Capítulo 16

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- Calma, está tudo bem meu anjo

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- Calma, está tudo bem meu anjo. - disse uma mulher de branco, ao entrar no quarto.

"Jesuis" eu morri! Não está nada bem, Deus me ajuda, juro nunca mais responder mamãe, leva sua secretária de volta."

- Flor? - ela se aproximou, depois do desespero pude ver seu nome bordado no jaleco.

- Oi doutora Mary. - respondi sorrindo de felicidade.

- Oi, você está liberada. - informou Mary anotando algo em uma ficha.

- Ah, muito obrigada, a vida é linda não é?

- É sim. - ela riu e se retirou.

Assim que a doutora passou da porta, logo me apressei, afinal, não é todo dia que voltamos do além, espera um pouco, exagerei.
Como boa parte das pessoas conscientes, odeio hospitais, eles me dão medo, além de serem frios e nojentos.
Encontrei meus pais na recepção, pensei estar livre de remédios, mas infelizmente, a vida não é cem por cento bela, papai me aguardava com uma receita nas mãos, que tristeza, sou péssima com comprimidos, aquilo não passa na minha garganta.

- Como foi? - ele perguntou curioso, como se fosse algo de outro mundo.

- Foi legal, senti minha cabeça explodindo, sensação de ter ingerido litros de querosene, mãos esmagando meu útero, uma experiência maravilhosa. - ironizei na intenção de aparentar estar tranquila.

- É.. Ah.. Eu estava falando da alta. - completou papai, desconfortável com a situação.

- Normal, ela disse, você está liberada, e eu, legal! Estou liberada!

- Que tenso, vocês dois. - disse mamãe e começou a andar.

- Juh! - Meiry me atacou, porque aquilo não pode ser considerado um abraço.

- Juro que não me importo se você me deixar respirar. - supliquei sorrindo, quase me afogando em seus braços.

- Ah, desculpa. - ela se afastou.

- Podemos ir embora? Ainda preciso passar na farmácia. - informou papai, nos encarando sério.

- Claro, se deixarmos a farmácia. - sugeri com jeitinho.

- Boa ideia, se você não se importar em ter seu útero esmagado e sua cabeça soltando fogos, posso seguir direto. - exagerou o chefe da família com meio útero de drama, opa, meio mundo.

- Gostei da ideia da farmácia! - completei sorrindo, embora meu interior jorrava lágrimas de sangue em duplo sentido.

- Eu imaginei. - caçoou Meiry e a encarei séria.

Quando penso que devido dia foi o pior da minha existência, sempre me aparece outro para bater o record. Agora me pergunto, quando é que isso terá um fim? O dia exato eu não sei, porém a certeza que isso irá demorar, eu sei perfeitamente, pois ainda nem comecei a viver.
Ao entrarmos no carro, papai dirigiu até a farmácia, onde eu aproveitei para extorquir o cartão e reabastecer meu estoque de esmaltes.

"Não me lembro de querer vir até a farmácia, agora aguenta meus custos. Sinto muito papai, mas não resisto a esse bege perfeitamente perfeito!"

Mamãe nem se importou quanto ao exagero, acho que era aquela famosa fase, "ela está doente, devemos agrada-lá", passou a doença, voltamos ao "sai capeta".
Ao abrir a porta de casa, me assustei com duas assombrações, mentira, era apenas Mandy e Kat com as luzes apagadas, juro que se fosse mais grave, naquele momento eu estava voltando ao hospital, sorte que minhas amigas são gatas, não ficaram iguais aquelas loucas deformadas em filmes de terror, mas sim as mulheres traídas querendo arrancar um pedaço do marido.

- Juh! Q bom que está bem! - gritou Kat me abraçando, com o mesmo desespero de Meiry.

- Calma amiga, estou bem e escutando perfeitamente. - caçoei retribuindo o abraço.

