CAPÍTULO 26 - EU TAMBÉM TE AMO

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O celular despertou e eu não queria abrir os meus olhos.

No fundo eu sabia que o medo reinava dentro de mim. Desde ontem eu estava na dúvida se eu queria ou não que o tal cliente fosse o Roberto.

Nada me foi confirmado se a empresa pertencia ou não a ele. E eu também não fiz a mínima questão de descobrir.

No fundo eu sabia que o que me corroía era o medo.

Eu somente sentia que algo acontecia. Meu coração estava disparado, minhas mãos suavam sem o menor motivo a parente.

Doente eu não estava, já que tudo isso começou desde a hora que eu cheguei em casa ontem a noite.

Mas para o bem ou para o mal, eu somente saberia quem era o tal cliente no inicio da tarde.

Ouvi a porta da frente do meu apartamento se abrindo e os passos ecoando pelo corredor. Mantive os olhos fechados, mas eu sabia que o meu amigo e assistente se aproximava de mim.

- Good morning love!

Dei uma risadinha e continuei com os olhos fechados.

- Para quem quer tanto treinar o português, me dar bom dia em inglês não é um bom caminho.

O Leandro treinava comigo o português porque iria nas próximas férias para o Brasil. Eu bati o pé que iria para outro lugar, pois o Brasil não era mais para mim. Eram muitos demônios para um único lugar. Eu não daria conta.

- Ah, tudo bem. Bom dia amor. Vamos levantar que hoje o dia vai ser longo.

Abri apenas um olho e vi que ele estava com dois copos na mão e me ofereceu um.

- Não obrigada. Banho primeiro.

Levantei pouco me importando se eu estava de calcinha. O Leandro já estava em um nível que de um para o outro, éramos assexuados. Houve as vezes que ele me ajudou nas minhas bebedeiras, e isso incluía me dar banho e tudo mais. O mesmo valia de mim para ele. Nosso nível de parceria tinha ultrapassado todas as barreiras.

Fui em direção ao banheiro e comecei a escovar os meus dentes.

- Confesso que quase caí para trás quando constatei que você dormiu em casa.

Ri ainda com a espuma da pasta de dente na boca.

- Não é para menos né Liana. Um hábito de uma vida inteira. Ou pelo menos a vida americana não é mesmo?

Concordei com ele e rumei em direção ao box. Um banho seria a melhor coisa para mim nesse momento.

Mergulhei nas lembranças que eu tinha do Roberto. Nossos momentos e em como eu fui feliz com ele.

Nós começamos de um jeito torto. Quem visse a história julgaria nos chamando de dois safados. Mas o sentimento que nasceu entre nós foi uma coisa única. É o amor de uma vida inteira.

E eu o perdi.

Sai do banheiro e fui em direção ao meu closet.

Peguei um vestido branco justo ao corpo e bem social. Eu teria que representar a diretora de marketing ao qual eu havia me tornado.

Não poderia demonstrar a quem quer que fosse que ainda poderia existir ao menos uma fagulha daquela Liana que havia deixado o Brasil há quase cinco anos atrás.

Eu vestiria a minha mascara e aceitaria o que o destino estava me propondo. Se não fosse ele, eu deixaria esse assunto para sempre para trás. Se fosse ele, e ele estivesse comprometido e com uma vida feita, eu também deixaria tudo para trás. Mas se fosse ele, e ele estivesse livre, eu correria atrás de todo o prejuízo. Eu não sabia o que me esperava, mas eu hoje acertaria o meu futuro.

Tem que ser elaOnde histórias criam vida. Descubra agora