Capítulo 18

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O tempo estava passando, e eu continuava sentada no vaso, como uma tartaruga emocionada, depositando ovos na areia

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O tempo estava passando, e eu continuava sentada no vaso, como uma tartaruga emocionada, depositando ovos na areia.

   Depois de uns dez minutos, escutei a porta principal do banheiro se abrindo, continuei quieta, afinal, eu não podia pedir socorro para a primeira que entrasse no banheiro. O que eu iria dizer? Moça, socorro, me acode, porque estou condenada a ficar aqui, fazendo o papel de vela de filtro de barro, soltando gotinhas de dois em dois segundos?

- Juh? - chamou uma voz de gralha, sim, era a Meiry

- Meiry? - perguntei ainda com dúvidas, porque o milagre estava bom demais para ser real, nunca se sabe, vai que eu estava alucinada por ter perdido tanto sangue. Não, espera, acho que de todo modo eu perderia aquele sangue, não é?

- Você está viva? As salas do cinema já estão abertas. - completou Meiry, porém eu já imaginava.

- Acontece que eu estava a espera de um milagre, tipo você, agora pega na sua bolsa um absorvente pra mim. - respondi aliviada, não foi daquela vez que a minha menstruação venceu a luta.
 
- Mas o que houve com o seu? - ela perguntou curiosa.

- Caiu dentro da "disgreta" desse vaso, esse é o motivo de eu estar aqui até agora.

- Sério? Desculpa, mais não dá. - disse Meiry e começou a rir igual a uma retardada.

- Ei, para de rir! E me dá logo a droga dessa coisa! - supliquei impaciente, pois a minha bunda já estava começando a dar câimbras.
 
- Poxa amiga, eu não trouxe.. - disse Meiry e foi como se eu estivesse levado uma facada bem forte no coração.

- Eu vou morrer nesse vaso! - exclamei com os olhos quase transbordando de tanta "emoção".

- Ei, calma, relaxa, estou brincando. - ela confessou e me entregou a solução dos meus problemas por cima da porta.

Coloquei o absorvente e sai do banheiro, fui até a pia lavar as mãos, enquanto me olhava no espelho desanimada.

- Até perdi a vontade de assistir o filme.. - disse ao secar minhas mãos.

- Nossa, foi tão traumatizante assim? - ela falou ao se aproximar.

- Você não tem ideia do que é sentir na pele, como vive uma vela de filtro. - exagerei com uma pontinha de drama.

- Vela de filtro? - Meiry disse com a hiena encarnada.
  
   Fomos até o corredor, que leva a sala um, onde estava começando a passar o filme que nós iriamos assistir. Ao chegarmos, encontramos as meninas e o Vinis, juro que eu não ficaria incomodada se eles já estivessem entrado na sala.

- Meu Deus, como demoraram. - afirmou Mandy ao nos ver.

- É que surgiu um pequeno probleminha. - explicou Meiry, pegando a pipoca da mão de Kat.

- Algo sério? - perguntou o curioso do Vinis, aquele que "todas" queria que continuasse com a boca fechada.

- Coisa de mulher Vinis. - respondeu Meiry o encarando séria.

- Nada demais Vinis, eu só provoquei um pequeno congestionamento no vaso do banheiro feminino. - omiti maliciosamente, enquanto ele levava a sua deliciosa pipoca a boca, lembrando que nada que acontecesse a frente, seria minha culpa, tudo dependia da sua capacidade de imaginar.

- Pois é, a Juh deixou o absorvente limpo cair dentro do vaso. - explicou Meiry estragando a minha diversão e deixando tudo mais leve.

- Ah sim, vamos para sala? - ele perguntou após saborear a pipoca, sem nenhum pequeno engasgo acontecer, isso é deprimente.

- Vamos. - peguei a minha pipoca da mão dele, olhei séria para Meiry e comecei a andar.

   Tudo o que eu queria, era ver ele quase morrendo engasgado com milho. Não sei bem o que havia comigo, mas acho que até o espírito assassina baixa nas mulheres quando estão de TPM.
  Tinha a Kat e a Mandy para segurar a minha pipoca, agora eu me pergunto, porque é que ela tinha que estar logo com o Vinis? Isso não tem cara de armação? Ou era apenas paranoia da minha cabeça traumatizada?
    Fomos até a sala e nos sentamos, Vinis sentou ao meu lado, Kat ao outro, Meiry ao lado Kat, e Mandy ao lado de Meiry.

   " Que garoto chiclete, oh my god, como suportar essa coisa?"

Comecei a prestar atenção ao filme, tinha momentos em que apenas meus olhos estavam direcionados a tela, porém minha mente estava passeando em marte. Enquanto comia minha pipoca, mesmo olhando para tela, dava para perceber o Vinis me observando, aquele foi o cinema mais tenso da minha vida.
    Me emocionei ao ver a bruxa má se tornar uma pessoa maravilhosa, estava difícil controlar minhas emoções, então um maldito cisco se duplicou no ar e resolveu cair dentro dos meus dois olhos. Continuei a comer minha pipoca e a olhar para tela, meus olhos transbordavam, porém mesmo se meu pescoço desse câimbras, eu não teria coragem de olhar para Vinis, pois a vergonha me matava.
   Kat também se emocionou e encostou sua cabeça no ombro de Meiry, me senti excluída, parece que tudo foi combinando. Estava tão sensível, querendo alguém para me consolar, embora jamais eu iria pedir consolo a Vinis, isso me fez desabar.

   "Eu só queria uma amiga, eu só queria não ser excluída."

  Meus pensamentos foram interrompidos ao me assustar silenciosamente, com Vinis encostando minha cabeça em seu ombro. Eu queria recuar, ou dizer que não precisa, mas eu estava muito sensível para me fazer de durona, então simplesmente fiquei em silêncio e continuei a assistir o filme. Permaneci quieta até o final, e o perfume de Vinis grudou em minha roupa.
   
- Juh? O filme acabou. - informou Kat, como eu não estivesse visto.

- Que? É.. Eu.. Acho que.. É.. Vamos embora? - gaguejei me levantando e secando minhas lágrimas.

- Vamos sim. - afirmou Mandy dando risadas.

   Saímos do cinema e resolvemos passar na lanchonete do shopping, o tempo todo o Vinis foi um fofo, porém depois do meu momento sensível na sala de cinema, eu apenas cortei tudo que ele tentava fazer por mim.
     Depois de conversarmos muito o Vinis nos levou até a minha casa, o que não havia necessidade alguma.

- Obrigado Vinis. - agradeceu Mandy exausta e entrou.

- Tchau Vinis, obrigado. - fez o mesmo Kat e Meiry.

- Olha, você subiu no meu conceito, obrigado. - disse mamãe ao se aproximar da porta e depois entrou.

- É... Obrigado.. - falei meio sem jeito e me virei para entrar, quando ele segurou minha mão.

- Espera! - pediu Vinis me puxando para perto dele, chegamos tão próximos que pude sentir sua respiração, fiquei quieta e encarei seus olhos.

  Olá meus amores, enfim, mais um capítulo, gostaram?
  Esse cap eu vou dedicar a uma pessoa muito fofa @glorr1as2 obrigado por me dar a honra de tê-la com leitora flor.
  Recomendação: Vampiro Apaixonado.
     Beijos minhas dlçs, até o próximo cap. <3


Minha Primeira MenstruaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora