Três - Pai/irmão

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"Família é a única coisa que ninguém nos tira, apenas distancia da vida."  Maria Clara Fraga Lopes

Por que eu não perguntei nada? Daniel ainda se perguntava desde que tinha deixado Jenny em casa. Sabia que isso era uma coisa pessoal e ele não queria passar-se por enxerido. Chegou em casa e, como de costume, foi direto pro quarto sem dar nenhum pio. O dia tinha sido muito corrido e ele estava exausto. Um bom banho iria bem, depois ele iria desmaiar na cama.

- Dan! O Rudy tá quebrando meus brinquedos! – Dean falou quase em um tom histérico. Regra do Dean: NÃO MECHAM NAS MINHAS COISAS – Não! – Dean colocou a mão na cabeça. O seu pequeno soldadinho estava indo parar em sua ultima missão. Bem na boca de Rudy – Ele está todo babado. Que nojo. Dan?!

Daniel sabia que o seu plano tinha ido por água abaixo. Agora ele tinha que socorrer Rudy e o pequeno boneco que estava passando da boca de Rudy para as mãos de Dean. Tanto Rudy, quanto Dean eram magros. Mas Dean tinha um pouco mais de carne, por ser mais velho. E por isso mais forte. Dean estava por cima do corpinho de Rudy. Ele queria mostrar que ele era o mais velho. Isso já bastava para Daniel. Entrou no quarto e tentou apartar a briga que estava prestes a acontecer.

- Ei! Tá bom. Parem com isso os dois! – Daniel colocou Dean embaixo do braço.

Agora que o seu pai não estava mais em casa, quem é que tinha que cuidar dos irmãos era ele.

- Vamos lá, quem é o maior aqui? – Rudy e Dean apontaram para ele – Ok! Então, quem manda aqui: sou eu. Dean largue o cabelo de Rudy – Daniel tinha separado o corpo de Dean de Rudy, mas não do cabelo – E, Rudy, nada de morder Dean e pare de quebrar os brinquedos dele. Da próxima vez não vai ter conversa nenhuma. Eles se arrumaram e como se nada tivesse acontecido, foram brincar com a bola há muito tempo esquecida.

- Meu Deus, como isso cansa.

Parou e olhou a casa a sua volta. Era uma casa nem tão grande nem tão pequena, era boa para se viver. Era uma típica casa de cidade pequena. O seu pai fazia muita falta ali. Desde que ele se fora as coisas saíram do rumo, mais do que estavam antes. Ele nem sabia onde o seu pai estava. Na verdade ele não queria nem saber. Tinha coisas mais importantes para fazer. Dormir.

- Hã... O que? – Daniel já dormia o sono dos justos quando sentiu que tinha algo subindo em sua cama. Estava preparando para chutar a coisa, mas ficou feliz por não ter feito isso.

- Dan? – Era Rudy.

- O que você quer, Rudy?

- Tive um pesadelo, Dan. Terrível. Uma menina bonita caia na água, mas ela não voltava. Não voltava. – Rudy começou a chorar. Daniel não poderia o deixar continuar com isso.

- Pare de chorar – Dan abraçou Rudy – Que menina, Rudy?

- Não sei, Dan – Respondeu Rudy ainda aos prantos. Posso dormir aqui hoje?

- Pode sim. Vamos, não tenha medo. Foi só um sonho ruim.


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