Fim das aulas

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Enquanto eu ia para a minha casa, era seguida de perto por Dave. Ele se fazia ser notado com tosses e pigarros, e quando isso acontecia, eu olhava para trás com cara de nojo.

Entrando na minha rua, finalmente pensei me ver livre, mas ainda assim era seguida por um par de olhos castanhos e uma nuvem de cabelos negros.

- O que você quer? – Eu parei e olhei para trás, o encarando.

- Pedir desculpas.

- Hum... Ok, tá desculpado. Pode seguir seu caminho.

Ele me olhou com cara triste, e enquanto eu me virava para ir embora, ele se virou para trás e disse:

- Me desculpa mesmo, tá Mary? Não fiz nada por querer.

Eu, sem nem virar para trás, fiz um ok com a mão.

Cheguei em casa com o rosto manchado por lágrimas que me escapavam dos olhos a todo o momento.

- Filha?

- Mãe... – Eu respondi da sala, sem ânimo.

- O que aconteceu? – Minha mãe parecia preocupada, e novamente eu tive que explicar tudo. Quando terminei de contar, ela apenas me abraçou.

Fui para o quarto. Fiz a minha lição, e aquilo me lembrou muito de quando eu e Dave fizemos a lição juntos.

Quando acabei a lição, precisava me distrair. Almocei e me sentei lá fora. Tentei escrever um novo capítulo, mas aquilo só me lembrava de Dave. Eu peguei meu caderno de poemas e comecei a escrever um. Quando, por algum motivo, abri minha mochila, vi a carta de amor que eu tinha feito para Dave. Resolvi que eu tinha que entrega-la.

Desci a escada correndo e quase esbarrei na minha mãe, que estava parada na porta.

- Cuidado, menina!

- Desculpa, é que estou com pressa. Licença?

Ela me deu passagem e eu novamente me coloquei a correr rumo à casa de Dave. Quando cheguei ao quintal, Debbie foi me cumprimentar. Será que ela sabia? Ora, ela é um cachorro, Mary Ann! Pare de pensar besteiras! Abri o portão e cruzei o jardim frontal, repleto de flores coloridas. Bati à porta, e Dave apareceu.

- Mary?

Eu não disse nada, apenas entreguei a carta e me virei.

Ele segurou meu braço, e modo que eu levei um tranco para trás e quase caí, ele apenas me apoiou e disse:

- O que é isso?

- Algo que eu devia ter te entregado há um tempo. Não precisa nem ler na verdade, se não quiser. Só não queria que ficasse comigo.

Esquivei-me do seu braço, e corri jardim afora, fazendo um último carinho em Debbie.



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