CAPITULO 25 - O DIA SEGUINTE

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Levantei sorrateira da cama e fui em direção ao banheiro.

Minhas roupas estavam jogadas pelo quarto qualquer que eu me encontrava.

Tomei um banho rápido e peguei a calcinha extra que eu sempre carregava em minha bolsa.

Já era uma pratica constante minha. Meu corpo só pertencia a mim e os diversos homens que eu permitia que me tocassem somente me tinham por momentos. Nunca mais ninguém tocara a minha alma ou o meu coração. Eu não me permitia ser amada.

Essa era a regra. E a rotina.

Eu conhecia um cara e quando eu sentia tesão por ele, eu curtia o momento, mas se eu percebesse ao mínimo sinal, paixão ou um envolvimento maior, eu caia fora. Sumia do mapa.

Mas não me sentia filha da puta, porque quando eu entrava em qualquer uma, eu deixava claro para a pessoa que eu queria só o carnal. Sentimento não era para mim. Não entrava em detalhes, e tão pouco tentava me justificar.

Com o Pedro não seria diferente.

Olhei para ele deitado de bruços na cama. Tão parecido com o amor da minha vida.

E se eu parasse para pensar, todos eles tinham alguma coisa do Roberto.

Mas ninguém era ele.

Eu o tinha deixado no Brasil e troquei toda a minha comodidade lá. Fugi para os Estados Unidos em busca de uma nova vida. Não deixaria que ele me prendesse minha antiga vida.

As vezes eu me pego pensando em como seria se eu tivesse dito para ele que não tinha acabado tudo entre nós. Eu penso em como seria a minha vida se eu tivesse cedido ao amor que eu sentia por ele.

Amor que eu ainda sinto na verdade.

Mas ele aceitou tudo.

Aceitou o fim.

Balancei a cabeça tentando esquecer por onde os meus pensamentos estavam voltando, mas era impossível.

Hoje fazia quatro anos que eu estava aqui.

Quatro anos e meio que eu havia terminado tudo entre nós.

Era sempre assim. Todo dia treze me assolava uma dor que eu não conseguia controlar.

Ontem durante o sexo o Pedro me disse que me amava. E o rosto do Roberto reapareceu na minha frente. Quantas não foram às vezes que ele disse que me amava enquanto fazíamos amor? Quantas não foram às vezes em que eu disse para ele também? Ele me teve por completo e me estragou para qualquer outro.

Para mim não havia mais sentimentos por ninguém. Eu deixei meu coração com ele no Brasil.

Evitava ao máximo buscar notícias ou informações sobre lá, mas a ultima noticia que tive, foi que ele estava expandindo o jornal dele para fora do país. Não busquei me aprofundar no assunto porque eu não queria ter esperanças ou deixar que ele voltasse a povoar a minha mente.

Mas ele estava em tudo comigo.

Olhei no espelho terminando de me arrumar e notei que o Pedro estava em pé no batente do corredor.

- Acabou?

Ele olhou para o chão e eu por instinto fiz a mesma coisa.

De todos, ele foi o que eu deixei mais entrar em minha vida, mais tempo e com mais intensidade.

Nós trabalhamos no mesmo prédio, mas em andares diferentes e para empresas diferentes. Nosso contato começou no elevador como eu sempre lia em livros. O mocinho se aproxima como quem não quer nada e a mocinha se deixa levar.

Tem que ser elaOnde histórias criam vida. Descubra agora