16 Anos

419 22 7
                                    

Era meu aniversário e, como de costume, fui acordada por meus pais -seguidos de perto por Arth- que logo me abraçaram e desejaram felicidades.

Logo que meus pais saíram, Arth propôs:

- Coloque uma roupa, tampinha, nós dois vamos comemorar.

Eu não ousaria desobedecer meu melhor amigo, certo? Por mais que não ligasse para meu aniversário, estava animada em passar essa data com alguém tão importante pra mim quanto Arth.

Então, nós passamos o dia fora; entre lojas, cafés, livrarias e parques.

*

Ao chegar em casa à noite, vejo alguns balões pendurados na porta e as luzes de casa acesas, mas não ouço nenhum barulho. Achei que fosse mais uma arte dos meus pais, enfeitando a casa para meu aniversario, e que só cantaríamos parabéns e comeríamos bolo depois da janta. Estranhei Arth querendo ir direto para o quintal dos fundos, me levando junto pela mão.

Quando chegamos ao fundo do quintal, iniciou-se uma música alta, várias pessoas começam a aparecer de onde estavam escondidas e por um momento tudo o que vi foram balões. Tudo parecia um baile da escola, exceto a decoração, que era modesta, mas que mesmo assim significava bastante pra mim.

Entre os diversos rostos que saltaram no momento em que apareci, vejo Sydney e corro para abraçá-la. Outros rostos conhecidos vêm me cumprimentar; entre eles, pude reconhecer dois: Dave e Joshua. Nesse momento eu tive certeza de que seria uma longa noite.

Dave veio me cumprimentar primeiro, com votos de felicidades e um beijo na bochecha. Josh foi mais doce, terminando seus votos com um beijo na minha testa.

Daí em diante, me coloquei a lembrar de tudo o que passei junto com cada um dos meus convidados: o baile em que conheci Sydney foi a primeira lembrança que passou pela minha mente, e lembrei-me de como ela dançava com seu copo de ponche. Quem diria que eu a consideraria minha melhor amiga hoje em dia?

Anna veio em seguida. Eu não lembrava como tinha conhecido ela, mas me lembrei de quando Ícaro morreu e de como ela chorou. Todos nós choramos.

Buck, um garoto incrível que eu considerava bastante, lembrou-me do baile em que passamos a noite toda conversando, ou seja, quase todos.

Depois de me lembrar de mais alguns convidados como Genevive e Lucy, lembrei-me de meu passado com Dave: o dia em que nos conhecemos, mais especificamente. Lembro-me de como o achara bonito com seus longos cabelos.

Deixei meus momentos com Joshua por último, porque havia muita coisa para lembrar e sentir. Foram alguns poucos meses, mas foram meses incríveis: houve bailes, passeios, beijos, tardes em casa, tardes no parque... E eu me lembrava de tudo, me lembrava de tudo e não conseguia me desvencilhar das sensações que essas lembranças me causavam, era como se eu estivesse vivendo tudo de novo enquanto encarava aquele par de esmeraldas que vinham em minha direção. Espera, como assim? Ele realmente estava vindo em direção a mim.

- Mary, acho que deveríamos conversar. - Começou ele.

Eu assenti com a cabeça e nós fomos para um canto um pouco mais reservado do quintal enquanto eu olhava pra Arth esperando que ele estivesse entendendo a magnitude do que acabara de acontecer. Para minha felicidade, ele me viu e deu uma piscadela, voltando a conversar com Sydney e o pessoal da escola.

- Bom... Sobre o que quer conversar? - Perguntei quando nos sentamos na grama, encostados na cerca de madeira.

- Sobre nós, eu acho. - Joshua fitava o chão. - Eu nunca quis terminar com você, sabe? Não sei nem porque fiz isso. Eu já nem converso com Sairu depois que percebi o quão estúpido foi ter escutado ele. Eu sinto tanto a sua falta, Mary Ann.

Amor EscolarOnde histórias criam vida. Descubra agora