Inglês.

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O sinal da próxima aula tocou. Tomei meu caminho rumo à sala de inglês.

De repente, me vi na companhia da pessoa que eu menos esperaria ver ao meu lado: Jonas. Eu ignorei ele, no começo.

- Mary, olha... - Ele segurou o meu braço direto e parou. - Eu sei que tô agindo feito um otário e tudo mais, eu sei que era seu melhor amigo e te deixei na mão, eu sei que isso doeu em você. Doeu em mim também, acredite.

- É o quê? Jonas Hunterson pedindo desculpas? Falando que doeu me abandonar?

- É, Mary. Como você acha que eu me senti quando uma pessoa que eu estava acostumado a falar todos os dias se afasta de mim?

- Doeu mais em mim, Jonas. Eu não tinha ninguém para conversar. Fiquei dias sem receber nenhuma mensagem no celular. Você tinha seus novos amigos.

- Mas Mary, eles não fazem por mim o que você fazia. Eles não me dão o ombro quando preciso chorar, e eles nem ligam para os sentimentos.

- E eu não te avisei que isso ia acontecer? - Foi retórico, claro. Eu me virei e comecei a andar de novo. - Preciso ir para a aula.

- Inglês?

- Sim. Você vem?

- Ah, sim.

Depois daquele pedido de desculpa, ou depois daquele desabafo de Jonas, fiquei até me sentindo um pouco culpada pelo tapa. Conversei com Jonas durante toda a aula, praticamente.

Mas mesmo entretida com a conversa, e feliz por voltar a falar com meu ex-melhor amigo, não pude deixar de lançar alguns olhares rápidos para Dave. Ele percebeu alguns, mas não me desprezou por isso. Se ele viu que eu o estava olhando, era por ele estar me olhando também. Ele estava sentado com Roberta, que estava visivelmente dando em cima dele. Senti um pingo de ciúmes se mostrar.

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