Finalizei mais um dia de Romeu e Julieta com Paolo, conseguindo resistir às suas investidas e fazendo de tudo para evitar a cena do beijo. Não sei como reagiria se meus lábios tocassem os dele mais uma vez. Seria estranho, no mínimo. Não estávamos no palco e fazer aquilo sem alguém por perto se tornava uma traição perante aos olhos de Logan?
Ah, Logan... Andávamos de mãos dadas pelos corredores do colégio e tudo parecia um sonho bom do qual eu não queria ser acordada nunca mais. Ele até passou a frequentar a mesa do almoço, mas quando percebi que o clima entre ele e Paolo não era muito bom, resolvi que poderíamos pular o almoço para dar alguns beijos nos jardins.
Eu estava exausta. Chequei minhas mensagens e ainda não havia nenhuma novidade de Kiam sobre meus amigos ou sobre os números que ele tanto aplicava teorias mirabolantes, mas nunca chegava ao produto final. Com um suspiro pesado eu saí do carro, vendo o sol se por enquanto girava a chave e entrava em casa.
- Pai? - Chamei. Todas as luzes estavam apagadas e parecia que ninguém passava por ali desde que saí aquela manhã.
Mas algo havia mudado sim. A porta de vidro da cozinha que dava para a piscina estava aberta e eu me lembro de ter deixado fechada. O vento do fim de tarde bagunçava as cortinas cor de creme e eu me aproximei, sentindo um cheiro diferente mais forte a cada vez que me aproximava. Era bom.
Quando me aproximei o suficiente para ver a cozinha toda, soltei um grito ouvindo uma louça se quebrar em seguida. Logan também havia se assustado. O que ele estava fazendo ali? Como ele havia entrado ali? Engoli em seco e, já recuperada, fechei a janela me aproximando dele em seguida. Já perto o suficiente, fiquei na ponta dos pés para beijar-lhe os lábios por breves segundos.
- Desculpa te assustar. - Pediu, roçando nossos narizes.
- Tudo bem. - Estalei os lábios, me afastando dele e vendo a louça de meu pai quebrada e com resquícios de uma massa com algo vermelho vivo dentro espalhada pelo chão. - Acho que alguém vai ter que limpar essa sujeira. - Falei, pronta para me abaixar, mas sendo segurada por suas mãos.
- Deixa que eu limpo, hoje você vai sentar, esperar e observar. - Ele dizia enquanto me empurrava até eu estar sentada na cadeira, dando um beijo na minha testa antes de se afastar. Hesitou por um momento em frente à sua sujeira e então se virou pra mim. - Er... Onde estão os panos?
Revirei os olhos e ri, me levantando e indo eu mesma limpar a sujeira, mesmo com as promessas dele me castigar.
- Você sabe que eu posso gostar de castigos, não sabe? - Perguntei assim que terminei de limpar, sem coragem de olhá-lo nos olhos.
Seus braços fortes me envolveram, me fazendo soltar uma lufada de ar que estava segurando, surpresa por sua reação. Seus dentes encontraram minha orelha enquanto eu caía na gargalhada.
- Você é uma safada mesmo. - Sussurrou ao pé da minha orelha e, antes de se afastar, beijou meu pescoço, deixando um leve incômodo entre minhas pernas.
Por que ele tinha todo aquele poder sobre mim?
- Então torta de framboesa é sua especialidade? - Perguntei enquanto dava a primeira garfada.
Estava maravilhoso e só minha cara de prazer deu a entender que eu havia amado.
- Acho que sim. Só faço em ocasiões especiais. - Seus lábios estavam secos e logo sua língua fez o trabalho de umedecê-los. Desejei que eu estivesse fazendo isso. - Megan? - Quando voltei a olhar em seus olhos, notei a expressão divertida que ele trazia e senti uma grande concentração de sangue na região das maçãs do meu rosto.

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O Garoto de Laboratório
Mistero / ThrillerMegan Green se muda para a casa de seu pai assim que sua mãe vem a falecer. Na nova cidade misteriosa, ela vai descobrir um pouco mais sobre sua história e segredos serão desvendados. Um psicopata passa a persegui-la e ela tenta descobrir o porquê e...