Vinis me encarou atentamente, parecia estar frustrado, acho que a minha negação o fez se sentir rejeitado, como um cachorrinho abandonado pela dona. Sua reação me deixou surpresa, tanto que nem me importei aos milhares de olhares direcionados a louca histérica da sala.
- Não... Trouxe o meu livro. - completei com a cabeça baixa.
Depois do ataque histérico, desnecessário, encarar as pessoas da sala se tornou uma coisa complicada. Ainda mais quando todos resolveram te enxergar como uma palhaça, que chegou para animar o circo.
- Chega! - ordenou o professor e todos se calaram.
- Você é ótima no improviso. - sussurrou Meiry para estampar na minha cara, que estava ciente do verdadeiro sentido do meu "não".
- Tudo bem Juliana, o Vinis trouxe o livro, pode pegar suas coisas e se sentar ao lado dele. - pediu o lindo do professor impaciente.
- Mas professor, você não disse que não poderia emprestar o livro? - perguntei confusa, já ciente do meu zero maior que os buracos dos lençóis da vovó.
- Que "antinha"... - disse Meiry colocando a mão na testa e fechando os olhos, enquanto balançava a cabeça inconformada.
- Não pode emprestar para a outra dupla Juliana. - ele explicou. - porém se você estivesse com a mente na sala de aula quando eu estava explicando, não estaria com dúvidas agora. - completou me olhando sério.
- Ok professor, muito obrigado por informar, o senhor é um "amorzinho". -respondi com ironia e me sentei ao lado de Vinis, que me olhava surpreso.
"Será que existe TPM de homem? Tem que existir, não é possível, o que esse ser tem de bunda, ele tem de ignorância."
Após todas as duplas serem escolhidas, o silêncio reinou naquela sala. Estava pior que sala de espera de consultório de psicologia, eu não sabia se o povo era fera em telepatia ou tinha uma "quedinha" por zeros redondos.
- Juh? - chamou Vinis me cortando dos meus pensamentos.
- Diga. - falei fria enquanto encarava a caneta. Sim, ela estava mais interessante do que olhar para o rosto dele, mentira.
- Será que você poderia voltar para terra e dar uma ajudinha nas questões? - ele perguntou olhando no fundo dos meus olhos.
"Precisava encarnar o Nando Reis?"
- É.. Sim! - afirmei me aproximando e começando a ler o livro.
Na verdade, eu confesso, estava um pouco difícil demais me concentrar na matéria, com aquele ser tão próximo de mim. Entendo que ele também queria ler, mas porque não fez isso enquanto eu estava perdida em outro planeta?
Eu poderia pegar o meu livro e entregar a ele, mas a anta teve que mentir, porque percebeu que deu um ataque epiléptico em plena sala de aula, ok, exagerei.- Conta sobre o sonho... - sussurrou Mandy me olhando maliciosa. Naquele momento eu desejei ser uma galinha, para "voar" na cara dela.
- Que sonho? - perguntou Vinis intrigado. Digamos que a minha pressão, agiu como um martelo de força, aqueles que encontramos em parques de diversão, ela decolou na "pancada" e caiu em um piscar de olhos após a pausa.- Sonho? - perguntei o encarando, para ganhar tempo. - ah sim! É porque a Mandy é uma esfomeada, você entende, não é? Combinamos de comer um sonho depois do colégio e ela não se aguenta de ansiedade. É só falar em comida que a Mandy está dentro. - completei a encarando com uma expressão maliciosa. Conseguir enxergar em seus olhos, o seu desejo de arrancar a minha garganta.
- Entendo. - ele afirmou e deu um sorriso. - Mandy está completando certa, afinal, sonho é uma delícia, não é mesmo? - Vinis completou me olhando, sem perder a expressão em seu rosto. Mandy sorriu diabólica, revirei os olhos fingindo não me importar.
- "Oxe" se é! Uma delícia. - disse Kat prolongando o "A" da palavra "delícia". - não acha Juh? - ela completou ironizando com malícia. As encarei séria, porém não consegui me segurar, deixei o meu lado hiena fazer uma visitinha.
