Amara

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Passaram dois meses desde o dia em que o Marco faleceu. Foi bastante difícil no início, mas agora pouco a pouco as coisas tem se indo compondo. 

Assumi o meu lugar na empresa ao lado do John, embora seja dona de metade de tudo decidi continuar no posto que exercia antes. O John queria que eu estivesse na presidência com ele e que outra pessoa ocupasse o meu lugar como relações públicas, mas eu não aceitei. É o emprego para o qual eu sonhei e tanto trabalhei para o conseguir, nada me vai fazer desistir dele. 

– Perdida em pensamentos? – Pergunta a Laura. 

– Sim... Estava a pensar em como tudo mudou. – Admito enquanto levo a chávena de café aos lábios e beberico um pouco do liquido. 

– É verdade. Quem diria no dia em que entraste no cabeleireiro do Rafa que irias ser dona de metade da empresa em que sempre sonhaste trabalhar. 

– A minha vida deu uma reviravolta. 

– Se deu amiga. – Ela diz feliz. – Já contaste ao John?

– Ainda não. 

– Devias contar. 

– Eu vou contar... apenas quero esperar pelo melhor momento para isso. 

– Tu é que sabes amiga. – A Laura deixa escapar um suspiro. 

– Tu ficas bem com isso? 

– Claro Amara. Eu apenas quero a vossa felicidade.

– Obrigada. É muito importante para mim ouvir isso. Vamos falar de outras coisas. – Tenho mudar de assunto. – Como vai a vida de casada com o príncipe encantado? 

Ela sorri tímida. 

– Melhor do que nunca. Ele é perfeito. Casar com ele foi a melhor coisa que fiz. 

– Fico muito feliz por estar tudo a correr bem. 

– Estamos a pensar adoptar uma menina. 

– A sério? – Fico realmente entusiasmada por ouvir isso. 

– Sim. Na terça feira passada fomos a um orfanato e quando a vimos foi como amor à primeira vista. Uma menina de quatro anos, de cabelos loiros cacheados e de olhos verdes. Ela assim que nos viu correu na nossa direcção e eu senti nesse momento que ela será a minha filha. 

– E o Luís? 

– Ele adorou-a. Vamos começar a tratar dos papéis de adopção. – Ela diz bastante feliz. 

Fico tão feliz por a minha melhor amiga finalmente poder realizar o seu sonho de ser mãe. 

– Como é que ela se chama? – Pergunto realmente interessada. 

 – Natália, mas todos no orfanato a tratam por Naty. 

– Estou ansiosa por a conhecer. 

– Se quiseres podemos passar no orfanato amanhã para tu a conheceres. 

– Eu adoraria. 

– Então amanhã à tarde passo por cá para te buscar. 

– Está bem amiga. 

Acabei de tomar banho e agora estou a passar creme nas pernas. Espreito para a casa de banho e vejo o John a fazer a barba apenas de toalha na cintura. Como este homem é perfeito.