História

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Quando a professora entrou na sala e desejou um animado "Bom dia", eu há muito já estava longe, novamente pensando em Dave.

Pensei em tudo o que ele disse e fez... Pensei em como ele manteve o tom calmo de quem fala a verdade, mesmo quando eu estava irritada... Pensei se tudo aquilo era verdade... Afinal, não podia ser. Eu conheci Dave há pouco tempo, e para mim, não fazia sentido que Dave tivesse se "apaixonado" por mim. Eu não era bonita, e fazia mais sentido eu ter me apaixonado por ele, uma vez que ele era bonito, legal e inteligente. Mas eu não estava apaixonada, ou talvez estivesse. Eu não sabia mais dizer.

Eu não sabia o que falar e nem mesmo o que fazer. Dave me hipnotizava legal, e seria um sonho para qualquer garota namorar com ele.

"Ora, então namore com ele!" Eu me peguei pensando. Mas eu não conhecia Dave direito. E para mim, todos os seres humanos deveriam saber pelo menos seis coisas sobre seus namorados:

- Idade;

- Cor Favorita;

- Estilo musical favorito;

- Comida favorita;

- Série;

- Nome dos familiares.

Escrevi essa lista em um pedaço de papel e coloquei no meio do livro. Precisava me lembrar de perguntar aquilo ao Dave no próximo dia de aula. Uma vez que o papel estava junto com o marcador de páginas, no meio do livro, voltei a pensar.

Eu sabia a idade e a série de Dave, ele tinha 15 anos, assim como eu, e estava no 1º ano do colegial. Arriscaria que seu estilo musical favorito fosse música clássica, uma vez que ele tocava violino, e não guitarra, como qualquer adolescente normal faria, mas Dave não era normal. Ele era Dave Jonnes.

Eu não chegaria nem perto de arriscar sua cor e comida favoritas.

Eu já havia ido à casa de Dave uma vez, e conheci sua mãe, seu pai e sua irmã. Conheci até Debbie, a cachorrinha.

E ao lembrar de sua família, mil memórias me vieram à cabeça. Todo aquele dia, Dave me convidando para ir até sua casa, o jeito como ele passou o número do seu celular, a gentileza de sua família...

E aí eu me lembrei "Há outro jeito de impressionar uma garota boa em inglês?".

- Não...

- Mary? – Janette havia me chamado, eu havia pensado meio alto sem querer.

- Ah, Oi

- Tudo bem? Você está meio distraída hoje...

- Tudo bem... Só estava pensando...

E aí eu me dei conta de que faltavam menos de cinco minutos para o sinal de saída. Joguei tudo o que encontrei dentro da mochila, e fechei o zíper na mesma hora em que o sinal bateu.

Fui pra casa, ainda pensando em Dave. E ao chegar ao meu quarto, eu me dei conta de que não estava segurando meu livro. Eu devia ter colocado ele dentro da bolsa.

Quando eu abri a bolsa, meu livro não estava lá. E então eu lembrei: Eu o deixei em cima da minha carteira, lá na escola.

Tarde demais. Quando cheguei na escola, as crianças já estavam dentro das salas, nem sinal do meu livro.

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