Dezessete - Verdades

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"A verdade é inconvertível, a malícia pode atacá-la, a ignorância pode zombar dela, mas no fim; lá está ela" - Sir Winston Churchill


 - A casa está apagada – Jenny sorriu.

- Por que está sorrindo? Ela lhe ameaçou ou coisa parecida? – disse Daniel segurando as mãos de Jenny.

Não era nada disso, mas era uma coisa muito pior, Jenny preferia ser ameaçada pela mãe. Não queria dar explicações do que tinha acontecido, mas se ela não desse a sua mãe iria bancar a Sherlock, e isso era o que Jenny menos queria.

As perguntas.

Ela não iria mentir para a senhora Waltson, não tinha acontecido nada entre os dois. Não havia passado de beijos. Mesmo Jenny contando a verdade ela não iria deixar a conversa mãe e filha terminar tão cedo. Ela não queria que Daniel visse a senhora Waltson.

A cena na cabeça de Jenny era a senhora Waltson perguntando a quanto tempo eles estão juntos e se eles estão tomando a devida segurança.

Não! Isso não. Jenny tratou de tirar essa imagem de sua cabeça, a imagem do Daniel confuso de sua cabeça estava sumindo, e dando lugar ao Daniel real, cuja imagem era a mesma do pensamento.

- Antes fosse isso – disse Jenny enfim respondendo.

- E o que foi? – disse Daniel tentando convencê-la.

- Nada, ela só queria que eu chegasse logo em casa.

- Como eu sei que você não vai me contar nada eu vou ter que roubar a verdade – Daniel foi chegando mais perto – O que foi que houve?

- Hum... Eu não vou cair nessa.

Sua espinha se arrepiou, ele estava beijando o seu pescoço.

- Não caio nessa.

Essa foi a palavra final de Jenny, ela nunca iria falar para Daniel o que tinha acontecido entre ela e sua mãe na breve conversa que as duas haviam tido. Daniel se deu por vencido, lhe deu um beijo de boa noite e foi embora.

O pesadelo de Jenny estava prestes a acontecer. Ela passava as respostas em sua cabeça, tinha que ser objetiva e não deixar-se intimidar com as perguntas que a sua mãe iria fazer, mesmo que ela não quiser falar com ela sobre isso, era melhor do que ter essa conversa aos poucos, uma conversa só. Estava bom para Jenny.

Entrou em casa. Nenhum sinal de sua mãe. Andou de fininho para as escadas. Uma luz acende. Sua mãe estava lá esperando.

Tudo isso pareceu como em um filme de terror para Jenny. Só faltou a música para acompanhar o clima. Pensou.

- Oi, mãe, que sono que eu estou, boa noite – disse Jenny começando a subir as escadas.

- Boa noite Jenny, e volte aqui que eu quero falar com você.

- Tá com fome? Eu faço algo – Jenny não era boa em se fingir de boba.

- Não, quero que você vá pro sofá, vamos conversar.

~

- Cheguei – disse Daniel.

- Dan, eu fiquei com saudade – disse Rudy.

- Venha cá.

Daniel tirou Rudy do chão e começou a brincar com ele de aviãozinho, havia parado de fazer aquilo com Rudy, era mais por conta da sua mãe que tinha medo que o irresponsável do seu filho batesse a cabeça do pobre Rudy em algum lugar.

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