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Sinto a sua mão pousar sobre as minhas costas, movimento que instantaneamente me provoca um arrepio. Todo o meu corpo me trai diante deste homem.
Lentamente começamos a movimentar-nos ao ritmo da lança. Envoltos numa dança onde apenas nós estávamos presentes. Sou surpreendida com a sensação dos seus lábios junto do meu pescoço.
⎯ Confesso que agora estás mais bela. ⎯ Ele sussurra ao meu ouvido. ⎯ Não que aqueles óculos escondessem por completo a tua beleza, mas todos esses adornos deixam-te ainda mais bela. ⎯ Fico boquiaberta com a intervenção dele.
Como é possível ele reconhecer-me? Foco Mara, isso não muda em nada o canalha que ele é.
⎯ Tenho que pedir desculpa por ter sido tão rude naquele dia, a verdade é que estava a ter um péssimo dia, não que isso desculpe alguma coisa. Espero apenas que possa amenizar um pouco o que pensa de mim.
É como se ele tivesse ouvido todos os meus pensamentos. Afasto depressa essa ideia afinal não estamos a viver em nenhum dos filmes do Crepúsculo.
⎯ Desculpa não entendi. ⎯ Finjo-me despercebida.
⎯ É exatamente isso que tu ouviste. Assim que te vi no elevador da empresa do meu pai reconheci-te. A verdade é que eu nunca esqueço um par de olhos, ainda mais uns tão belos como os teus.
Sinto toda a minha cara a ficar quente. Olho para cima e percebo que ele me encara fixamente, desvio rapidamente o olhar. Olho à volta e vejo que várias pessoas nos encaram fixamente. Percebo olhares de indignação, olhares de inveja e até de admiração. Encolho-me involuntariamente nos braços dele.
⎯ Estão todos a olhar. ⎯ Digo com uma voz tão baixa que acredito que ele não ouviu.
⎯ É normal. ⎯ Encaro-o surpreendida pela calma e normalidade com que ele encara aquela situação.
⎯ Estão a olhar para nós porque eu estou a dançar com a mulher mais bela presente nesta festa. As mulheres encaram-te com inveja da tua beleza. Os homens encaram-me com inveja de estares a dançar comigo e não com cada um deles.
O comentário dele apanha-me de surpresa. Sinto-me corar novamente, ele sorri ao perceber o impacto que as palavras dele tem sobre mim.
Continuamos a movimentar-nos graciosamente ao ritmo da música, no entanto apenas aproveitamos o momento em silêncio. Tenho que admitir que me sinto bem nos braços dele.
Os nossos movimentos cessam exatamente no momento em que os últimos acordes da música tocam. Afasta-mo-nos um pouco e ficamos ali a encarar-mo-nos por algum tempo. Apercebo-me que nos encontramos de mãos dadas. Entro em pânico quando vejo os lábios dele se aproximarem porém sou surpreendida com um leve beijo na cara. Ele afasta-se com um sorriso nos lábios e aproxima-os do meu ouvido.
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Amara
ChickLitLIVRO 1 Chamo-me Amara Abrantes, mas detesto o meu nome portanto chamem-me apenas de Mara. Tenho 23 anos e acabei agora a universidade, formei-me como profissional de Relações Públicas. Sou solteira, não por opção minha, mas sim dos outros. N...