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Abro os meus olhos e percebo que estou num hospital. O que aconteceu? Pouco a pouco flashes surgem. Lembro-me de tudo o que aconteceu desde que fui raptada até ao momento em que apaguei.
– Vejo que acordou. – Diz uma enfermeira simpática.
– O que aconteceu? Como estou aqui? – Tento-me levantar. Não faz sentido, como vim aqui parar? Eu estava presa.
– Descansa Amara. Está tudo bem agora. Vou chamar uma pessoa que está muito ansiosa por te ver.
Ela sai e pouco tempo depois aparece o John com um ar bastante cansado.
– Meu amor fiquei tão preocupado. – Diz aliviado.
– O que aconteceu?
– Um cozinheiro encontrou-te abandonada num beco quando estava a deitar o lixo. Foi um milagre. Por pouco também não sobrevivias.
– Também? – Pergunto confusa. A expressão dele é dominada pela tristeza. Alguma coisa está errada. – O que se passa John?
Ele olha-me nos olhos como se estivesse a agarrar coragem. Por fim suspira e decide falar.
– Estavas grávida. – Ele coloca a mão sobre a minha. – O nosso bebé não sobreviveu.
Encaro-o estática. Ele juntou as minhas mãos e beijou-me os dedos.
– Eu estava grávida?
– Sim. – Responde com um suspiro.
– Aquela...
– Shhh. – Coloca um dedo nos meus lábios. – Descansa meu amor, depois falamos. Eu fico aqui ao teu lado. Não te preocupes. – Passa a mão na minha face e deposita um beijo suave nos meus lábios. – Nunca mais te deixo.
Acordo e olho à volta. Vejo o John adormecido na cadeira ao meu lado. Instintivamente coloco as mãos sobre o meu ventre.
Aquela mulher matou o meu bebé.
Tento não chorar, mas é impossível. Sinto uma dor enorme no meu peito.
– Tudo vai ficar bem. – Ouço o John dizer baixinho. Encaro-o agora acordado.
– Acordei-te? Desculpa. – Encaro a minha barriga agora vazia.
– Não faz mal.
– Não consigo parar de pensar no bebé, embora antes eu não soubesse da sua existência. – Encaro o John triste. – Sinto um enorme vazio no peito e saber que nunca o poderei ver, apenas faz com que custe mais.
– Eu sei linda, mas não penses mais nisso. Com o tempo vai custar menos. – Ele lança-me um sorriso tranquilizador e coloca as mãos sobre as minhas que ainda estavam sobre o meu ventre. – Agora podes-me contar o que aconteceu?
– Sim. – Respiro fundo numa tentativa em vão de ganhar coragem. – Lembro-me de ir à procura do motorista, de repente tudo ficou preto e só me lembro de acordar algemada numa espécie de cave.
– E conseguiste ver quem te raptou?
– Sim. – Faço uma pausa. – Foi a Morgana juntamente com o seu irmão.
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Amara
ChickLitLIVRO 1 Chamo-me Amara Abrantes, mas detesto o meu nome portanto chamem-me apenas de Mara. Tenho 23 anos e acabei agora a universidade, formei-me como profissional de Relações Públicas. Sou solteira, não por opção minha, mas sim dos outros. N...