Fim de Tarde

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Chegamos à minha casa e fomos direto para o meu quarto. Sentamos no chão, encostados na cama, e deixei Dave me envolver em um abraço.

Enquanto eu explicava a lição de inglês, ele mantinha um olhar bobo pra mim.

- Ei, mocinho! Mais atenção, por favor!

- Desculpe... É que a professora é bonita demais, e não consigo me concentrar.

- Meu aluno é lindo, mas eu me esforço para prestar atenção, sabe?

- Minha professora é mais bonita.

- Com certeza não.

Continuamos com essa "discussão" até que eu deixei Dave vencer. Lá fora, o entardecer já batia à porta com a luz alaranjada do sol. Era uma paisagem tão bonita que me deu vontade de escrever.

- Continuamos com a lição depois. – Eu me levantei rapidamente, pegando uma caneta e meu caderno de poemas. Sentei no chão da sacada e deixei a luz do sol tocar de leve o meu rosto. Encostei-me na parede e olhei o pôr do sol, até que coloquei a ponta da caneta no papel.

Dave se sentou ao meu lado, e leu o poema à medida que eu o escrevia. Quando terminei, ele me abraçou e me deu um beijo suave no alto da testa.

- Minha Mary, doce Mary... Tão maravilhosa em seu recanto de inspiração. Com fios de cabelo soltos do seu penteado e seu caderno no colo, escreve maravilhas admirando o pôr do sol, em sua sacada enfeitada pela luz alaranjada. – Dave disse como quem recita um poema.

- Isso foi lindo, meu Dave. Depois fala que o que eu escrevo é bonito, mas isso é porque você não se ouve.

- Você me inspira, é isso. – Ele sorriu para mim e voltou a encostar-se à parede, ainda me envolvendo com o braço, admirando o pôr do sol.

Aquela era mais uma cena perfeita.


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