Volúpia ardente

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" Agora, encontro-me enclausurada pelo temor que me consome a cada batida de meu coração, compadecida com o deleite do destino em oposição a mim. Incapaz de presumir o que me aguarda adiante, unicamente reconhecer o medo, exorbitante medo.

_ MrsEloi. "

Lord Sasuke

Volúpia ardente.

Escrito por MrsEloi;

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Sakura despertou com o balançar abrupto da carruagem, sua cabeça latejava insuportavelmente, de forma que dificultasse o movimento de suas pálpebras; em uma angustiante tentativa ela tentou levar as mãos ao local para acalentar a dor, todavia, notou que seus pulsos estavam amordaçados em detestáveis correntes enferrujadas. Optou por aquietar-se ali mesmo, procurando inalar parcamente, afinal, o lugar fedia em condição detestável: líquidos excrementícios, matérias fecais, vômito e até mesmo sangue.

Entrementes, para a Haruno o maior martírio era relembrar a imagem de seu pai sendo parado pelos guardas por uma lâmina hedionda em sua garganta, sendo impeço de prosseguir e suplicar por clemência; também, ver Sasori ser violentado cuja gravidade gigantesca, monstruosa e atroz.

" Em minha infância, as pessoas costumavam dizer sobre o castelo próximo à vila, onde habitava um homem cujo sobrenome era conhecido como Uchiha, intitulado de tal forma, o imensurável Demônio Imortal. Eu era apenas uma criança, apesar das circunstâncias; correr para os braços de minha mãe e ser amparada por ela foram o suficiente para me fazer acreditar, por todo esse período, que nada jamais me aconteceria, contudo, nunca é um adjetivo qualificado em excesso, exagero e, acima de qualquer acepção, carrega uma quantidade de tempo inimaginável.

Sempre me considerei feliz, possuindo uma família, amigos - ainda que escassos, e até mesmo um namorado, no qual amei incondicionalmente e planejei toda uma vida ao lado deste.

Agora, encontro-me enclausurada pelo temor que me consome a cada batida de meu coração, compadecida com o deleite do destino em oposição a mim. Incapaz de presumir o que me aguarda adiante, unicamente reconhecer o medo, exorbitante medo. "

Àquele pensamento doloroso fora arrancado de Sakura quando os movimentos nauseantes cessaram subitamente.

No instante seguinte, as correntes de seus pulsos foram puxadas bruscamente, acompanhando a abertura da fenda de madeira, revelando um homem com lábios torcidos em um sorriso macabro. Arrastada como um animal acoitado, Sakura cai de joelhos na lama, aos pés do rapaz onde sem clemência agarra seu braço, forçando-a se levantar.

Estúpido! — girando o corpo, Sakura acumula a saliva necessária, de modo insolente, cuspindo na face do rapaz, de imediato, sendo atingida por um golpe entre as costelas, fazendo sua silhueta miúda cambalear. Ela gemeu, sentindo o ar escapar de seus pulmões.

De imediato o céu nublado gruiu em um estrondoso trovejar, fazendo todos os seres expostos contraírem-se em apreensão, afinal, o demônio tudo assistia - com seus olhos sedentos.

Sakura içou o queixo, facilitando a visão para seus orbes esmeraldinos; não conteve o tremular dos membros ao contemplar o descomunal portão da fortaleza impetuosa. Seguiu avante, pois no fim das contas, era a única alternativa viável.

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