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Olho à volta confusa. Onde estou? Olho melhor e percebo que estou num quarto de hospital. 

– Meu amor consegues entender o que estou a dizer? Consegues falar? – Pergunta o estranho ao meu lado, com uma calma claramente falsa. 

– S-sim. – Respondo com dificuldade ao estranho ao meu lado. Após falar sinto uma secura enorme. 

– Estou tão feliz por finalmente acordares. – O homem ao meu lado diz. Quem é ele? E porque me trata como se me conhecesse? 

– Água. Tenho muita sede. – A secura está cada vez mais forte. 

Observo-o colocar água num copo que se encontra na mesa. Ele ajuda-me a ficar sentada e com delicadeza entrega-me o copo. Bebo toda a água de um gole. 

– Deves estar confusa meu amor, mas vai ficar tudo bem vais ver. – Porque é que ele me trata por amor... Segundo me recordo não sou bonita o suficiente para um homem destes estar interessado por mim.

– Sim... – Respondo confusa. Quero dizer que não o conheço, mas a cara de preocupação dele faz-me recuar. 

– Diz o que se passa. Não te preocupes. – Tenta passar-me uma sensação de conforto. Tenho uma sensação estranha quando ele fala, mas não a consigo decifrar. 

– Quem és tu? – Pergunto de uma vez.

Vejo a sua expressão mudar, agora encara-me assustado. Os olhos dele transparecem dor, embora não me recorde dele a sua dor está a mexer comigo de alguma forma. 

– Não te lembras de mim? – Pergunta com tristeza. 

– Não, desculpa. – Respondo triste. Eu realmente não gostei de o ver triste. 

– Sou o John. O John Hetzel. – Responde transtornado. 

– Hetzel? Da multinacional Hetzel? – Pergunto admirada. – A empresa onde sempre sonhei trabalhar?  

– Essa mesmo. Sou o dono. – Ele conclui. 

– Pensei que fosses mais velho. – Digo antes de perceber que fui rude ao comentar isso. Pensava que ele tinha um filho adulto. 

– Esse é o meu pai. Herdei a empresa recentemente. 

– O que o dono da empresa faz aqui ao meu lado no hospital? 

– Tu trabalhas para mim. – Ele suspira. 

– Tenho a certeza que se fosse verdade eu iria recordar-me de trabalhar na empresa que mais desejo desde sempre. 

– Aparentemente não te lembras. – Ele olha para o chão para esconder as lágrimas nos seus olhos. – Não te lembras nem de mim. – Sussurra. 

– O que isso significa? – Não entendi porque motivo eu devia-me recordar dele. – Não chore, por favor. 

– É que... – Antes que ele consiga terminar somos interrompidos por um homem que entra na sala vestido com uma bata branca. 

– Olá Amara. Eu sou o teu médico. – Ele começa. – Chamo-me Gabriel. 

– Olá doutor. O que se passa comigo? Porque não me lembro de nada? 

– Aparentemente o facto de teres passado por um estado de coma fez com que ao acordar ficasse com amnésia. Não se preocupe é muito comum isso acontecer. 

AmaraOnde histórias criam vida. Descubra agora