- Ei, eu também quero abraçar. - interrompeu Mandy me abraçando forte, como se eu estivesse voltando de uma fisioterapia.

- Estava pensando aqui, se vocês já são exageradas e dramáticas por causa de uma simples coisinha, imagina quando eu morrer. - falei terminando o abraço.

- Nossa Juh! Para com isso. - esbravejou Kat me encarando.

- Pare já com isso Juliana! - enfureceu mamãe.

"Durou pouco a parte "vamos agrada-lá", magoou."

Após levar muitas broncas pela bobeira que falei, papai e mamãe foram para o quarto. Como Kat e Mandy já haviam tomado banho, só restava eu e Meiry.
  Logo depois dela, fui para sessão cozida, sim.. Passo muito tempo no chuveiro. Já notou quando seus dedos ficam todos "enrugadinhos"? Então, é isso aí!
  Escolhi uma calcinha tamanho vovó, por conta da minha atual situação, coloquei o meu pijama mais confortável, ou seja, aquele que te deixa super mendiga, apaguei minha maquiagem, depois de encarnar um panda após o banho, escovei meus cabelos com os dedos e juntei um coque "meio merda" no alto da cabeça.

- Amiga você está linda! - ironizou Mandy me observando.

- Nossa! Magoou tá? - informei me sentando na cama.

- Desculpa, minha princesa. - Mandy se aproximou, me abraçando.

- A Juh está sensível. - disse Kat, pulando na cama.

- Verdade, entendemos como se sente Juh, por isso, pode compartilhar seus pijamas, nos ensinar a fazer esse coque, porque vamos ser a gangue das mendigas. - acrescentou Meiry animada e começamos a rir.

Uma hora depois, mamãe veio ao quarto nos perguntar se preferimos pizza ou um jantar improvisado, acho que ela andou ingerido querosene, pois nossa resposta estava óbvia.
A pizza havia chegado, e surgiu a gangue das mendigas, encontramos mamãe com um copo na mão, e no mesmo momento um chafariz do além ganhou vida em sua boca.

- Vocês estão ótimas! - falou mamãe se segurando para não dar uma de hiena.

- Vai morrer aí mãe. - avisei caindo na risada dela.

Embora tem sido engraçado, isso é a realidade de muitas garotas. Não sei explicar o que acontece, porém, nossa auto-estima caí para o nível zero, a vontade de nos arrumar evapora, e sempre damos lugar ao conforto, isso quando não ficamos mega sensíveis e choramos até com a morte da barata, coisa que eu teria medo em meu estado normal. Por isso, eu digo e penso, isso é coisa do capeta.

Aquela falação, barulhos de talheres aos quatros cantos do apartamento. Sinceramente, ainda não entendo como não fomos expulsas. Eu comia igual uma esfomeada, até nutela se tornou amiga da pizza.

- Meiry, me passa a nutela. - pedi com um pedaço de pizza na boca e o outro na mão.

- Meu Deus, o destino dessa aí e morrer obesa intoxicada. - disse Meiry me entregando o pote dos sonhos.

Ao toca-lo, meus olhos brilharam, peguei uma colher e mergulhei sobre ele a trazendo a superfície carregando o sonho que minha boca desejava.
Segurei a colher sobre a outra mão e com um pedaço de pizza na boca, me levantei para ir até o meu quarto, quando a campainha tocou.. Como já estava passando pela sala, mesmo com dificuldade pelo fato de ter várias coisas sobre a mão, abri a porta e me assustei com o ser diante dela. A pizza em minha boca caiu sobre o chão, fiquei paralisada, meu coração dava pulos como se quisesse arrombar minha pele, e enfim.. consegui dizer:

- Vinis?!

Olá minhas dlçs, vão bem? Desculpa a grande demora para postar, são muitas coisas e acabo deixando para o próximo e próximo dia... Enfim, espero q entendam.
Gostaram do cap? Se identificaram em algo? Deixe nos comentários, beijão até o próximo! <3


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