a angústia, como o dos outros presos, estava seguro, intocável e superior, como de costume.

Me sentei à sua frente e seus lábios formaram um sorriso irônico.

- Oi, filhinha. - Ele pôs as mãos sobre a mesa. - Lugar maravilhoso, não?

- Não reclame, se tudo der certo, você irá para uma cadeia pior, muito pior.

Ele levantou as sobrancelhas, falsamente impressionado.

- Você tem tudo sobre controle sempre não é, filhinha?

- Aprendi com você - sorri.

- Ah, Lauren... Tão nova, tão ingênua, tão incauta... - ele proferia as palavras sem pressa, o rosto impressionantemente sarcástico e impassível. - A quê devo a honra?

- Nunca é tarde para mostrar afeto... Nas prisões de alta segurança, para onde você irá, as visitas têm que passar por um ritual muito burocrático, então vim lhe fazer uma última visita antes do julgamento.

- Eu vou para uma prisão de segurança, então? Tenho alguma ideia do porquê. Acho que não fui um bom pai, realmente... - pigarreou antes de continuar. - Os homens prudentes sabem tirar proveito dos atos a que a necessidade os constrangeu. Será a minha palavras contra a sua.

- Nunca é tarde para se aprender

- Ah... Sinto em lhe dizer, há um equivoco nessa afirmação. - Mike cuspia as palavras com uma calma irritante. Ele alcançou minha mão por cima da mesa. - Sangue do meu sangue... Sua certeza te enforcará, Lauren

Ele me manipulava, me fazia entrar devagar e involuntariamente em seu jogo. Afastei minha mão da mesa abruptamente e me retirei da mesa, avisando ao policial que a visita tinha acabara.

Andei até a porta, Mike foi levado de volta até sua cela, sua cabeça erguia-se como se estivesse do outro lado das grades.

[...]

- Eu espero que seu pai seja inocentado, essas afirmações são ridículas! - reclamou minha mãe, quando Mike apareceu no jornal em seu uniforme alaranjado da prisão.

- É verdade. Mas, caso ele seja preso, não perderemos o apartamento, não é? - perguntei.

- Não, está em meu nome. Não deve se preocupar com o dinheiro, Lauren! Seu avô cuidará de nós. Você tem que se preocupar com seu pai. Não o imagino naquelas cadeias nojentas, cheia de homens sujos e mal-intencionados. Mike é um homem bom, nobre, não é um daqueles miseráveis. - Se indignava Clara.

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