Neon Pop

Track 17 ♚ Era uma vez

Era uma vez...

Todas as histórias começam assim e a minha não é diferente.
Existe uma montanha muito alta que de tempos em tempos é coberta por uma nuvem circular que se transforma em portal para o mundo dos humanos. Foi assim que muitos do meu povo deixaram o reino em busca de um mundo novo. Dizem que poucos sabem da existência de um reino na montanha. Um reino onde o tempo não é um problema e a vida segue seu rumo mais lentamente.
Dizem também que tudo começou com um guerreiro que salvou uma ave mágica da morte, e assim foi presenteado com poderes mágicos e com o passar do tempo seus descendentes criaram cidades e a montanha se tornou um ótimo lugar para se viver durante séculos.
Eu nasci na realeza. Sou sobrinho do rei e como ele não tem filhos e nem esposa, declarou que um de seus sobrinhos será seu sucessor.
Cresci sem contato com meus primos para que não houvesse intrigas entre nós. Fui treinado para ser um guerreiro mas fugi da montanha assim que descobri qual era meu destino: ser o assassino do rei.
Quando li aquele papel amarelado pelo tempo, entrei em desespero.

"Nascido na realeza para ser um assassino do próprio sangue"

Eu era apenas uma criança de dez anos que acabara de saber que quando ganhasse meu dom (poderes especias) me tornaria um monstro.
Meu pajem tentou me acalmar mas nada adiantou.
Decidi que a melhor solução era ir embora para evitar uma grande tragédia.
Durante semanas planejei como seria minha fuga até escutar um dos guardas do palácio dizer que em alguns dias o portal para o outro mundo seria aberto.
Eu precisava ir para um lugar bem distante, onde não teria mais contato com o rei e esse tal mundo do outro lado do portal veio a calhar.
Foi difícil chegar perto do portal porque ele estava cercado de guardas do rei.
Praticamente: ninguém entra e ninguém sai.
Com muito custo consegui entrar na torre que dava acesso ao portal, naquele momento meu pajem tentou me impedir mas assim que entrei no portal ele se fechou. Foi por pouco mas consegui atravessar o portal mesmo sem saber o que me esperava do outro lado.
Assim que saí do portal percebi que estava no alto de uma grande montanha, cujo pico era coberto de neve. O frio era terrível e mesmo com muitos casacos ainda tremia.
Comecei a descer a montanha e depois de algumas horas andando encontrei uma cabana de madeira. Já era noite e eu estava exausto e faminto. Bati na porta e ninguém apareceu. Entrei na cabana e a lareira estava acesa. Havia uma pequena mesa com pães, biscoitos e frutas e a fome era tamanha que peguei um pão e devorei em segundos.
Foi então que escutei pessoas conversando e rindo. Elas entraram e me viram comendo o segundo pão.
Era uma família. Pai, mãe e filha. A menina era muito bonita e assim que me viu veio em minha direção sorrindo. Seus pais também eram pessoas muito boas e não brigaram comigo.
Foi assim que me torneio irmão da Mariya.
Aquela família era especial e não fizeram aquelas perguntas chatas : "De onde você veio?" , "Onde estão seus pais", ao invés disso me trataram como se eu fosse um deles.
No começo fiquei perdido com tantas novidades, afinal , onde eu morava era um lugar em que as tecnologias e os costumes eram muito diferentes.

*Nai sua letra está horrível! By Hiki.

Hiki BOBÃO INVADIU A MINHA HISTÓRIA!

Obs: Risquei o Hiki com uma tinta especial. Lembrar ele que depois de um mês a tinta desaparece.

Continuando...
Mariya e meus novos "pais" fizeram de tudo para que me sentisse em casa. Fiquei um bom tempo pensando em como estavam as coisas no lugar de onde eu vim, o que me deixou sem ânimo para nada. Até o dia em que ganhei um violão de presente do meu pai adotivo e me encantei pela música assim que aprendi os primeiros acordes.
No dia em que consegui tocar uma música sem errar uma só nota, disse que faria uma apresentação para Mariya e assim o fiz.
Só não esperava que Mariya trouxesse mais pessoas para me ver tocar. Eram dois irmãos, o garoto aparentava a mesma idade de Mariya e a garotinha era bem mais nova e estava nos braços do irmão.
Deixei minhas observações de lado e me ajeitei no sofá com o violão nas mãos. Comecei a tocar e fiquei feliz de não ter errado nenhuma nota.
Mariya e seu novo amigo me aplaudiram e a garotinha veio correndo em minha direção toda sorridente e parou na minha frente me olhando com os olhos brilhantes. Ela pediu para que eu tocasse de novo e atendi ao pedido dela. Dessa vez ela aplaudiu pulando de alegria e decidi que queria que mais pessoas se sentissem como ela, foi assim que comecei a me dedicar à música. Foi naquele dia que conheci a Shou.