Cap. 26 - Dark Star

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N/a: Voltei antes! Espero que estejam bem e que estejam gostando da fic. Enfim, estou pensando em criar um grupo no wpp, quem quiser, comenta o número aqui,
Beijosss

Os pequenos pontinhos de luz, em meio a vasta escuridão da noite, formavam a cidade. Nos achávamos tão grandes, tão especiais, mas mesmo as grandiosas e magnificentes construções que produzíamos eram pequenas vistas de tão alto. Eu estava sozinha naquele avião frio, oito lugares, mas somente uma pessoa, perdida em suas indagações. Senti uma dor em meus ouvidos, a pressão, o piloto descia o avião em direção ao aeroporto, a cidade se aproximava, devagar.

Eu evitava, a todo custo, pensar em Lauren, ou em qualquer assunto relacionado a meus sentimentos. Porém, qualquer esforço era inútil, seus olhos verdes e furiosos sempre invadiam meus pensamentos. Senti meus olhos marejarem, mas olhei para cima, Lauren não merecia minhas lágrimas, não mesmo. O amor é sentimento tão inconsequente, nem se digna a se aplicar às pessoas certas.

As rodas do avião atingiram o chão bruscamente, senti o cinto pressionar meu colo pelo freio, súbito. Aos poucos, a aeronave perdeu velocidade. Rogers abriu a porta para mim.

- Camila, um motorista estará te esperando na saída do hangar - disse, com a educação de sempre.

- Ok, obrigada

- De nada, senhorita

Sorri e desci as escadas do avião, me perguntando como seria ir a escola sem a presença de Dinah, Lauren ou Vero.

Um homem vestido em um terno preto, com a postura rígida de quem obedece ordens, abriu a porta do carro para mim, sem pronunciar uma palavra.

Tirei meu telefone do modo avião e, apesar de se passarem de meia noite, Dinah tinha me ligado duas vezes. Sua preocupação era tão reconfortante quanto o cafuné de avó após um dia desgastante. Disquei o número de minha mãe e a avisei que já estava na cidade, ela fez várias perguntas, não esperava que eu voltasse hoje, disse que lhe explicaria mais tarde.

[...]

- Minha filha, por que voltou tão cedo? Você me disse que voltaria somente na Quarta, o que aconteceu? - Seus olhos me liam com carinho. As luzes da casa estavam apagadas, meu pai e minha irmã provavelmente estavam adormecidos.

- Eu briguei com a Lauren, seu pai ofereceu um avião para me trazer

- Ah, Camila, você está com uma cara péssima. O que aconteceu?

- Nada demais, mãe - ela me encarou, cética, mas notou que não eu não queria conversar e, deixando sua curiosidade de lado, me lançou um sorriso fraco. - Senti sua falta - Lhe abracei, como uma criança boba que busca o colo da mãe. Eu estava tão sensível que não pude evitar que uma lágrima escorresse pelas maçãs de meu rosto, desejei, avidamente, que fossem manifestações da saudade que sentira dela, mas sabia que não eram.

- Também, Camila

Eu deveria agradecer a deus por ter uma mãe assim, outra pessoa perguntaria milhões de vezes por que diabos eu estava chorando por uma simples briga com uma simples amiga, mas ela parecia entender.

- Já vou dormir, minha filha, se precisar de alguma coisa é só me chamar - apertou meu braço carinhosamente e subiu as escadas.

Observei seu corpo sumir pela porta do quarto e com ele, a esperança de alguém para conversar, mas eu nunca teria coragem de falar tão abertamente sobre meus sentimentos confusos para ela.

Subi até meu quarto, coloquei a mala em qualquer canto e deixei meu corpo cair sobre a cama, exaurido. Me perguntei se tinha feito a coisa certa. Com certeza, não. Eu queria expulsar esse sentimento do meu corpo, essa vontade de voltar atrás, essa teimosia em me arrepender.

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