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Tento abrir os olhos com alguma dificuldade, mas sem sucesso. Paira no ar um cheiro estranho, no entanto tenho a ideia que o conheço de algum lugar. Forço novamente e finalmente consigo abrir os olhos.

Acabo por ficar momentaneamente cega pela claridade intensa da divisão onde me encontro. Pouco a pouco à medida que vou tomando consciência apercebo-me que estou num quarto de hospital.

Olho para os lados e percebo que me encontro sozinha. Um barulho vindo da porta acaba por me despertar do transe onde me encontro.

– Bom dia Amara. – Saúda-me uma senhora com um sorriso. Presumo que seja a enfermeira que está a tratar de mim.

– O que aconteceu? – Pergunto perdida. 

– Não se recorda? A menina encontrava-se num casamento e acabou por desmaiar na casa de banho tendo sido mais tarde encontrada por uma convidada. 

– Porque desmaiei? 

– Ainda não lhe podemos dar uma resposta para isso, precisamos do resultado dos exames para fazer um diagnostico completo do seu estado. 

– Quanto tempo estive inconsciente? – Pergunto enquanto tento me pôr mais confortável. 

– Esteve inconsciente cerca de nove horas menina. – Ela sorri na minha direção. 

– Obrigada por responder a todas as minhas perguntas. 

– Não precisa de agradecer menina. 

Ela vira-se de costas para mim e começa a verificar as máquinas ao qual me encontro agarrada. Sinto uma sede enorme. 

– Pode-me trazer água, por favor. 

– Posso sim. Deixe-me apenas terminar isto, que já sairei para lhe buscar água. Aproveito para perguntar ao doutor se já pode receber visitas. Volto já. 

Encaro o teto pensativa. O que será que tenho? Porque será que desmaiei. 

Um barulho na porta, faz com que leve os olhos na sua direcção. A enfermeira de antes volta a surgir, logo atrás dela o John aparece com um semblante preocupado. 

Apercebo-me que ele ainda está com a mesma roupa com que foi ao casamento. Ele encara-me calado, mas percebo que se encontra muito ansioso. 

– Aqui está a sua água menina. – Diz entregando-me um copo de plástico com água. – O médico aprovou visitas e dentro de pouco tempo estará aqui para a examinar. – Ela encara o John. – Aqui o cavalheiro não conseguia esperar mais para ver como estava, então foi o primeiro a entrar. Preciso de ir ver outros pacientes, se precisar de mim clique no botão que encontra atrás de si. 

Ela termina de falar e sai fechando a porta atrás de si. 

– Mara não imaginas a preocupação com que fiquei. Eu tive tanto medo de te perder. 

– John agora estou bem. – Tranquilizo-o.

– O que aconteceu para desmaiares desta forma? 

– Não sei. Eu não me lembro de nada em especial. 

– Deixaste-nos todos preocupados. 

– Desculpa. – Digo cabisbaixa. 

– Não peças desculpa amor. – Ele aproxima-se de mim e pega no meu rosto com as mãos. – O que importa é estás bem. – Sorrio. – Porque estás a sorrir? 

AmaraOnde histórias criam vida. Descubra agora