Capítulo 8

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Podemos dizer que naquele momento, aquele dia, foi considerado para mim, o pior dia da minha existência

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Podemos dizer que naquele momento, aquele dia, foi considerado para mim, o pior dia da minha existência.

Mamãe insistiu tanto, que acabei abrindo a porta, de tanto escutar o som da sua voz repetidamente em meus ouvidos. Me levantei, sequei minhas lágrimas, respirei fundo e abri a porta.

- Filha.. - ela disse em tom baixo.

- Por que motivo fez isso comigo? - perguntei chateada.

- Quantas vezes tenho que te dizer, que isso é totalmente normal meu amor? - ela explicou calmamente.

- É! Pode até ser normal "mamãe", mas isso não significa que a senhora tem que estampar para meio mundo! - ironizei nervosa.

- Todos erram um dia minha filha, essa foi a minha vez, como também chegará a sua, é inevitável não errar, somos seres humanos e seres igual a gente erra a cada instante e aprende com seus erros. Fiz o que fiz, porque não imaginava que reagiria desse modo. Me desculpe meu amor.. - ela respirou fundo e suplicou.

Fiquei em silêncio por alguns minutos, meu coração falou mais alto e acabei a descupando.

- Ok mãe, tudo bem.. - respondi.

Ao terminar minhas palavras ela me abraçou profundamente.

"Legal, desculpar não era problema, agora quero ver como sair daqui e encarar todos aqueles seres lá fora."

- Mãe, eu não quero voltar lá, por favor. - implorei a encarando.

- Vai ficar trancada aqui para sempre, é? - ela questionou em tom sério.

- Eu só não queria ter que enfrentar tudo que acabei de passar novamente. - expliquei depois de respirar bem fundo.

- A vida tem obstáculos, você não pode se esconder e fugir de todos para sempre, esse é o primeiro de muitos, se prepare meu amor, virão outros, bem maiores e complicados.

Escutei o que ela disse e refletir a respeito, embora a vergonha e o medo, ainda persistia em mim.

"É fácil dizer.. Não é possível que estou sendo tão dramática, ou estou? Para eu não parece drama, é realmente ruim."

- Filha, vamos? - mamãe pegou em minha mão.

- Não sei se eu vou mãe.. - confessei com a cabeça baixa.

- Calma, apenas venha comigo. - ela pediu sorrindo.

Segurei em sua mão, e fomos até a sala, onde todos estavam posicionados nos sofás. O silêncio reinava aquele local, o que me deixava ainda mais nervosa. Até que minha tia Marcia quebrou o vácuo.

- Alguém está com fome? - disse titia animada, enquanto se levantava do sofá.

Respirei fundo e dei graças aos céus, me perguntei por que não tocaram mais no assunto ocorrido anteriormente, será que eles haviam conversado enquanto eu estava no meu momento dramático? Se conversaram ou não, eu não sei, só sei que curti, e é melhor assim.
Quando minha tia se levantou, me sentei onde ela estava, enquanto todos os esfomeados se levantaram para jantar.
Depois que a cozinha foi esvaziada e não havia mais nenhum ser no local, me levantei e fui fazer o que eu amo, comer. Peguei um prato e comecei a me servir, logo após, fui para sala de jantar. Horas depois, todos já haviam jantado e estavam conversando, não gosto muito de barulho, ainda mais quando se trata de conversa de pessoas mais velhas, resumindo.. Conversa mega chata!
Sim, você deve está se perguntando onde se encontrava os meus primos naquele momento, claro.. Eu respondo sua pergunta, eles estavam brincando de pique-esconde na rua. Era uma brincadeira de família, independente da idade todos brincavam, e confesso, era legal.
Já que eu estava.. Vamos dizer, não muito bem, fui para o quarto de minha tia, me deitei na cama dela, e fiquei horas "panguando". A porta se abriu lentamente e uma voz feminina e doce falou:

- Posso entrar? - pediu minha tinha Marcia.

Assenti com a cabeça, ela entrou, encostou a porta e se sentou na cama ao meu lado.

- Você está bem?

- Sim tia, só estou um pouco cansada. - menti "perfeitamente".

- Tem certeza? - ela repetiu.

- Absoluta. - afirmei com breve sorriso.

- Eu trouxe umas pequenas coisinhas para você. - informou titia e me entregou uma sacola.

Era muito fofa, de papel, tinha um laço cor de rosa bebê, e a sacola também era da mesma cor, porém, havia bolinhas pink sobre ela.
Peguei a sacola da mão dela, puxei o laço, e abri. Dentro havia absorventes mega fofos, um porta-absorventes, Buscofen, e um porta comprimidos.
Abri um grande sorriso e agradeci, tirei os absorventes da sacola, e os mesmos tinha várias estampas, como oncinha, oncinha rosa, caveirinhas pretas e rosas, era um mais fofo que o outro.
A porta se abriu novamente, era minha outra tia, adivinha.. com mais sacolas..

"Que diabos é isso? Um chá de bebê?" Sorri ao vê-la entrar.

Ganhei tantos absorventes, que era o suficiente para abrir uma farmácia. Bom.. Mamãe não vai ter que se preocupar com isso tão cedo, sorri ao abrir as sacolas enquanto elas falavam sem parar.

Panguando: Boiando, no mundo da lua. (Gíria usada pela personagem)

Buscofen: Remédio para cólicas menstruais.

Olá meus amores, hoje mais um capítulo, gostaram? Espero que sim! Beijos até logo. <3

Minha Primeira MenstruaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora