Amara

Prólogo

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─ Mara despacha-te se não vais perder o autocarro. ─ Grita a minha mãe diretamente do andar de baixo.

─ Já vou mãe estou mesmo a acabar de arrumar a minha mala. ─ Grito de volta. Acabo de colocar as coisas na mala e desço.

─ A minha menina que já nos vai deixar para começar a sua vida. ─ Diz a minha mãe com uma lágrima no canto do olho.

─ Mãe estou apenas a duas horas daqui, podem-me visitar sempre que quiserem.

─ Eu sei meu amor, mas não deixas de estar longe. ─ Diz enquanto põe uma madeixa do meu cabelo atrás da minha orelha. ─ Jorge vem te despedir da tua irmã.

─ Já vou. ─ Oiço-o gritar do segundo andar.

─ Qualquer coisa que precises liga-me querida.

─ Sim mãe. ─ Digo já sem paciência, a minha mãe é mesmo mãe galinha. Não dá para aguentar tanta preocupação.

O Jorge corre na minha direção e abraça-me.

─ Quando puderes vem-me buscar. ─ Sussurra ao meu ouvido.

─ Não sejas tonto, ficas bem com a mãe. ─ Respondo.

─ Vai ser um inferno sem ti aqui. ─ Diz derrotado.

─ Eu também vou sentir a tua falta. ─ Digo enquanto o abraço novamente.

─ Adeus. ─ Digo enquanto abraço os dois. ─ Chegou a hora.

Caminho em direção à paragem, chego e sento-me no banco à espera. 

─ Chegou a hora de recomeçar a minha vida. ─ Digo alto para me convencer que é o que tenho que fazer. Agora sim vou começar a viver.

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