Seis - Boatos

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"Raramente a verdade é pura, e nunca é simples" - Oscar Wilde


Fora uma tarde agradável. Finalmente havia encontrado uma menina para juntar-se ao grupinho deles. Coisa que Lisa sempre reclamava.

Lisa agarrou-se com unhas e dentes em Jenny. Lisa não queria perde-la. Achava que era muito estranho uma menina de sua idade andando só com meninos. Ela reparou que Jenny olhava para os seus cabelos. Sabia o que ela estava pensando.

"Sim. Pintei."

Jenny perguntou o porquê e ela disse que de jeito nenhum queria ser parecida com os irmãos. Mas era coisa de gêmeos. Nesse caso trigêmeos.

Jenny arregalou os olhos e todos começaram a rir. O dia já estava acabando e os trigêmeos seguiram caminho para casa. Só Daniel que foi deixar Jenny em casa, já que eles moravam na mesma rua.

- Mas, e aí, como foi que você descobriu onde eu moro?

- Ah isso foi fácil. Você já tinha dito que morava no finalzinho da rua. Eu só fiz perguntar a primeira pessoa eu vi passar por lá. – Daniel ficou achando a sua pergunta meio idiota. Todos praticamente conheciam a família com a mãe doida.

- O bom em morar aqui é que todo mundo se conhece – Daniel viu a mãe de Jenny do lado de fora de casa e ela não tinha uma cara amigável. Como queria que a mãe de Jenny ficasse do mesmo jeito em que ela estava quando ele apareceu na sua loja. – Que horas são? – Jenny mostrou-lhe o relógio – São seis horas? Que cedo!

Eles pararam na porta. A senhora Waltson ainda olhava para Jenny com uma cara de poucos amigos.

- Boa noite – disse a senhora Waltson, dessa vez ela estava com um sorriso amarelo no rosto.

- Bom, então eu já vou indo. Boa noite, Jenny. Boa noite, senhora Waltson. – Daniel não queria deixar Jenny sozinha. Mas ele não queria participar de uma briga com a família dos outros. A dele já bastava.

As duas entraram sem falar nada. Jenny já sabia que ela iria levar uma bronca, mesmo sem saber qual iria ser o motivo. Sentou-se no sofá cor de avelã. Como ela estava sentindo falta de algo macio para sentar-se.

- Jenny aonde você foi com esse garoto? – A voz de Clair era exaltada. Ela abraçou Jenny. Parecia que Jenny tinha ficado um ano fora sem ver a mãe.

- Mãe, você praticamente me expulsou de casa. – Disse Jenny sem conseguir respirar muito bem com o abraço que sua mãe estava lhe dando. – Mãe, eu não consigo respirar.

A senhora Waltson percebendo isso se afastou da filha, mas continuava olhando para ela com seus olhos de gato, bastante alarmados.

- Vai me dizer por onde a senhorita andou?

- Primeiro eu vou me defender, acho até que a senhora assustou Daniel de novo. A senhora simplesmente me colocou pra fora – disse Jenny apontando pra a porta, - você queria que eu saísse, não queria? Que eu conhecesse mais pessoas. Pois bem, eu conheci.

- Eu sei, minha filha. – A senhora Waltson deixou de encarar a filha para olhar o mini abajur amarelo com flores que ela teimava em manter na sala. Mas isso foi antes de eu descobrir algumas coisas sobre esse rapaz.

Isso chamou a atenção de Jenny.

Para ela, ela conhecia Daniel. Foram poucos dias juntos, mas ela sabia que ele era uma pessoa amigável.

-Estive falando com uma tal de Maria, ela tem praticamente a sua idade. Conversa vai conversa vem, muito simpática a garota por sinal. Falei sobre você e ele. Falei que estava feliz por você ter se enturmado.

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