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Ainda estou abismada com a sua interrupção. Fulmino-o com o olhar, em resposta lança-me o seu sorriso de marca. Quando vou para desmentir a minha mãe interrompe-me. 

– Mara Abrantes! Posso saber porque não me contaste que tinhas um namorado? – Pergunta com indignação. 

– Desculpa. – Sorrio de lado. 

– Namorado nada. Primeiro ele precisa de passar no meu teste. – Intromete-se o meu irmão, enquanto encara o John desconfiado. 

– Não te metas Jorge. A tua irmã é grande e sabe bem o que faz. – Repreende a minha mãe. Apetece matar o John. Porque é que ele disse que era meu namorado? – Então e como se conheceram?

– O John é o meu chefe. O atual Sr. Hetzel. – Respondo a corar. 

– Muito prazer. Desculpe não o reconhecer antes. – Desculpa-se a minha mãe. Eu vou matá-lo. Ouçam o que vos digo: ele hoje não chega ao fim do dia. 

– Não tem mal. Desculpe a minha ousadia, mas a senhora é muito bonita. – O rafeiro sorri na minha direção. – Agora sai de onde a beleza da Mara vem. 

Ser galanteador não te vai safar de nada. 

– Obrigada. – A minha mãe responde visivelmente envergonhada.

Ela abana a mão na tentativa de criar algum vento na sua direção. A sério mãe? Até tu ficaste caídinha por ele? Ele é muito mais novo do que tu! E meu. Meu, nada. Ele não é meu. 

– Podíamos ir todos juntos para o restaurante? Para poder passar mais algum tempo com a minha filha. – Apressasse a justificar a minha mãe. 

– Claro mãe. A limousine do John tem espaço suficiente. – É melhor eles virem connosco, para eu não cometer um assassinato no carro. 

– Será uma honra acompanhar-nos até ao restaurante. – Ele encara-me a sorrir. Provavelmente apercebeu-se de que se fossemos sozinhos eu iria esganá-lo. 

Encaminhamo-nos todos à sua limousine. O John deixa-nos entrar os três e logo se seguida entra, sentando-se ao meu lado. 

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Por fim chegámos, fizemos o caminho todo em silêncio. Admito que foi um pouco constrangedor. Senti-me estranha ao dividir a boleia com a minha família e o homem que me deixa sem chão. 

Infiltramo-nos no salão e logo a minha mãe se aproxima de mim. 

– Meu amor, eu e o teu irmão vamos conversar com uma velha amiga que não vejo à anos. Vemo-nos daqui a nada, está bem? 

– Claro mãe. Podes ir. – Vejo-a afastar-se e assim que ela sai do meu campo de visão olho na direção do John. – Precisamos de falar. – Digo num tom de voz rude. 

– Sim, precisamos. – Ele abre um sorriso. – Vamos para um sitio um pouco mais reservado. 

– Vamos. 

Caminhamos em direção ao jardim e sentamo-nos num banco rodeado de relva e flores do campo. 

– Porque disseste à minha mãe que és meu namorado? – Ele vai para responder, mas antes que ele diga algo eu continuo. – Quando ela descobrir que é mentira ela vai ficar devastada. És o primeiro namorado que ela conhece... – Embora eu nunca tenha tido um, prefiro não admitir isso. – Não tinhas esse direito. 

AmaraOnde histórias criam vida. Descubra agora