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Chegou a hora da noiva atirar o ramo. O DJ informa que é a hora de todas as moças solteiras se juntarem na pista de dança para o tão aguardado momento... onde um ramo decidirá o destino de uma solteira ali presente. 

Começo a ver o aglomerado de mulheres a juntar-se na pista. 

– Não vais querida? – Questiona-me a minha mãe. 

– Não. Estou bem aqui. 

– Querida nunca se sabe podes ser a próxima a casar. – Fico envergonhada com o seu comentário. 

– Não vou ser. Está descansada e mesmo que fosse não será um ramo de flores que predirá isso.

– Vai. – Pronuncia-se o John pela primeira vez. Olho para ele e vejo-o sorrir na minha direção. – Nunca se sabe. – Pisca-me o olho. 

– Anda Mara. Vai lá. – Insiste a minha mãe.

– Está bem. Eu vou. – Cedo derrotada.  

Levanto-me e ajeito o vestido. Caminho na direção do grande grupo de mulheres. 

– Senhoritas estão prontas? – Pergunta o DJ. 

– Sim. – Gritam todas em uníssono. 

– Aos três. Um... Dois... Três. Lá vai o ramo. 

Nesse momento a Laura lança o ramo para o monte de solteiras nas suas costas. Antes que perceba o que aconteceu sinto o ramo bater no meu peito. Instintivamente estendo os braços e ele cai sobre eles. Encaro o ramo nas minhas mãos chocada. Mas que diabos acabou de acontecer? Eu não acredito nisto. 

– A moça que apanhou o ramo que se pronuncie. – O DJ diz arrastando-me para a realidade. Levanto o braço com o buquê na mão. – Podes vir até nós? 

Caminho na direção da Laura e do DJ que sorriam na minha direção. Os fotógrafos aparecem para eu tirar uma foto com a noiva. 

– A senhorita está acompanhada? – Pergunta o DJ. 

Nesse momento lembro-me do John e olho para a mesa onde ele está juntamente com a minha mãe. Ele encara-me com um sorriso perfeito nos lábios. 

– Estou. – Respondo envergonhada. 

– Chamo à pista de dança o acompanhante desta linda moça que apanhou o ramo. 

Vejo o John a furar entre a multidão. Apercebo-me dos olhares derretidos e dos suspiros que ele vai arrancando à medida que passa pelas mulheres solteiras. 

– Dedico a próxima música ao casal que irá abrir a pista. 

Aproximo-me do John. Ele sorri na minha direção e coloca a sua mão nas minhas costas. A sua outra mão vai na direção da minha e pega-a. Aproxima os nossos corpos e começa a conduz-me numa lenta dança ao ritmo da música "thousand years". 

Os nossos corpos movem-se num sintonia notória. À nossa volta pessoas encaram-nos com atenção, percebo alguns olhares de admiração no entanto no meio da multidão também há olhares de inveja.

– Estão todos a olhar. – Sussurro ao seu ouvido. 

– Porque não estariam? Estou a dançar com a mulher mais bela aqui presente e que por sinal é a próxima a casar segundo a tradição. 

– Sim. – Sorrio. – É realmente o que eles dizem. 

Continuamos a dançar totalmente abstraídos da realidade à nossa volta. Quando a música está prestes a terminar o John faz-me rodopiar, puxando-me de seguida para ele. Os nossos corpos se tocam e a mão dele sobe até ao meu rosto pousando-a aí. Aproxima o seu rosto do meu e beija-me. Um beijo lento e cheio de paixão, rendo-me ao seu beijo e abstraio-me completamente das coisas à volta. Afastamo-nos envergonhados pois todos nos encaravam com curiosidade. 

– Lá se vai a nossa "descrição". – Comenta brincalhão. 

– Não foi esse o nosso acordo Sr. Hetzel. – Finjo-me chateada, mas acabo por sorrir. 

– Agora é. Todos sabem. 

– O Sr. Hetzel vai pagar caro por esta revelação. – Ameaço. 

– Espero que sim. – Responde à minha provocação com um sorriso perverso, 

– John! – Repreendo. – Não sejas assim. 

– Assim como? Completamente louco por ti. 

– És impossível.

– Tu gostas. – Ele pisca o olho. – Anda vamos voltar para a mesa.  

– Sim, vamos. Antes vou à casa de banho. Já te encontro lá. – Deixo um beijo na sua bochecha. 

Caminho na direção da casa de banho e entro numa das cabines. Quando estou prestes a sair ouço risos de mulheres que acabaram de entrar na casa de banho. Elas pensam que estão sozinhas então começam a falar. 

Raios! Começa a ser um hábito ficar a ouvir atrás das portas na casa de banho...

Assim que escuto o nome do John estanco e fico parada para tentar ouvir o que elas tem para dizer. 

– O que será que aquele gato foi ver naquele pão sem sal? – Uma começa por dizer. 

– Não sei. Ela é não é feia de todo, mas também não é nada de especial. 

– O que achas que a ex dele vai fazer quando descobrir que ele já tem outra? 

– Não sei, apenas espero que ela faça a vida desta infeliz num inferno. 

– Como é que o John pode olhar para uma amostra de mulher daquelas quando me tem aqui? 

– Não sejas presunçosa. – Diz a rir. 

– É verdade. Anda vamos voltar para o salão. 

Aguardo um pouco até finalmente sair da cabine onde estava escondida. O que será que elas querem dizer com ex namorada?

Oh Deus! Cada vez tenho mais a certeza que esta relação está condenada desde o inicio. 

Aproximo-me do lavatório encaro o meu reflexo pálido. Tento lavar a cara, mas não me sinto muito bem. 

Sinto uma forte tontura. Perco todo o controlo do meu corpo, pouco a pouco sinto-me cair. Observo tudo enuviado a partir do chão da casa de banho. Então os meus olhos se fecham e a escuridão é tudo o que resta. 

Capítulo com revisão feita ⇠

AmaraOnde histórias criam vida. Descubra agora