Cap. 12 - Chords

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N/a: Decidi atualizar hoje porque consegui escrever mais capítulo, a música que a Camila vai "compor" é Trouble, da Halsey. Estará em nossa playlist no Spotify. Gostaria de agradecer a vocês que estão lendo. Aqueles que estão gostando, por favor, divulguem e votem.
Eu vou aumentar os capítulos, sim. Esse e o próximo já estavam prontos, então ainda vão estar pequenos.
Beijosssss
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Camila's POV

A rua estava escura e silenciosa, já se passava de meia noite. Dei um trago no meu cigarro e soltei a fumaça devagar. Eu caminhava em direção a casa de Cara, eu estava com uma puta vontade de beijar e sabia que a garota não recusaria, então decidi fazer uma surpresinha.
As luzes de sua casa estavam todas apagadas, inclusive a de seu quarto. Subi na árvore que ficava perto da janela de seu quarto, passei do galho para o telhado quase caindo. Sua janela estava aberta, como sempre, ela gostava de sentir a brisa fria da noite. Antes de entrar no quarto percebi que a loira dormia. A olhando assim, com os olhos fechados e a face tranquila, nem se imaginava do que a garota era capaz. O seu rosto angelical escondia suas características diabólicas. Ela manipulava todos a sua volta, sempre hipnotizados por sua beleza. Ela mexia comigo, sim. Mas eu não era mais aquela Camila trouxa de sempre, eu não era mais aquela Camila que usava óculos, que evitava o álcool e as drogas, que tinha vergonha de dançar, que se escondia dos seus inimigos. Agora eu também manipulava pessoas, as usava, descartava, as humilhava. Sim, eu sentia um remorso. Mas no jogo entre mim e Cara eu precisava vestir essa máscara. A cada dia que se passava eu me tornava mais vitoriosa na brincadeira.
Entrei no quarto da garota, sentei em sua cama e me aproximei de sua face. Coloquei as mãos em sua cintura e sussurrei ao pé de seu ouvido.

- Ei, Cara, acorda. - fiz pressão em seu quadril com minhas mãos, antes de desce-las por suas pernas. - Acorda.

A garota começou a se mexer e virou para mim. Um sorriso despontou em seu rosto, ao ver que era eu quem acariciava seu corpo.

- O que você está fazendo aqui?

Ela estava totalmente em minhas mãos. Nada respondi, a puxei para mais perto e a beijei. Não devagar, nem calma, nem carinhosamente, mas com violência como se a respirasse, como ela fosse uma necessidade. E era.

Eu vinha pensando muito em Cara ultimamente. Estava completamente aérea. Minhas memórias sobre a garota ora eram péssimas ora eram maravilhosas.
O vento entrava pela janela do meu quarto fazendo com que as cortinas se movimentassem. Eu estava com o livro aberto em uma página mas não o lia. Lauren veio a minha cabeça, como estávamos? Hoje, na hora do recreio, eu tinha praticamente a ignorado, mas não era intencional, como já mencionei, Cara voltara subitamente aos meus pensamentos. Ai meu deus. Eu tinha que decidir a música que tocaria no show de talentos para começar a ensaiar. Eu decidi compor uma música. Seria um ótimo jeito de desabafar indiretamente.

Desci as escadas de minha casa e fui em direção ao piano que estava no canto da sala.

Sentei no banco e passei os dedos lentamente pelas teclas. Apertei uma ou outra, e fiz toquei alguns dos quais me lembrava. Com alguns minutos eu já tinha uma melodia na cabeça.
Eu tinha uma extrema facilidade com o piano, parecia que estávamos em harmonia. As notas fluíam cada vez mais, eu as dedilhava com calma.

Em, G, C

"Would you bleed for me?

Lick it off my lips like you needed me?

Would you sit me on a couch

with you fingers in my mouth?

You look so cool when you're reading me"

Eu cantava baixinho a letra que já havia pensado há algum tempo.

D, Am, Em

"Let's cause a little trouble

Oh you make me feel so weak

I bet you kiss your knuckles

Right before they touch my cheek

But I've got my mind made up this time"

Fiquei ali por mais um bom tempo, terminando a letra e ajustando os acordes. O resultado foi consideravelmente bom. Era uma música envolvente, o dedilhado a tornava mais complexa e a letra dizia muito sobre mim.

Veronica's POV

Eu estava andando em com Lucy em direção a sua casa, que era caminho da minha casa. Pegávamos atalho por dentro de um parque, o cheiro de árvore era muito gostoso e a sombra proporcionada por elas aliviava o calor. Eu queria conversar com Lucy, mas eu estava cansada de ter que tomar todas as atitudes. Mas eu tinha que falar com ela, tinhamos que conversar, às vezes esse era o jeito dela mesmo, eu tinha que respeitar.

- Lucy. - ela imediatamente voltou os olhos para mim e me arrependi mil vezes de te-la chamado, seu olhar me deixava extremamente nervosa. Eu realmente não era uma pessoa tímida, mas Lucy mudava isso eu pensava muitas vezes antes de falar alguma coisa quando estava perto dela.

- Oi. - falou delicadamente. Ela era tão linda.

- Sabe o Nolan?

- Sim.

- Eu vi vocês dois meio perto na festa, você ficou com ele? - perguntei. Lucy riu. Ela só podia estar de brincadeira comigo. Mas a risada dela não era de deboche, era felicidade. - Por que você está rindo?

- Nada, é que você fica muito fofa com, ciúmes.

- Ciúmes? De onde você tirou que e...

Fui interrompida pelo contato de nossas bocas. A garota me encostou na árvore mais próxima e sem por nenhum momento afastar nossos lábios. O gosto de seu beijo era doce, literalmente, ela devia ter comido alguma bala antes. Eu me sentia completa. Podia beija-la por horas, e nunca me enjoaria. Eu afastei seu rosto do meu.

- Espera, Lucy, eu... Eu acho que gosto de você. - o sorriso mais bonito que eu já vi em toda minha vida iluminou seu rosto. A garota me abraçou de maneira firme e disse em meu ouvido.

- Eu também, Veronica, eu também gosto de você.

É engraçado. Quando vemos duas pessoas que se amam nunca entendemos. O pensamento que eu tinha quando via um casal sair em lua de mel era "Como esses dois vão se aguentar por uma semana?". Quem está de fora nunca intende, não é uma questão de acreditar ou não no amor, e sim de senti-lo ou não. Naquele momento eu jurava que se pudesse passar o resto da minha vida tendo que "aguentar" aquela garota eu agradeceria aos céus. Era tudo uma questão de ponto de vista.

- Vamos? Você pode almoçar em minha casa se quiser. - convidou Lucy.

- Posso mesmo? Sua mãe não vai ligar?

- Claro que não. - sorriu.

No caminho os braços dela envolviam meus ombros. Pode parecer exagero, mas eu não minto ao afirmar que essa era vez que me senti mais feliz, mais amada, que senti mais certeza em toda minha vida.

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