Vinte e dois - Ciúmes.

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"Ciúmes é medo que temos de perder, aquilo que não temos certeza de possuir..." - Sinval Medina


- E aí, Jenny, ele vem? – Perguntou Lisa.

Jenny devolveu o celular para Tom. Seu rosto estava duro como uma estátua de mármore.

- Não.

Lisa percebeu e mandou os seus irmãos irem embora.

- O que foi que aconteceu?

- Eu não sei. Ele disse que tinha que ir, e desligou na minha cara. Eu sei que ele não é de fazer isso. Você sabe o que poderia ter acontecido?

Lisa achou a pergunta meio hilária, mas tentou disfarçar não dando nenhuma resposta sarcás-tica nem rindo que nem uma hiena.

- Jenny, eu não sei o que poderia ter acontecido. Mas, eu posso te dar uma dica. Ele fica assim quando o assunto é a família dele.

- Da família dele – repetiu Jenny – e quando é sobre Maria.

Agora sim Lisa estava começando a querer falar algo sarcástico, mas achava que aquele ainda não era o momento para falar a respeito disso. Jenny tinha pensado muito mais rápido que Lisa so-bre esse assunto. Daniel sempre ficava meio distante quando o assunto era sobre a sua família e sobre Maria. Lisa sempre tentou fazer com que Daniel falasse algo a respeito, mas ele nunca se abri-ra com ela, e continuava assim desde então.

- Acho que o assunto em questão dessa vez não é Maria, Jenny. Faz muito tempo que ele não pensa mais nela, – era o que Lisa achava, ela ainda não tinha muita certeza disso, mas não iria adian-tar de nada se ela falasse de seus pensamentos no momento – ele não quer nem escutar falar sobre ela, vai por mim, isso deve ter sido obra da mãe dele.

- Eu estava tão feliz, Lisa, sabe o que aconteceu enquanto vocês estavam fora? – Jenny mordeu o lábio inferior e sorriu com a lembrança, num piscar de olhos Lisa entendeu a mensagem e ficou com os olhos arregalados rindo, e correndo pela sala.

- Meu Deus, isso não é assunto para ser tratado aqui, eu conheço aqueles dois, eles daqui a pouco vão estar escondidos em algum lugar escutando tudo o que nós estamos falando, temos que ir para um lugar seguro. Aqui é arriscado.

- Que tal o seu quarto? Na minha casa? Na praça?

- Arriscado. Arriscado. Arriscado.

Jenny ficou surpresa com as respostas.

- Então, antes que eu comece a surtar com essa história de arriscado, onde é que não é um lu-gar arriscado?

- Ora essa, achava que você iria saber.

- O lago?

- Por que você demorou tanto pra me entender?

- Você não acha que está muito tarde para irmos?

- Poxa, era o lugar perfeito, só um instante, acho que teremos que ir pro meu quarto mesmo, fazer o que.

- O que você vai fazer?

Lisa colocou o dedo indicador na boca para Jenny parar de falar, quase sussurrando ela disse:

- Eu vou ver o que é que aqueles dois dementes estão fazendo, me espere aqui.

Jenny ficou andando pela casa. Já tinha ido ali uma vez, mas ainda se sentia meio deslocada com o lugar. Sempre ficava assim quando não estava acostumada com o ambiente. Foi pra janela. Já estava escuro agora, e aquele dia, era um dia triste, pois as nuvens estavam encobrindo todo o céu. As nuvens não estavam negras como antes, mas insistiam em ficar por todo o céu.

Encontre-me no LagoOnde histórias criam vida. Descubra agora