Depois do Jantar

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"Você pode levar um namoro para a vida toda". Aquilo era verdade? Era, claro que era. Meus pais eram prova disso.

Eu pensei. Eu queria que Dave fosse meu namorado para a vida toda? Queria. Ele era bonito, inteligente, legal, divertido, me apoiava no sonho de escrever... Mas se eu e quisesse, eu teria terminado com ele? "Essa pode ser uma provação", a voz de Dave disse na minha cabeça, o que fez com que eu abrisse os olhos e me visse encarando o teto. A lâmpada ainda estava acesa, mas os roncos no quarto dos meus pais me diziam que já era tarde.

Levantei e fui até o banheiro, escovei os dentes e lavei o rosto. Senti uma leve dor despontar na minha cabeça. Olhei para a Mary do espelho: cabelo despenteado, pijama Velho e olhos borrados do rímel que não saiu completamente no banho. Eu ainda a achava bonita. Sorri com esse pensamento. Eu era bonita.

Voltei para o quarto. Deus, como custei para pegar no sono. Eu não pensava em Dave, eu pensava em Joshua, e quando isso acontecia, eu brigava comigo.

"Você ama Dave!"
"Eu sei, eu sei..."
"Não pode pensar em Joshua. Você ama Dave. Ama Dave... Ama Dave..."
"Talvez eu tenha superado"
"Talvez você nunca tenha amado ele" - Uma terceira voz se juntou à conversa.
"Claro que amei!"
"Amei? Ou amo?" - A primeira voz perguntou.
"Tanto faz. Acho que já superei. Afinal, foi tão pouco tempo. Não tem razão para ficar triste por alguém que eu namorei por tão pouco tempo, certo?"
"Talvez..." - responderam as duas vozes, em uníssono.

Eu dormi assim que as vozes me abandonaram.

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