Nós duas rimos e saímos do quarto em direção a sala. Lá encontramos o Roberto brincando de chazinho com a Eloá e aquilo encheu o meu coração de amor.
- Fazia tempo que eu não via essa criança tão feliz.
A Samantha enxugava lágrimas nos cantos dos olhos enquanto dizia isso.
Somente após esse momento os dois perceberam a nossa presença. E eu dei uma risada mostrando para ele que eu sabia o 'segredinho' dele. E eu iria usar aquilo ao meu favor.
Sentei no sofá que ficava perto de onde eles estavam e fiquei observando a brincadeira.
- Quer brincar também tia?
Tia? Essa era nova. Mas eu gostei da sensação.
Pelo fato de ser filha única, aquela situação só poderia ocorrer se eu me relacionasse com alguém tivesse irmãos com filhos, caso contrário, nada pra mim.
Eu trataria de providenciar na minha vida, de ter mais de um filho. Por mais que fosse difícil toda a parte da criação de um filho e mais ainda de mais de um. Mas eu estava pronta para assumir o risco. Mesmo que eu ainda não tivesse um pai para os 'dois' filhos. Mesmo que eu estivesse começando agora com o Roberto e nós teríamos muito caminho para trilhar. E com toda certeza do mundo eu me certificaria em não me ferrar novamente. Com toda a certeza do mundo eu não seria feita de trouxa e largada no altar. O Roberto sabia de todos os meus traumas e medos e angustias e tudo mais. Acredito eu, que ele não seria igual.
Acredita muito em homem e você se ferra de novo, sua trouxa!
E novamente aparecia a consciência inconveniente, mas que estava certa. Como sempre!
Era uma merda, uma verdadeira merda eu ter ficado com os machucados tão aberto. Meu quase casamento me fez ficar com o pé atrás e querer distancia de qualquer relacionamento. E agora veja só. Estou na casa do meu namorado, acabei de passar no teste maluco da minha cunhada e tinha a pequena e encantadora Lolô, que me trazia paz. E embora eu estivesse morrendo de medo de todo o futuro que poderíamos contemplar a frente, eu estava mais do que feliz em estar aqui.
Eu via o quanto eles estavam desestruturados depois da morte da mãe e do pai deles, mas eu sentia que a Samantha não deixava aqui influenciar a pequena Eloá.
A Samantha fazia parte de pai e mãe e eu á vi e conheço muitas pessoas que foram para frente com a mesma criação que ela dá para a criança. O governo quer estipular os 'tipos de família', mas eles pouco se preocupam em como os padrões que eles impõem afetam as pessoas.
Já vi duas mães criarem uma criança, dois pais na mesma situação, pai e mãe, pai solteiro, mãe solteiro, e pessoas que não puderam ter filhos e adotaram os filhos que outras pessoas não quiseram.
Eu me encaixava nos filhos que têm pai e mãe vivos e criam os filhos juntos. O Roberto e a Samantha se encaixavam nos filhos que deram adeus aos pais cedo demais, e a Lolô, na classe dos pães - mãe que fazia o papel de pai e mãe - mas isso não a deixava triste.
E quando eu volto a mim, eu percebo o porquê. A Sammy estava sentada na mesinha com o Roberto tomando chazinho com a pequena.
O brilho nos olhos dos três me deu uma saudade danada do meu lar. Da minha casa, dos meus pais. Eu precisava urgente ir para casa. Quem sabe assim que o Roberto me levar para casa e eu tivesse a minha conversa com o Jonas, quem sabe se não seria em casa que eu afogaria as minhas dores e sofrimentos.
A Eloá me ofereceu uma pequena xicara e eu entendi que agora eu também fazia parte da brincadeira.
- Você aceita açúcar tia?
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Tem que ser ela
RomanceHISTÓRIA COMPLETA [Não recomendado para menores de 18 anos, caso seja menor e ainda assim queira ler, está assumindo a responsabilidade da leitura. O Wattpad está bloqueando capítulos que ele julga adultos. Então para conseguir seguir todos os capít...