- O que deu nelas? - Vinis perguntou a Meiry, que estava super concentrada no teste.- Falta de comida, não liga. - Meiry respondeu e então o professor se aproximou.
- Posso saber o motivo da graça, senhoritas? - ele perguntou seriamente, apoiando sua mão sobre a minha mesa.
Naquele momento eu estava imaginando o excesso de felicidade da Thalita, com aquela escultura posicionada logo a sua frente."Segura o "core" amiga!".
Pensei olhando para a expressão no rosto dela, aquilo despertou minha hiena, porém eu tinha que segurar a "bichinha".
- Não foi nada professor.. - explicou Kat, ao perceber que eu estava aparentando uma foca entalada.
- Desculpe, isso não vai mais se repetir. - disse Vinis me encarando, então eu assenti com a cabeça e fiquei quieta.
- Tudo bem, dessa vez passa, isso é porque apesar dos pesares, vocês são boas alunas. Porém.. - ele deu uma pequena pausa e buscou um caderno em sua mesa.
"Tinha que ter um porém.. Ele estava muito bonzinho para tanta bunda."
- Se isso acontecer novamente, eu irei ser obrigado a anotar o nome de vocês no caderno de ocorrências, e a nota do teste será zerada. - o professor completou mostrando o caderno da maldade e se sentou a sua mesa.
Após o ocorrido, não houve mais nenhuma conversa, ao não ser sobre o assunto do teste, apenas entre as duplas, claro.
Conversar com o Vinis somente a respeito dos exercícios, não foi algo tenso, em que eu desejava matar ele por invadir os meus tranquilos sonhos com unicórnios, sem nenhuma permissão. Foi simples, afinal, ele era apenas qualquer outro colega de turma.
O resto do dia na escola, até que foi divertido, houve mais uma aula e logo após o intervalo.
Meiry estava feliz por ter ido bem no teste, Kat e Mandy também estavam satisfeitas, e eu? Bom, eu estava super feliz, uma coisa eu tenho que admitir, o Vinis é muito inteligente. Gato e inteligente... Não, espera, onde estou indo com essa narração?
O resto da turma, sem comentários a respeito dos "gênios" da sabedoria. Está certo que ainda salva uma boa parte, porém, muitos deles não estavam ao menos se importando com o teste. Como diz a minha nova professora de biologia, "Os supermercados agradece".
- Nem acredito que finalmente bateu o sino. - argumentou Meiry, depois do nosso último professor sair da sala.- Nem eu! - disse Kat comemorando enquanto guardava suas coisas.
- Hoje foi mesmo cansativo, mas valeu a pena, o teste estava mamão com açúcar, fora a bronca do Deus grego. - falei animada e acabei me esquecendo que Vinis estava ao meu lado.
"Caramba! Agora ele vai pensar que sou uma tarada. Mas por que você está se importando com isso Juliana? Você não gosta mesmo dele. Isso, eu não gosto dele. Foco! Olha para a mochila, sua anta, guarde as coisas direito. Quer mesmo que ele veja seus absorventes de oncinha e descubra que você está vazando por partes proibidas? Olha aí, de novo se importando! Anta, anta, anta, anta..."
- Juh? - Vinis me chamava, porém, meus pensamentos estavam tão pesados, que eu escutava apenas um ruído no fundo deles.
- Anta! - falei em tom alto, ainda acreditando estar brigando com a minha própria consciência. - não.. Desculpe! Isso.. - argumentei tentando justificar a minha ignorância e fui interrompida por Vinis me beijando.
Uoooou! Para tudo! Momento #julvi. Pronto, agora podemos comentar, meninas! Até eu estou besta com a iniciativa do Vinis. '0'
Opa, até me esqueci das saudações.. Olá minhas princesas, vão bem? Sim, eu espero q sim *-*
Bom, acho que vou ficando por aqui... Um beijo enorme no core de vcs! Até o próximo capítulo. ;)
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Minha Primeira Menstruação
Ficção AdolescenteAfim de uma história diferente? Um tema pouco abordado? Talvez chegando a ser assustador? O que acha de ler "Minha primeira menstruação", curioso, não? Ela é uma garota simples, vivendo sua vida simples, digna de uma adolescente de treze anos. Signo...